As Escolhas do Professor Barqueiro
Se quiser rir/ chorar:
O Professor barqueiro propõe neste primeiro embarque pelo mundo literário o livro "Fizeram de mim soldado", de Jaime Ferreri, escritor de terras barquenses. Pois não haveria melhor livro para rir/ chorar que um livro escrito por um dos elementos da elite cultural das barcalhoadas. Segundo fontes presentes do mundo literário a circular pela Internet "Jaime Ferreri, que nasceu em Ponte da Barca, em 1946, foi chamado para a vida militar em meados dos anos 60, quando frequentava a Universidade de Coimbra, sendo mobilizado para Moçambique. Ferido em combate, terminou o seu tempo de tropa no Hospital Militar da Estrela. É o relato pungente dessa experiência que nos transmite o seu romance “Fizeram de mim soldado” (1992)". O barqueiro quer apenas por a funcionar as cabecinhas daqueles que lendo isto, e muito mais que este blog tem para oferecer, se podem tornar também barqueiros. Jaime Ferreri é daquelas personagens que passaram a integrar o mundinho da fama barquense após o (semi)desaparecimento da névoa salazarista. Sua infância e educação tiveram as suas bases nos 3 pilares do Santo Portugalinho pré-25 de Abril: Deus, Pátria e Família. Você estará provavelmente a pensar a que se terá devido tal mudança dos seus princípios. Se está curioso pergunte-lhe quando o encontrar na rua. E já agora tire as conclusões que o jornalismo e povinho barquenses ainda não conseguiram sequer por em causa: será verdadeira tal mudança ou apenas aparente? Será que foi o trauma de "guerra"? O barqueiro não arriscou sequer avançar mais do que estas questões a partir do momento que teve acesso a declarações do tipo:
Anónimo (Ti Tone): Quem?! Jaime,....Ferreri,...,Ferreri,...,Jaime,... Já sei! Está a falar do Senhor Doutor Professor Reverendíssimo Ansião Jaime Ferreri. Não é por ser da minha aldeia, mas ele é um homem que dá munto pela terra, e não é por acaso que o Senhor Presidente da Câmara disse na televisão que a Associação dos "Canários" é a melhor do concelho.
Anónimo (Ti Zé): O Senhor Doutor dá munto pela terra. Ele reúne os melhores da aldeia dele e faz os seus teatrinhos com Jesus Cristo e tudo! Tudo igualezinho tal iqual! As pessoas admiram-no porque ele diz que "alinda os livros e as peças que leva à cena com o mesmo amor com que afaga uma videira, faz uma enxertia ou o desbaste de um cavalo". Dá bem para "ber" que ele é um bom "labrador", é um homem do campo que sabe escrever livros, "beija bem"! Eu até me emocionei quando ele disse que difícil era fazer um teatro em que os actores eram analfabetos! Uma pessoa pode não saber "escreber" e ler, e ser muito melhor do que muitas que para aí andam e que não são sequer aquilo que somos...analfabetos, "beija bem"!
Todos os barquenses esperam que continue com as suas obras literárias e teatrais, desde que como exemplo de pessoa bem educada agradeça a todas as figuras da elite politiqueira que permitem manter de pé esta elite cultural que se vem afirmando cada vez mais.
O barqueiro espera que este escritor não leve a mal, pois afinal o 25 de Abril já foi há 33 anos, ou será que as contas estão mal feitas? Desejo de continuação de boas colheitas através das suas enxertias é o que o barqueiro mais deseja.
NOTA: Como Einstein afirmou tempo e espaço são relativos, e neste caso o tempo pode ser bem relativo, pois ainda há pessoas que não viveram o 25 de Abril de 1974, apesar dos 33anos anteriormente referidos.
Para levar mais a sério:
O Barqueiro recomenda uma leitura que fará reflectir o leitor para situações do dia-a-dia que certamente os barquenses, mais do que assistir, já executaram na perfeição. Esse livro não foi, naturalmente, escrito neste concelho, mas sim pelo actor José Pedro Gomes, que participou já em inúmeros sucessos de comédia, como "Conversas da Treta". Se achar que se enquadra num dos Zé Povinhos à boa maneira portuguesa descritos neste livro não se continue a dar como passivamente feliz. Se acha caricato então torne-se também num dos barqueiros.