Foi no dia 26 de Novembro que o executivo de Ponte da Barca se reuniu. Até aqui, nada de anormal. A aprovação do Regulamento de Venda do Direito de Propriedade dos Lotes do Loteamento do Parque Empresarial de S. João/ Salvador é o assunto desta semana. Neste aspecto, aí sim, consegue-se vislumbrar a enorme visão dos políticos da nossa terra. Um Parque Empresarial, ou Zona Industrial, como se queira chamar, em S. João e Salvador é um “sonho” prometido desde os tempos do anterior executivo, e por este executivo actual continuado. Aliás, é algo no qual os dois maiores partidos da terra, o PS e a oposição PSD, têm estado em sintonia. O PS inclui na sua lista de obras previstas e o PSD não quer fazer esquecer esse projecto, como nos dá conta um artigo dos últimos meses de Olinda Barbosa. Parques Industriais ou investimentos económicos do tipo é algo que não “medra” em Ponte da Barca. Talvez por isso os políticos da terra têm tido a ideia fixa de instalar um parque industrial em S. João e Salvador para ver se esses terrenos férteis retirados da “zona urbana” de Ponte da Barca conseguem finalmente fazer pegar, nem que seja um “pezinho” de uma “zonasita industrial”. Grande visão, de facto, a dos políticos barquenses. As zonas industriais costumam ser zonas onde só auto-estradas ou outras grandes vias de comunicação, e onde só há poluição e coisas assim. Enfim, coisas do progresso humano, coisas de uma economia que exige grandes lucros empresariais, e para isso progresso e modernização. Sem desprezo ou inferiorização das referidas freguesias, Salvador e S. João são freguesias que “olham” para o Parque Nacional Peneda-Gerês, em pleno cenário rural e natural de Ponte da Barca. Em resumo… só apetece dizer uma coisa aproveitando palavras simples do povo, que é mais sábio do que muitos: “Parque Empresarial nessas paragens nas circunstâncias conhecidas, só para meter rebanhos”. E de facto, se esse Parque Empresarial for dedicado às actividades económicas do pastoreio e da pecuária, aí sim, o barqueiro pede desculpa pela graçola. Nesse caso é bem visto e bem aproveitada a exploração dessas actividades no cenário conhecido… Mas expliquem-se melhor!... Só para não se andar “às aranhas”.