Instabilidade Meteorológica na zona ribeirinha
A ponte está desmoronar-se, o choupal foi cortado… O que virá a seguir? Seca-se o rio Lima?!
Após o tristemente caricato episódio do desmoronamento de uma parte da Ponte Medieval, soube-se que a ponte estava sinalizada há uns anos como necessitando de beneficiação. José Pontes, vice-presidente e vereador da protecção civil, veio dizer ao país, porque se tratou de um assunto dessa mesma dimensão, que a ponte iria estar fechada 3 a 4 semanas para a realização das devidas obras da parte desmoronada. O barqueiro avançou que as contas estavam provavelmente erradas, e hoje o resultado está à vista. O que está prometido, pela Estradas de Portugal, é que o projecto de reabilitação de toda a ponte esteja pronto até ao Verão, para que as obras arranquem antes do próximo Inverno. O que é que se há-de dizer? E o que pensar de políticos que, como José Pontes, dizem em plena Assembleia Municipal acerca da ponte que “Não tenho as melhores aptidões para o mergulho”? E isto já não é má-língua… É algo que faz parte de passar ou não a imagem de seriedade na política…
Ainda que ninguém queira “mergulhar” quando pela ponte passar, a imagem do mergulho devida a uma ponte em “ruínas” não deixa de ser a imagem que Ponte da Barca transparece, no que respeita ao seu nível de desenvolvimento, que não é mais do que estagnado. Infelizmente, a promessa de mudança trazida por uma viragem à esquerda, tendo em conta que a direita governou durante muitos anos, poderá não passar de uma miragem para os que nela acreditaram. E isto “poderá”, porque segundo o Plano Estratégico, recentemente divulgado no “Notícias da Barca”, a maioria dos projectos para o concelho não será concretizado neste mandato, pelo que o apelo ao voto está já a ser feito. Um plano como este é, em verdade, necessário. Mas é concretizável? Não seria melhor definir bem prioridades mais urgentes? Serão todos os projectos financeiramente possíveis e com retorno para o concelho? Parece que estamos condenados à pequenez, e a prova disso é o anúncio da construção de mais um mini-campo de futebol, para além do que já existe… entretanto, a zona desportiva tão almejada e mais necessária onde está?
Mas como nem tudo é mau, há que também saber elogiar… E o destaque do barqueiro vai para a requalificação das estradas EN 101 e 203. Já há muito necessária, a requalificação dessas vias permitirá finalmente ter boas vias de acesso no concelho, principalmente boas vias de entrada na vila. Espera-se assim que os buracos e o mau aspecto dessas vias, para quem vem de visita à nossa vila, por exemplo, acabem.
Regressando à zona ribeirinha da vila ponte está entretanto transitável, mas nas tristes figuras em que se encontra. Tem remediado, e os motoristas de veículos de mais de 2,2 m que o digam! Tem sido um divertimento tentar acertar nas placas colocadas sobre a via. Ponte da Barca teria que aprender a viver sem esta passagem sobre o rio Lima, mas parece que ninguém tem vontade de mudança, por mais pequena que seja.
Entretanto, talvez devido ao facto da zona ribeirinha ser uma zona de instabilidade meteorológica, já não chegava a queda de parte da ponte, e o choupal foi varrido por um fenómeno que o transformou num parque de troncos. Não é que seja uma expressão artística de um qualquer criador, é tudo por uma questão de “segurança”! Segundo o inevitável José Pontes, “Quando se trata da segurança dos cidadãos, não pode haver negligência”. Mais um dos elementos do tão apregoado “postal” turístico de Ponte da Barca que foi perdido: o choupal. Parece que a solução técnica passa pela plantação de “árvores de copa mais abrangente”, tudo patrocinado por mecenas. A ver vamos, nesta terra de fortes e devastadores “vendavais”.