Depois de dois anos afastado das “lides políticas”, Cabral de Oliveira, o antigo e mítico presidente de Câmara Municipal está de regresso! Apesar de estar de regresso “à competição” após longa paragem (qual Mantorras!), adivinhava-se uma entrada na opinião pública barquense de forma ainda muito verdinha… Para além de poder ter perdido “ritmo competitivo”, era muito mais fácil trabalhar nos tempos de apogeu de “El Mestre” João Esteves. Puras falsidades! Entrada na “competição” política com toda a garra, diga-se até, em plena forma. Jogando todo “ao ataque”, faz-nos esquecer facilmente os aspectos “defensivos”, que, conhecendo-se o seu passado, serão muito frágeis se forem postos à prova. Apesar dos pergaminhos dizerem que a mistura entre futebol e política ser sempre explosiva, a melhor equipa de futebol é aquela que melhor conjugação ataque/ defesa conseguir, tal como deve ser um bom político. Ora Cabral vem revelar apenas como está o seu “ataque”…
Toda esta introdução para se falar dos artigos publicados nos dois jornais regionais, intitulados “A Razão e o Dever…”.
Como complemento à leitura do artigo, este blog, agindo como Cabral “Em nome da cidadania”, faz a lista de armas “ofensivas” usadas contra o actual executivo camarário contrastando com defeitos atribuíveis aos seus mandatos:
“(…) comunidade barquense anestesiada e sem reacção face às opções políticas da Autarquia, preocupada com o silenciamento, com a mordaça, (…) e até chantagem de todos quantos esbocem um erguer da voz do descontentamento (…)” | Comunidade barquense anestesiada e sem reacção face às opções políticas da Autarquia, preocupada com o silenciamento, com a mordaça, e até chantagem de todos quantos esbocem um erguer da voz do descontentamento. Acrescenta-se ainda o “culto da personalidade” através de atribuição do próprio nome a obras públicas. |
“(…) ouço falar em agressividade verbal e em atropelos, protagonizados por quem deveria dar o exemplo (…)” | Ouve-se falar em agressividade verbal e em atropelos, protagonizados por quem deveria dar o exemplo. |
“(…) onde param os analistas e os comentadores(…)? | Onde param os analistas e os comentadores? |
“Que é feito do debate político e da defesa dos princípios e dos valores (…) do concelho?” | Que é feito do debate político e da defesa dos princípios e dos valores do concelho? |
“(…) o Município gaste (…) milhares e milhares de euros com estes arranjos de ocasião que somente parecem servir os interesses de meia dúzia?” | O Município gasta milhares e milhares de euros com arranjos de ocasião que somente parecem servir os interesses de meia dúzia. |
“(…) o Presidente da Assembleia Municipal elabore o projecto do novo edifício dos Paços do Concelho (…) alegadamente, de forma gratuita?”; “(…) considera eticamente correcto que o Presidente da Comissão Política do Partido que sustenta a Câmara Municipal seja nomeado Presidente da Associação Concelhia das Festas de S. Bartolomeu?” | Bem, há bastantes semelhanças entre as acusações e o que foi feito durante os seus mandatos, mas nem tanto! Neste aspecto, não só Deus Nosso Senhor, como muitos barquenses, sabem que há coincidências interessantes nos políticos dos executivos desses tempos. |
“A comunidade barquense acha normal e aceitável o que nos prometem na área da saúde?” | A comunidade barquense acha normal e aceitável o que nos prometem na área da saúde? Foi nestas épocas que se perderam serviços de saúde não mais recuperados e caímos na situação actual. |
“(…) esta maioria defende a criação de riqueza, de postos de trabalho e de condições favoráveis à fixação dos nossos jovens?” | Este executivo defende a criação de riqueza, de postos de trabalho e de condições favoráveis à fixação dos nossos jovens? |
“(…) esta (maioria camarária), mal tomou posse , se tenha preocupado em chegar a um acordo (sobre expropriações da variante do Vade), não aguardando sequer pelas decisões dos tribunais (…)” | Um exemplo de problemas jurídicos?! As recentes notícias do regresso da biblioteca ao seu local original, traz-nos à memória casos mediáticos e jurídicos de outrora… |
“Ninguém tem nada a apontar à encenação montada à volta do Plano Estratégico, um espectáculo que já custou a todos nós milhares e milhares de euros?” | Espera… não houve projectos e planos para o concelho, com grau de “encenação” semelhante, que não nos tenham ido ao bolso?! |
“(…) todos os que, (…) se mostraram tão exigentes, tenham agora, também eles, cedido à mordaça ou virado sócios do clube dos “lambe-botas” e dos invertebrados.” | Não terão existido “lambe-botas”?... Espera… também os houve… Se quiserem um nome de um dos melhores… Jammy Graçoeiro, parece que é assim que se chamava… |
De uma coisa podemos ter a certeza: os políticos fazem-se de ingénuos mas não o são. Pode ser verificado que Cabral de Oliveira serviu-se da sua experiência na Câmara Municipal para o “ataque” político, desta vez do lado da oposição. Pelo facto de ter apostado tudo ao “ataque”, neste primeiro “jogo”, descorou-se na “defesa”, e todas as suas manobras de ataque são passíveis de poder ser usadas pelo “adversário” contra si. Enfim, um erro passível de ser explicado pela falta de “ritmo” após longa paragem nas “lides políticas”. Mas até na política nacional vemos acusações de políticos, cujas palavras poderiam ser usadas para descreverem aquilo que eles próprios andam a fazer. “São todos iguais”, já lá diz o povo.
No contexto que ultimamente temos vivido, o barqueiro pode desde já ir ao encontro do pensamento de alguns barquenses: os políticos começam agora, a meio do mandato da Câmara, a sair de um período de hibernação que se segue sempre às eleições. Já tivemos o “desabafo” de Miguel Pontes, o regresso de José Manuel Maia aos palanques no congresso do PSD, e agora temos o regresso de Cabral de Oliveira. Juntando isto às recentes publicações do cronista e opinador Artur Soares, obteríamos a próxima lista de candidatos da actual oposição. De fora ficam sempre as mulheres, como Olinda Barbosa, que apesar de ter uma actividade política muito mais regular e coerente como oposição com algum sentido de seriedade, acaba por ser quase que “desprezada” face a gente mais oportuna que só surge em força quando “cheira” a eleições, e por isso a “poleiro”.