Cidadão Duarte Pio em Ponte da Barca
Mas quem é ele?! É o cidadão Duarte Pio que esteve em terras do Lima, a atribuir o prémio Infante D.Henrique a uma turma da Escola Secundária de Ponte da Barca integrada em instituições de caridade do concelho. Este prémio é a versão portuguesa do "The Duke of Edinburgh's Award - International Award for the Young People", atribuído a jovens que prestam serviços à comunidade. Como mais uma vez aconteceu, o cidadão Duarte Pio voltou a visitar a nossa terra. Aliás, a sua admiração por estas terras não é de admirar. Sentir-se-á como peixe na água, uma vez que veio visitar uma terra ainda rica em "boas famílias". Para quem não se lembra da definição, são famílias que se julgam descendentes de antepassados importantes e superiores ao comum cidadão, que antes de Abril de '74 eram servidos por todos a troco de nada, subjugando os "pobrezinhos" castigados por não nascerem num "berço de ouro". Actualmente todos não passam, ou não deveriam passar de cidadãos, daí que o cidadão Duarte Pio deveria ser tratado também como cidadão, pois apesar de sabermos que descende dos tais "berços de ouro" da realeza, os títulos nobiliárquicos já não estão em vigor. Apesar disso existem, porque como se sabe, em Portugal as raízes culturais são aquelas que mais se custam a romper: Senhor fulano de tal, Senhor doutor, Excelentíssimo senhor, etc.
Neste aspecto em particular ainda está para aparecer um poder político que acabe com o D. Duarte Pio que ganha o seu sustento á custa dos impostos de todos nós por ser apenas um cidadão, tal como qualquer comum dos mortais. É ele o pobre "rei" que não consegue sustentar a sua própria vida de forma autónoma.
O barqueiro quer contudo realçar que não se põe em causa o mérito dos jovens condecorados. Pelos seus serviços sociais merecem ser homenageados, e serão certamente muito necessários nos tempos vindouros, para prestarem o seu auxílio a uma população cada vez mais envelhecida, e por isso carente de cuidados e atenção.
É no entanto de lamentar que para a atribuição de prémios de mérito se tenha que evocar mais uma vez velhas raízes, como é o caso do (alegado D.) Duarte Pio. Será esta a sua única utilidade, já que não conseguirá chegar a rei? Apela-se aqui também para que seja o próprio poder camarário a reconhecer os valores da terra, para que através deles se construa um concelho melhor.