Aí está o furor de cada um dos sucessivos verões concelhios: os santos. Tudo começou este mês de Maio com a comemoração dos 90 anos de um acontecimento que é dos únicos a manter viva a esperança de muitos da existência divinal. Muitos barquenses também rumaram a Fátima, um dos locais mais visitados por muitos barquenses a seguir à vila em dias de feira. Aliás há que referir de apesar de ser o apoio moral e psicológico para muitas pessoas e seus problemas, Fátima trata-se, de um local pouco aconselhado, e nunca deve ser muito mostrado às crianças:
é um local mal frequentado (várias dezenas de furtos de carteiras foram registados pelas autoridades na região do santuário);
é local de fortalecimento de fanatismos religiosos, tal é a atmosfera e a banda sonora a condizer quando se chega ao santuário, fazendo logo à partida chorar quem lá entra (ninguém pode gostar de ir lá com a fé em resolver os seus problemas pessoais e chegar lá ficando ainda mais triste);
os problemas físicos são uma relaidade para os peregrinos que se gostam de armar em atletas de alta competição (muitos pensavam que Fátima era mais perto);
As pessoas andam de joelhos quando o que os padrecos daquele santuário querem apenas e objectivamente o sacrifício de "puxar da carteira", muitas vezes do desempregado ou do beneficiário do rendimento mínimo;
As velas já se queixaram várias vezes do calor que lhes fazem passar. Põe as velas dentro de uma fornalha, ficando de cabeça baixa ao princípio depois contorsem-se com dores até se derreterem completamente.
os bispos e toda a classe "papante" têm intenções no mínimo duvidosas, quando, como neste passado dia 13 um deles tratou as crianças presentes como "meus pequenitos e pequenitas".
É um local onde fazem as crianças passarem um "secão" monumental no meio daquela multidão;
No fim acena-se com lenços brancos à santa em cima do andor, depois de se ter obtido o que se queria dela: o cumprir da promessa.
etc...
Para além da Igreja lucrar milhões de contos por ano com este santuário, existem ainda outros interesses económicos que se desenvolvem por arrasto, sempre prontos a esfolar o peregrino:
indústria de coletes reflectores (que os peregrinos vestem);
indústria da cera (ciclo comprar, transportar até à fornalha, derreter);
indústria das águas e terras de Fátima (nas barraquinhas dos vendedores);
indústria dos terços e santinhos;
indústria das sex shops's (ao que parece a nova moda comercial em Fátima);
indústria da restauração e hotelaria;
construtores civis (construção de novos e mais novos alpendres);
indústria da ourivesaria (bordados a ouro dos fatos dos bispos, anéis que empunham, coroas da santa e outros derivados);
etc...
Como tudo isto não chega, agora há várias festas em capelas e igrejas concelhias em honra de Nossa Senhora de Fátima, durante este mês, e em honra dos restantes santos durante todo o Verão. E com isto em que é que batemos mais uma vez? Dinheiro!!! São peditórios dia sim dia não, para além de promessas pagas a dinheiro. E nestas matérias vemos das mais variadas artimanhas para pescar dinheiro. Ao que parece, já não chegava dividirem os pedintes em mulheres e homens, para obter o duplo do lucro, agora parace que querem alargar o peditório de cada festa a grupos como os homossexuais, laranjas e rosas, benfiquistas e portistas. E com isto multiplicam-se os lucros.
Mas depois de toda esta "beatice" barcalhoense", deparámo-nos com Ponte da Barca nas capas dos jornais nacionais, não pela sua devoção, bondade e fé, mas pelos vícios de muitos dos frequentadores das nossas tão vistosas missas. Está-se, naturalmente, a falar da notícia da semana: fecho de um bar de alterne em terras barquenses (o "Luz Vermelha"). Ao que parece esta tão afamada casa estava envolvida em práticas de lenocínio, ou seja, escravização das prostitutas, e tráfico de droga. E agora beato? Olha, e que tal pedir a Nossa Senhora melhores tempos para a prostituição em Ponte da Barca?
E saindo do pecado que a todos tenta, para entrar novemente no campo da fé, que tal orar um pouco antes da acabar de ler este artigo? Reze o Avé Maria com os Buraka Som Sistema:
Venham lá esses santos, venham lá essas lavradas, venham lá essas comesainas!!!
O barquense já está farto de um Inverno sem tradições!
No meio de isto tudo só há uma coisa a dizer. E viva a falta de respeito!!
Vivemos num país livre onde temos liberdade suficiente para exprimirmos a nossa opinião. No entanto há uma coisa que se chama respeito. "Todos nós temos as nossas opiniões, as nossas convicções, as nossas crenças,... Mas todos nós temos que respeitar as opiniões, as convicções, as crenças,...dos outros. Porque cada pessoa é como é, temos que aprender a respeitar os outros pois não temos um mundo só para nós. Críticas todos temos que aceitar; faltas de respeito ninguém deve acatar."
Ninguém pode proibir o outro de dizer o que quer que seja mas quando se abre a boca para dizer mal do vizinho do lado é preciso ter noção daquilo que se diz. Mais do que criticar é preciso saber fazêlo. Uma crítica construtiva é sempre positiva, uma crítica "barata" é perda de tempo e só mostra o quão "baixa" pode ser uma pessoa.