Terminou o forrobodó! Mais, só daqui a 4 anos...
Dia 11 de Outubro de 2009... A hora da verdade para o futuro político do concelho de Ponte da Barca... A hora dos barquenses decidirem quais das duas listas principais, o PS "batido de frutas", ou o PSD do "caruncho", estavam em melhores condições de atribuição da "gamela" camarária.
Foi na noite desse dia que se ficou a saber que Vassalo Abreu e restante lista irão continuar à frente dos destinos da autarquia, com 50,7% dos votos que os barquenses depositaram nas urnas.
E são estas as caras vencedoras, com um Vassalo vitorioso, e muito suado, com um Armada sorridente, e melhor que isso, socialista!, com um José Pedro Amaral alucinado, e com uma Aida Boalhosa como nova cara na vereação, um rosto feminino ofuscando o "velho" José Pontes, pelo menos nesta fotografia!
O barqueiro não vai sequer referir e enaltecer o carácter democrático inerente a mais um acto eleitoral, até porque 35 anos de democracia são anos suficientes para os cidadãos darem como solidificado e como adquirido o sistema democrático em que vivemos. Arrumado que está o assunto da "democracia", em que cada cidadão se expressa através do voto, a temática da "liberdade" é que parece que ainda não é algo dado como garantido pelos cidadãos, particularmente pelos envolvidos nas listas políticas. Nesta campanha eleitoral ouviu-se um sem número de vezes palavras como "mordaça", "repressão", "silenciamento",... enfim, "balas" apontadas à liberdade dos barquenses. Foi a lista do PSD que acusava sistematicamente a do PS de "mordaça", e do outro lado era a lista do PS que acusava a do PSD de ser um o símbolo dos interesses obscuros e corporativistas. No fundo acusavam-se de "salazaristas" uns aos outros, culminado até com uma "Revolução", talvez da "estupidez", de membros do PSD em campanha em frente à Câmara Municipal. A sorte é que as "pedras dançantes" do afamado pavimento exterior à Câmara impediu os "revolucionários" de "invadir" o edifício. É a chamada "asfixia democrática" que veio à baila a nível nacional, e que também não falhou nestas nossas autárquicas. Toda esta temática da falta de "liberdade" e da "asfixia democrática" culminou com o discurso do vitorioso Vassalo Abreu na noite de Domingo: "é o dia da liberdade em Ponte da Barca". Partindo do princípio que foi mesmo o dia da liberdade, as "más-línguas" concluem que foram 4 anos de "não-liberdade", ou de "ditadura", e que agora os próximos 4, esses sim, vão ser vividos já em liberdade!
Por outro lado as opções que os barquenses tiveram, como já aqui foi discutido, foi entre mais do mesmo (PS), entre a mudança para o mesmo que houve na Barca durante anos a fio (PSD), e entre outros que "têm medo" de ter votos (CDU). Por isso não se pode dizer que as opções fossem muitas..., ou melhor, boas. Mas neste capítulo, da qualidade das opções, mais uma vez os candidatos eram míopes, tal como eram em relação à questão da "liberdade", acusando-se mutuamente. Vassalo, no discurso de vitória disse: "eles uniram-se todos, inclusive três ex-presidentes de Câmara e até alguns cadáveres políticos"... Esquecendo-se que o próprio PS, tal como o PSD, também era uma mistura de "gente bizarra": socialistas, com ex-democratas cristãos da direita CDS, e ainda um ex-BE "de bónus".
Estas eleições, tal como as listas, foram também um "batido de frutas". Se não veja-se a quantidade de candidatos nas listas de Junta que já conheceram a sensação de concorrer a cargos políticos pela direita e pela esquerda. É algo que estranhamente as pessoas se vão acomodando, vencendo aparentemente a "sede de poder". E é uma "sede" tal, que durante a campanha se denigrem uns aos outros, passando as ideias, os projectos e o debate para um plano... que talvez até não exista. E no momento de contagem dos votos, sabendo quem ganhou, os vencedores não param, e denigrem ainda mais os vencidos. Os vencidos metem-se então na toca durante 3 anos e meio, e quando chegam as eleições saem da toca para se igualarem aos do poder no capítulo de "denegrir", até porque "cheira" a poder. Entretanto são 3 anos e meio de gestão dos vencedores, quase sem oposição política séria.
As ideias, os projectos, o debate político, esses quase não se vêm. Mas também quem é que notou a sua falta, se quase nunca apareceram durante décadas?! O cidadão até já parte do princípio que isso não existe em política!
Mas como política local não é só PSD e PS (mas até parece mesmo!), a CDU conquistou menos votos que os "brancos"+"nulos". Elegeu um deputado na assembleia. Se os "brancos"+"nulos" fossem deputados da assembleia, seriam a 3ª força política em Ponte da Barca. A CDU local quase nem fez propaganda. Está na hora da CDU se perguntar a si mesma se vale a pena existir. O barqueiro sabe que são os únicos políticos locais com convicções ideológicas e partidárias, até porque nem sabem o que é o "vira" e "re-vira casaquismo". Mas é preciso existirem! Não fosse na Barca já terem sido "canibalizadas" outras duas forças políticas de oposição ao PS e PSD.
Foi nas urnas que os barquenses decidiram, e decidiram Vassalo Abreu e Cia. para continuar.
Fiquem então com mais uma novela de "mal-dizer" com textos carimbados por este blog.
Novela Forrobodó 2009
Um dos democratas-cristãos "retirados" da política, pelo menos oficialmente, fez questão de estar presente na onda "socialista"... para cumprimentar o suado (literalmente) vencedor
Uma dura noite de festejos, onde o vencedor muito transpirou...
E para a transpiração, o "remédio" é a hidratação...com a "fórmula" secreta dos vencedores...
Também as Juntas estiveram na festa.
Uns deram vitórias históricas ao "pseudo-PS", outros foram como independentes (Oleiros), mas não escondiam a sua "costela" de "vassalismo"...