A Páscoa da Paixão de Cristo
Longe de querer "monopolizar" o conhecimento da Páscoa segundo as crenças cristãs, que festeja a ressurreição de Jesus, o barqueiro quer relembrar que se trata de uma data festejada antes sequer do nascimento de Jesus. Refira-se em concreto a Páscoa dos judeus, que festeja, e festejava ainda antes de Jesus Cristo, a libertação e fuga do povo judeu escravizado no Egipto. Lendas à parte (já que a consistência de tais acontecimentos está longe de ser sólida, baseando-se em escrituras com carência de algumas evidências historicamente fiáveis), na freguesia de Bravães realiza-se anualmente a recriação da lenda cristã da morte de Jesus Cristo na Cruz, pelos romanos.
Pela Associação Cultural e Desportiva "Os Canários" de Bravães, com encenação do escritor da terra, Jaime Ferreri, a representação contou com a participação de 37 actores e 25 figurantes, provenientes da própria freguesia. A representação estava prevista para o dia 9 de Abril, na referida freguesia, junto do Mosteiro. Por motivos meteorológicos não foi possível a representação da peça em Bravães. Apesar de tudo fica a nota de excelente receptividade à representação feita cerca de 1 semana antes em Ponte de Lima, vila propícia à presença em grande força do turismo, que infelizmente em Ponte da Barca se nota a falta.
Nota positiva para este evento cultural, que todos os anos põe o nome de Ponte da Barca nos roteiros turísticos.
Mas, como diria o "beato" Artur Alvarães, o barqueiro tem que dar a "Habitual Pincelada". Este ano a "Mui Dolorosa Paixão" contou com entrevistas a intervenientes nesta representação. Jaime Ferreri, figura habituada ao mediatismo concelhio, devida às suas qualidades como escritor, sustentado por correntes de poder político favoráveis (que por exemplo escritores como Sousa Meira não têm), deu entrevistas que incluíram jornais a nível nacional. Mais uma demonstração da importância do evento. Também actores deram os seus testemunhos, como Pedro Silva, que com sacrifício pessoal, segundo a entrevista dada ao "O Povo da Barca", já teve que representar mais que um papel. "Sacrifício pessoal" esse que segundo declarações suas terá sido atenuado pela participação no teatro de entidades ditas de "motivadoras" como a de Jaime Ferreri (como sabem os títulos de "Dr." e derivados caem neste blog), a associação atrás referida ou a junta de freguesia de Bravães. Enfim, por de trás de figuras mediáticas e de organizações passam-se sempre estranhos "jogos de bastidores" que assombram os passados e ameaçam os futuros... O barqueiro espera que não seja este o caso, para que este evento possa todos os anos pelo menos incluir o nome de Ponte da Barca nas actividades nacionais de interesse turístico.