Afinal não temos praia-fluvial
Afinal, nem sempre o que pareceu uma praia, realmente o foi
Para surpresa de muitos, e para outros que só agora saberão, a Quercus, na sua classificação anual das praias, chegou à conclusão que a maioria das praias da costa portuguesa têm condições para realmente serem chamadas de tal, e que as praias fluviais estão péssimas, na generalidade, havendo só uma nacional que foi classificada como propícia para banhos. Ponte da Barca e Ponte do Lima ficaram incluídas na lista das piores praias fluviais a nível nacional! Nunca se calhar pensou tal coisa, mas é a realidade. Na realidade, uma bonita zona ribeirinha envolvente faz pensar que as águas são também elas de qualidade. É algo muito grave no contexto da saúde pública e do cartaz turístico que representa a vila barquense. Este é o assunto que os senhores políticos da terra devem colocar na gaveta de cima da secretária, para conseguirem aceder melhor e sem o esforço de se baixarem.
Algo confuso é o que a Câmara Municipal diz no seu site:
"Rio Lima - oferece condições para a prática balnear"
Como justificação, e refutação da classificação da Quercus, apresenta o facto de essa avaliação se basear em valores biológicos e fisico-químicos do ano de 2006, e este ano a água do Lima já estar com estes parâmetros dentro de valores aceitáveis.
Todas as classificações das praias são feitas com base em valores recolhidos em anos anteriores. Resta saber se os políticos da nossa Câmara também frequentam praias sem bandeira azul sem preocupação pensando que se referem a valores não actuais, mesmo que garantam a segurança das análises actualizadas. E já agora, se esses valores se referem mesmo às águas do Lima de 2006, onde estiveram os avisos públicos de que a água era imprópria para os banhos?
E nesta altura perguntar-se-á em quem acreditar! O que lhe parece?
Também em volta deste caso, tivemos oportunidade de ler no "O Povo da Barca" uma entrevista ao presidente Vassalo Abreu e ao vereador Lino Freitas (neste último caso, um caso raro de manifestação pública do derrotado das últimas eleições). O jornal distingue mal quem diz o quê, o que se torna ainda mais difícil pela perfeita sintonia entre Lino Freitas e Vassalo Abreu. Tratam-se de adversários políticos que concordam com as mesmas ideias, e isso é de louvar: um caso raro nestes tempos, ainda para mais nestas politiquices barquenses. O que aqui está errado, é que num caso esse sim merecedor de contestação e pedidos de explicação à Câmara, não haja sequer discórdia. Já vimos a sô doutora" Olinda Barbosa e El Mestre" João Esteves a fazerem "pés de vento" por muito menos. Estará Lino Freitas mal ensinado por estes supra-sumos da oposição política. Quem é que entende estes políticos?...