Terça-feira, 15 de Julho de 2008
Afinal de onde é Fernão de Magalhães?
Afinal de onde é Fernão de Magalhães?
Não. Não é o barqueiro o iluminado que sabe esta resposta, até porque quem realmente sabe da matéria, os historiadores, não reúnem um consenso. Apesar disso todos nós temos assistido ultimamente a um reavivar de memória, talvez uma pouco súbita, que deixou os barquenses a pensarem, no meio deste choque noticioso, que o grande Fernão de Magalhães é da Barca. No entanto, não se entenda este "súbito" como sinónimo de crítica. Este reavivar de memórias para o assunto é muito positivo, merecendo da parte deste blog uma palavra de incentivo para o executivo camarário e todos os intervenientes, para que continuem e ainda melhorem a divulgação de discussões e eventos culturais no concelho.
A cultura é uma área tradicionalmente desprezada no concelho (e até no país), à qual as pessoas ainda pouco aderem quando os raros eventos culturais vão surgindo. A fomentação da cultura deve ser algo começado já, para que venhamos a colher frutos daqui a anos, talvez dezenas, e não no espaço de um único mandato, como a classe política gostaria. E só mais um reparo: não confundam a música, a história, a literatura com o folclore gratuito. Ambos são formas de cultura. Só que a "gratuitidade" com esta última forma tem sido praticada no concelho tem-na tornado quase tóxica, enquanto que as primeiras formas têm sido praticamente ausentes. Sirva-se cultura em doses saudáveis e equilibradas, por favor!
Mas infelizmente, as intervenções do barqueiro nunca se limitaram à distribuição de "rebuçados" pelos que dirigem a vida pública e cívica do concelho. Apesar da positividade da reanimação da discussão histórica em torno de Fernão de Magalhães, o "tau-tau" desta vez vai para a forma como o assunto se divulgou. Os leitores mais atentos certamente que tiverem oportunidade de ler o artigo de A. Magalhães Sant'Ana no "O Povo da Barca". Foram aí apresentadas as linhas gerais daquilo que são os actuais factos provados acerca do nascimento de Fernão de Magalhães e das suas origens familiares. Cada vez mais certas parecem ser as raízes familiares deste navegador em Paço Vedro de Magalhães, no nosso concelho outrora chamado de Terras da Nóbrega. Pertencia à geração dos Magalhães de Ponte da Barca, apelido herdado do pai, e sua mãe, da família Sousa, era também desta terra. Teve 3 irmãos, um deles também ligado à viagens marítimas, e outro que lhe tratara de negócios em Ponte de Lima. Os actuais alicerces da torre de Magalhães constituem o testemunho no tempo das raízes dos Magalhães nestas terras. Apesar da hipótese de Sabrosa estar, segundo muitos estudiosos, a cair por terra, a hipótese de nascimento do navegador no Porto parece estar a ganhar consistência. Mantém-se ainda a hipótese de Ponte da Barca, defendida por alguns historiadores.
Trata-se por isso de um assunto longe de estar fechado. Apenas estará fechado dentro destas 3 hipóteses. Organizemos bem as nossas" ideias" nas prateleiras devidas, e não que não se caia na tentação de reivindicar essas origens para Ponte da Barca com base nas expectativas e nas ânsias dos barquenses, como se viu durante este período de discussão pública. Não se caia na tentação de dizer, como Manuel da Cruz Fernandes, que "À falta de comprovação histórica inequívoca, fiquemo-nos pela Barca, como berço de Magalhães, o navegador." Não inventemos. Temos sim é que conhecer com rigor científico a vida do primeiro navegador a dar a "volta ao mundo", por mar, e ao serviço de Castela.
sinto-me:
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De http://sol.sapo.pt/blogs/oserrano/defaul a 15 de Julho de 2008 às 16:41
Peço imensa desculpa, mas a minha sardinha, para além de ter melhor apresentação, é mais saborosa e mais barata.
Saudações.
De Júlio Graça Moreira a 16 de Setembro de 2008 às 00:06
Viram a festa do 25º aniversário da Escola de Música da Câmara Municipal de Ponte da Barca, na Praça da República, no dia 13 de Setembro, à noite?
Que acharam?
E o "discursinho" do Sr. Vassalo?
Acharam-no adequado para os 25 anos ininterruptos de uma INSTITUIÇÃO que está presente no Concelho desde 1983!
Bem hajam SENHOR Dr. Carneiro (já não está entre os vivos, mas vive entre os jovens que passam pela Escola de Música) e SENHOR Júlio Pires - sem dúvida os grandes obreiros da fundação daquele estabelecimento de ensino - sem esquecer, é claro o grande entusiasta - SENHOR Gastão Guimarães, digníssimo Presidente da Câmara, à época.
De miguel a 15 de Julho de 2008 às 23:54
Gostaria de felicitar em primeiro lugar a frieza da análise... sendo de esperar que se pudesse ser tendincioso... Depois gostaria também de dizer que sou natural de Sabrosa, logo também poderei ser tendencioso... Mas gostaria de lançar uma achega, a maior tese de sustentação do Porto é um testamento em que F. de Magalhães diz ser "vizinho" do Porto, na altura palavra que significava nascido, morador, etc... ok, o testamento é verdadeiro!! e o nosso não?! dizem que não... ok! A família dele viveu em Ponta da Barca, também é ponto assente... Agora já alguém se interessou em saber que há também em Espanha um testamento, dizem também os historiadores espanhois, em que antes de partir para a sua viagem, e como era uso comum à época, em que diz exactamente o mesmo, que é "vizinho" de Sevilha... e agora?! qual era o significado de vizinho no testamento portuense?! só o próprio o poderia dizer!!! agora uma coisa eu sei, há uma casa em Sabrosa com um Brasão "cortado" - (penso ser o termo histórico para isso, não tenho a certeza), e quem conhece Sabrosa sabe que é no interior transmontano, e que muito dificilmente alguém daqui seria considerado traidor à patria, e ter o seu brazão familiar cortado... e mais, há nessa casa vários simbolos maritimos... quem conhece Sabrosa sabe que aqui nem um ribeiro há... agora era a casa de Magalhães?! isso eu também não sei... obviamente... Agora ao que sei, e tenho-me vindo a interessar cada vez mais por esse assunto, se calhar ele até podia ser de Aveiro, Sabrosa, Ponte da Barca, ou doutro sitio qualquer, agora do Porto não me parece, até porque é só arranjar o testamento espanhol, também verdadeiro, como o do Porto, com as mesmas palavras e então eu digo que ele é espanhol!!! e será?! se o fosse os espanhois eram os primeiros a reconhece-lo como tal, coisa que nunca o fizeram!! espero ter dado o meu contributo para que, sinceramente, não veja nesse texto o ganhar força do Porto, mas sim a sua naturalidade, quando muito, é ainda uma incógnita... Os meus sinceros patrabéns, e espero ter contribuido em tão isento texto!
De miguel a 7 de Agosto de 2008 às 17:25
afinal, meus amigos, parece que oficialmente ficou claro de onde é fernão de magalhães originário, com o lançamento do computador Magalhães: Sabrosa!!!
O computador foi lançado em Lisboa, Matosinhos e Sabrosa!!
Enfim, parece-me assim um assunto resolvido, pois não me digam que o governo deste pais, e inclusivamente o estado, se iam enganar em tão susceptivel assunto...
Saudações...
De Júlio Graça Moreira a 16 de Setembro de 2008 às 20:36
Olá bacalhoeiros cá da praça! O comentário que eu fiz ontem "está deslocado"(?)
Só o fiz porque no 2º parágrafo há menção à actividade cultural (feita e não feita cá no burgo).
Desculpem qualquer coisinha.
Sou barqueirito por adopção...
botar farpas