Um executivo empregador
Não chegando os cerca de 250 actuais funcionários camarários, os membros do executivo, e ainda mais os assessores e outros postos que não se sabe bem o que servem, foi divulgado que o plano de contratações da câmara prevê 114 novos postos de trabalho para o ano de 2010. Juntam-se ainda a colaboração da câmara com a Junta de freguesia de Ponte da Barca para garantir uns 30 postos de trabalho, e ainda, talvez, postos de trabalho que irão vir conforme as "necessidades" e que não estarão oficialmente previstas. Esta é das épocas em que na gerência política local mais se fala de "postos de trabalho", o que realmente é estranho... Não é que o barqueiro esteja a pensar na velha piada: "Postos de Trabalho? Não será antes postos de emprego?". É que num momento da situação económica em que se ouve falar da necessidade de empreendedorismo e de incentivo às empresas, as "nano, mini, micro", para criar emprego e riqueza, os governantes não hesitaram e meteram eles próprios as mãos ao "trabalho", no sentido literal da palavras: é a própria câmara a criar postos para todos! A atitude dos governantes está no fundo a ser comparável ao concerto de chapa um carro, que fica até bem bonito, mas que tem o motor cada vez mais doente (que sofisticada comparação...). Neste caso o "motor", o dinheiro público, há muito que está a ser esticado para além das suas capacidades: está gripado! Será mais um belo contributo no país para não criar riqueza, mas sim para estourar à brava a riqueza criada pelo menos por alguns de nós...
Não serão este tipo de empregos que farão Ponte da Barca ou qualquer outra terra desenvolver economicamente. Disso deverão saber os políticos locais. Talvez seja o "populismo" que fala mais alto. Desta forma a câmara municipal torna-se dos poucos, ou únicos grandes empregadores do concelho.
É triste passar pela mente de alguns barquenses, que vêm algum mal nisto, o triste cenário de uma Ponte da Barca estagnada, em que a câmara é que dá cada vez mais empregos, o povo agradece as "cunhas" e os empregos, e o concelho fica para trás... mas ao menos ficam todos felizes. É a receita do "populismo".
Louvados sejais, Fundos Públicos!