Ponte da Barca "diz amén" com os vizinhos da outra margem do Lima
Como já tinha sido referido pelo barqueiro na semana passada, em Ponte da Barca passou pela cabeça daqueles que vivem a sua cor política 24 horas por dia manifestarem-se com o pretexto da tão falada mas pouco conhecida Carta Educativa. Como o barqueiro previu e mais uma vez acertou esta crise psíquica foi apenas temporária, e não tardou que se volta-se para a nova moda nacional: URGÊNCIAS. No entanto é necessário referir que o barqueiro não acreditou numa manifestação da população barquense devido às diferenças nas "tonalidades" entre Ponte da Barca e outras Câmaras Municipais que se manifestaram contra o Governo. Ao contrário do que estará pensando não foi desta vez que o barqueiro errou. Ponte da Barca recorreu ao velho truque da velhaquice, ou diz amén, de que as pessoas destas terras tanto fazem uso e tanto aperfeiçoam de dia para dia. Quem não conhece alguém, seja outra pessoa, seja ela própria, que não tem que recorrer ao diz amén no final de uma conversa com o vizinho ou com alguém conhecido ou mesmo próximo? Pois esta característica nativa preservada ao longo de séculos, e disseminada a todos no tempo em que vivia Oliveira Salazar, chegou ao rubro nestes últimos tempos com a manifestação contra o encerramento do período nocturno das Urgências de Arcos de Valdevez.
Diz o arcuense:
Ó barquense, tu não "bais" fazer um "pé de bento" contra o fecho das Urgências que o "Goberno" anda para aí a fazer? Não me digas que gostas do (piiii)... do Sócrates!
Diz o barquense:
Ai as Urgências "bão" fechar? Aqui na Barca ainda bem que não "bai" acontecer nada. "Debe" ser porque o nosso Presidente é amigo do Sócrates. Ele tem muitos amigos lá em Lisboa que ele diz que dão um jeitinho aqui para a terra, sabia? Mas não sabia disso aí na "bossa" terra.
Diz o arcuense:
O ministro da saúde tem é que sair de lá! São todos iguais, quando se apanham lá no poleiro "pumba!", todos a malhar no desgarçado! Olhe que eu não "botei" nesses do PS!
Diz o barquense:
Olhe que eu também não! (AMÉN). Eu nem sei como é que o "El Mestre" João "Estebes" perdeu, coitado do "home"! (AMÉN). Mas aqui como deste lado do rio a Câmara é de outra cor acho que não vai "haber" nada. Mas como "bocês" são boa gente "bamos" com "bocês"! (AMÉN). Olhe que isto! (AMÉN). Deus dê juízo ao "Goberno"! (AMÉN).
Como bom povo velhaco que por estas terras do Lima as pessoas são, diz-se amén com todos, apesar de não se querer de maneira nenhuma dar a cara: "ficamos aqui muito bem acomodadinhos na sombra dos outros", ainda apara mais quando o assunto só afecta os outros. E neste caso porque é que só toca aos arcuenses? A cor do Governo e da Câmara da Barca não terá nada em comum? Eis o resultado de mais uma palhaçada à boa moda barcalhoense:
Apesar de desta vez não tocar à Barca o fecho das Urgências, o povo barquense e os políticos barquenses que o governa já nos revelou que se diz amén mas não se dá a cara. Quem não se lembra do IC28 ser inaugurado, e quando se dizia que essa estrada ligava Ponte do Lima a Arcos de Valdevez, o pobre Presidente Armindo, tal como a atitude de todos os restantes, dizia que ligava na realidade a Ponte da Barca? E quem não se lembra de ser noticiado que ao longo da A3/ IC28 seria sinalizado o Mosteiro de Bravães, o Castelo do Lindoso, e outros interesses turísticos? Resultado: só foram conversas típicas do "fim da missinha de Domingo", em que muito se fala, mas depois no devido local e momento não se dá a cara e se diz amén. Hoje a Barca brinda os visitantes com pobres acessos esburacados sem sinalização de tais monumentos e da tão falsamente desejada IC28. Quem quiser que pegue num mapa, ou então que vá até aos Arcos para ver acessos e sinalização minimamente em condições.
Apesar de sabermos que o povinho arcuense pouco mais adianta que o barquense, uma coisa se pode concluir: Ao contrário da Barca, os Arcos ainda vão dando a cara por alguns interesses seus, ainda que a "corzinha" esteja sempre presente.