Dossier Autárquicas 2009 - o extra-large e último!
"A renovação tarda em chegar ao poder local. Este ano repetem-se 279 das 308 candidaturas autárquicas." in Jornal i.
E essa notícia não se poderia aplicar melhor ao nosso concelho: a mesma candidatura do PS, e, apesar de Augusto Marinho nunca se ter candidatado, pode-se dizer que as suas costas laranjas estão bem (mal) representadas por indivíduos que até já geriram a autarquia durante muitos anos, além dele próprio.
(Anteriores "Dossiers Autárquicos" aqui 1 e 2)
Vassalo, a sua bimby e o seu "batido de frutas"
Socialistas, pseudo-socialistas, pseudo-esquerdistas, democratas cristãos, indivíduos que não sabem onde estão, mas sabem o que querem vir a ter... é esta a lista do PS à autarquia. No fundo, em Ponte da Barca, o partido socialista é Vassalo Abreu mais o "batido de frutas" partidário, que preparou com a sua bimby.
Falando de coisas sérias, o actual executivo tenta mostrar as obras que fez nestes 4 anos, para tentar conquistar o eleitorado. Ainda que muitas delas tenham sido "poios", ou então "obras de Agosto", feitas na pressão do Verão, não se poderá dizer que Vassalo e companhia não tenham dado trabalho aos empreiteiros. Também se pode dizer, infelizmente, que o barqueiro enternece-se a ouvir o actual presidente, e com especial gosto José Pedro Amaral da JS, que dizem que Ponte da Barca nunca evoluiu tanto em tão pouco tempo de poder. Só que há um pequeno problema: o barqueiro também chega sempre à conclusão que o concelho, no fundo, está igual à mediocridade em que estava antes deste executivo chegar ao poder. E por outro lado, dizer que se evoluiu mais nestes 4 anos, quando comparado com cada um dos outros mandatos, peca pelo termo de comparação: é que os anteriores mandatos foram para o muito fraquito, e para fazer melhor basta ser apenas fraquito.
Por outro lado o executivo, e toda a malta ligada a ele, continuou a sofrer das mesmas maleitas de poder que Ponte da Barca sempre sofreu. Quem não se lembra dos "poios" urbanísticos, que teve como principal "bosta" o lar que ficou enquadrado no postal de Ponte da Barca como um bloco enorme de betão por cima da Igreja Matriz?... o lar que seria para ricos e para enriquecer, e que até agora parece que é para poucos ricos, porque não os há (e alguns já estão no Condes da Folgosa) e em vez de enriquecer os investidores, parece que os empobreceu. Há ainda o "poio" do Sá Taqueiro, o "poio" da nova clínica da esquina, na vila, que em época de eleições tem um grande cartaz na fachada com Vassalo a candidato, enfim...
E que dizer da maleita dos empreiteiros/ construtores civis? São a classe empresária em Portugal que mais ciclicamente alternam os seus pontos altos economico-financeiros. Só que com um pormenor: a rotatividade desses auges empresariais parece (só parece!) estar sincronizada com a rotatividade dos partido quando ocupam o poder político. E fechemos as maleitas políticas que já se dão há décadas no concelho com os lugares ditos que o povo diz "por cunha", "tacho", "frigideira", "panela", enfim, uma variedade de peças de um trem de cozinha. Por exemplo, a função pública portuguesa diminuiu quase 50 mil postos em cerca de 5 anos. Houve algum concelho que injustamente teve que compensar o aumento de postos no nosso concelho, evidente pelo menos aos olhos do barqueiro (mas não é só ele que o diz). Quais as melhores "gamelas": as recentes, ou as do passado? Mais um ponto para pesar no momento da decisão de voto...
Mas o capítulo "gamelas" e trens de cozinha ainda não terminou. Há novos desenvolvimentos no conhecido caso de Nélson Armada (discutido já neste blog), em que sendo o cabeça do CDS em Ponte da Barca, comprometeu-se com a distrital a apresentar lista CDS para o concelho, e quando foram a ver já ele estava nas listas do PS, sem que a distrital do CDS fosse sequer avisada. Notícia do Diário de Notícias de 2 de Outubro diz que CDS-PP vai apresentar uma queixa crime contra Nélson Armada, devido à novela de intriga e traição no seio do CDS, que aqueceu este Verão. O líder CDS-PP distrital disse ainda que:
"Esse indivíduo já nem sequer é militante do CDS-PP, estando assim a usar abusivamente o nome do partido.(...) Os nossos parceiros naturais são outros, os nossos parceiros de coligações sempre foram partidos próximos de nossa área política e é com esses que fizemos coligações.(...) [os militantes CDS-PP] não devem deixar de participar nas eleições e, pelo menos, contribuir para derrotar a gestão socialista do município."
Quente! Quente!... esta novela de Verão que se poderá prolongar pelas estações seguintes...
É por estas e por outras, como o BE barquense que também foi "canibalizado" pelo PS local, que a bimby de Vassalo é das boas, até porque faz batidos com várias frutas, mesmo aquelas que se pensaria serem difíceis de misturar num único batido.
Falando do programa, porque esse deve ser um factor de peso para as escolhas de voto, o programa do PS local está bem organizadinho, com algumas alíneas por cada uma das 10 principais áreas de gestão. Pode-se dizer até (e preparem-se rosas e pseudo-rosas, para o que poderá ser um elogio) que o programa deste PS, à primeira vista parece mais claro que o dos adversários laranjas. Pelo menos é mais divulgado, e tem-se falado algumas vezes de áreas como o turismo. Aliás, a estratégia de marketing político deste PS parece estar a ser mais incisiva sobre as pessoas, no que à autarquia diz respeito. Mas também há de tudo neste programa: temos as propostas que a ser concretizadas seriam boas para o concelho, temos aquelas que se iniciam com palavras como "melhorar", "promover", "dinamizar", "apoiar", etc., que são basicamente para encher linhas nos folhetos, pois nada dizem de concreto, não se sabe sequer em que consistem, e assim o eleitor não os poderá responsabilizar por não "promoverem", "apoiarem", "dinamizarem", bem aos estilo da política portuguesa. Propostas como a extensão do IC28 a Lindoso através da melhoria da estrada existente foram de pouca inspiração pelos redactores deste programa, até porque uma IC não passa à porta de casa nem nunca pode servir caminhos particulares e rurais (a não ser que IC seja um "itinerário campestre"). A ponte de Lavradas espantosamente (ou não) não aparece no programa... pois é, é o que dá prometer obras em troca pura e dura do eleitorado local... o problema é que o presidente de junta de Lavradas soube jogar com o PS da autarquia, mas sem se deixar "canibalizar", como outros políticos já falados. Ficou a lição para Vassalo,para o qual prometer obras de milhões para conquistar centenas do votos não deu resultado! Vai ter que lhes pegar por outro lado...
A campanha iniciou-se não se sabe bem quando, até porque durante a campanha para as legislativas já havia automóveis com o nome Vassalo Abreu, dizendo para votar em Sócrates, tudo antes de se iniciar a campanha autárquica. A sorte é que a fraqueza da lista PSD é digna de concorrer com esta lista PS, porque deveriam saber explorar estas (graves) falhas. Iniciaram-se as 2 semanas de discursos incendiados, de comícios, de caravanas, bandeiras, e como não poderia deixar de ser, do chamamento do "trem de cozinha", tanto para comícios com comida e bebida, como para promessas de mais "tachos" e "panelas" para os tempos que virão, para todos se alimentarem. Uma tendência deste PS, e não só, são os arredondamentos por cima, ou melhor, somas extraordinárias, no que diz respeito ao número de pessoas presentes nos comícios. Mais uma prova da forma como a Matemática é mal tratada durante a nossa formação escolar. Relativamente à questão do marketing político, o PS parece apostar mais vincadamente nesse aspecto, pelo desenho e esquema dos seus cartazes e da sua sede de campanha. A sede é na Garagem Bouças, não fosse este nome, Bouças, tão falado na vida política e mediática de Ponte da Barca. São nomes como estes que fazem com que alguns barquenses falem em promiscuidade entre poder e empresários. São nomes como estes que, a seguir ao poder autárquico, têm influencia suficiente nos destino da Barca para serem também responsabilizados da actual situação concelhia.
Mas e se o PS perde as eleições? É que (o barqueiro não sabe se eles sabem) em eleições também se pode perder! A bimby parará de preparar os "batidos", e não se sabe o que acontecerá a cada uma das frutas sem estarem misturadas. Será que alguém irá olhar para as frutas isoladas da mesma maneira? Qual será o seu futuro? Muitas dessas frutas terão que sobreviver tal como faziam antes de se misturarem em batido. Mas enfim, é apenas um cenário, e muitos não os gostam de discutir, até ao momento em que perdem e se vêm obrigados a discutir esse cenário (veja-se Manuela Ferreira Leite).
"Casa" nova com "vigas" velhas
Falando do PSD, e principalmente das suas listas para a Câmara Municipal, é aquilo a que se pode chamar, como o barqueiro já o fez, de "esquadrão do caruncho". Apesar de proporem um novo rumo para Ponte da Barca, e supõe-se que pretendam para melhor, apresentam-se ao eleitorado com as caras do costume, muitas delas que já estiveram no poder em mandatos anteriores a este mandato actual do PS. Aquilo que nenhum dos laranjas quer falar é daquilo que fizeram no passado, pois não pode ser termo de comparação para mentes sóbrias, excepto para o PS actual, que muitas vezes diz que nunca se fez tanto, estando com isso a se comparar aos anteriores executivos, do PSD. Será que a mediocridade que o concelho sempre conheceu se deve apenas a este actual executivo? A resposta do barqueiro e de muitos é não, pois a mediocridade é o único estado que a Barca conhece e tem conhecido, mesmo comparando com os concelhos vizinhos. E agora o barqueiro coloca a questão que se calhar alguns dos barquenses já colocaram, mas talvez nunca foi realmente exposta: Como é que estes políticos têm a "lata" de propor um "novo rumo", uma quebra com o actual atraso, quando muitas das principais figuras são as mesmas que já passaram pelo poder e que contribuíram para a mediocridade da política local, até durante mais tempo que os actuais? É a chamada "lata" de político, com alguns e bons exemplos a nível nacional. A política é como uma droga, é a teta que depois de ser experimentada nunca mais se quer "deslargar". E é por tudo isto que o PSD propõe, no fundo, construir uma "nova casa", mas com "vigas velhas e podres". "Vigas" que por sinal já fizeram parte de outras "casas" de má qualidade de construção, fazendo analogia com um dos braços direitos dos políticos em geral, o ramo da construção civil.
Apesar de tudo, nem tudo são "vigas velhas". Há uma novidade, na qual surge mais uma vez o apelido Bouças. O actual provedor da Santa Casa da Misericórdia, instituição já por si quase domínio do tal apelido (qual Madeira de Alberto João Jardim), tem a possibilidade de se estrear nas lides políticas como possível vice-presidente da Câmara. É mais um exemplo de ameaça de instalação de novos monopólios de poder em Ponte da Barca, tal como estamos infelizmente habituados ao longo de décadas.
Quanto a programas, basicamente temos os mesmos problemas de conteúdo habituais, também apontados anteriormente para o PS. E temos um outro problema , típico do PSD de Manuela Ferreira Leite: o programa é algo tímido. Por um lado no site não há sinais dele, só nomes, caras bonitas, e discursos de Augusto Marinho. Por outro lado, o programa "minimalista" da JSD, tão anunciado e esperado, é tão minimalista que talvez só os membros da JSD o conheçam. Há ainda a promessa de uma zona industrial, aliás, como há no programa do PS. Apesar de possíveis discórdias na localização, ambos prometem um pólo industrial, qual Messias anunciado há décadas. Décadas cruciais para que já existam nos concelhos vizinhos, e para as boas possibilidades de uma zona industrial, que seria a primeira no concelho, fosse asfixiada à nascença por todo o contexto actual. Ainda nenhuma das forças políticas reflectiu se vale a pena fazer, e em detrimento disso apostar noutras áreas! No panorama nacional temos as "nano, míni, micro empresas". Aqui temos "zonas, pólos e parques industriais".
Relativamente à propaganda propriamente dita, quantos dos barquenses não passou a conhecer de cor a letra do hino do PSD. "Paz, pão, povo e liberdade", seria uma boa deixa para o PS de Sócrates comparar o PSD ao tempo da "velha senhora", até porque palavras como "paz" e "pão" são típicas do sentido paternalista da ditadura. A palavras "liberdade" é que parece ter preocupado o PSD local, que numa das suas "arrudas" na vila, para as quais dão muito jeito as feiras, foi para a frente da nova Câmara Municipal reclamar "liberdade!". Parece brincadeira, mas é mesmo verdade! A revolução esteve a um passo de se concretizar, mas as pedras mal assentadas e dançantes do pavimento exterior da câmara não permitiram dar os últimos passos rumo à invasão do palácio do "ditador" Vassalo Abreu. As acusações de falta de sentido democrático em relação ao PS não são novidade. É algo sobre o qual se têm centrado na campanha, quando falam dos defeitos dos senhores do poder actual. E aliás, é algo que está longe de ser novo em Ponte da Barca. O sentido democrático sempre foi muito ténue em Ponte da Barca, mesmo nos tempos que o PSD governou (coroados pelas piscinas "Dr. Cabral de Oliveira"). Mas como não se vive só de passado, e há que mudar, de preferência para melhor, o actual executivo tem sido tão acusado, que algo há-de haver de verdade, julga o barqueiro. E o leitor deste blog até poderá saber mais que o barqueiro. Enfim, os problemas do costume, num meio pequeno, onde o poder corrói e manipula... Seria um bom campo de exploração deste PSD, para tentar conquistar a câmara, que se ganha nas urnas após apresentação de propostas e duas semanas de campanha!... não fossem optar pela "Revolução da Javardice"...
No que diz respeito às caravanas, altifalantes, bandeirinhas (muitas à chuva) e comícios, basicamente é aquilo que se vê no PS. E nesses comícios, também os números nunca pecam por escassez, muito pelo contrário.
Os que a ninguém lembra
João António da Cunha Lobo é nome que vale a pena decorar, até porque se calhar nunca o ouviu, ou então só irá ler o nome dele no momento em que estiver com o boletim de voto. É a CDU de Ponte da Barca, sempre fiel ao estilo discreto, e desta vez ainda mais discreta aos olhos dos eleitores, no que diz respeito à mediatização local dessa candidatura.O barqueiro pensa que é justo falar nesta candidatura, porque em democracia todas as listas são dignas e deveriam ser tratadas e ouvidas da mesma forma e isenção, e nem sempre o são. É algo habitual, e de que o barqueiro pede desde já desculpas, por não ter sequer referido nos anteriores "dossiers autárquicos".
A CDU em Ponte da Barca é uma força política que passa 4 anos na "toca", quem sabe num acto irreflexo de se protegerem dos predadores dos grandes partidos. E podem-se dessa forma gabar que são dos únicos elementos candidatos com alguma dignidade política, e que fundamentalmente estão no partido que representam por convicção e por princípios, ao contrário de partidos locais que têm sido "canibalizados" pelas grandes forças, nomeadamente o BE e CDS pelo PS. É que por um lado são os últimos partidários locais com dignidade e convicções do partido que representam, não tendo a visão "poleirista" da actual vida pública. Mas, talvez vítimas de um recato excessivo durante os mandatos, e depois nas campanhas, acabam por ter pouco peso na hora das escolhas. Além disso sofrem com a tradição local, e em muitos casos nacional, de se fugir do "bicho papão" do comunismo como o diabo foge da cruz.
Desde este blog para a CDU, um bem haja, e sobretudo um apelo: façam mais "barulho" nas assembleias, entrem mais na vida pública, façam-se notar mais, sem nunca esquecer a dignidade e a negação de visão "poleirista" atrás apontada. A pluralidade e a democracia local agradeceriam, e que doentes elas andam!
Juntas de freguesia, 3 primeiros postos, cash extra ao fim do mês, guerrilha civil, ...
São as listas das juntas de freguesia que sabem melhor o que é o trabalho "porta a porta". A seguir aos distribuidores de pizzas e aos Jeovás, é certo. Os candidatos das listas começam por ser cordeiros, cumprimentando tudo e todos na rua, inclusivé, quem sabe, seres inanimados, depois distribuem panfletos e vão no porta a porta com bandeirinhas e "atoalhados", e até nas vésperas há quem conte que fazem porta a porta, com bandeirinhas, "atoalhados" e sabe-se lá mais o quê...
Uma coisa perece ser certa, até esta data (1 semana antes das eleições): a febre propagandística parece não ser tão elevada como em outros anos, mas numa semana muito pode acontecer!
Outra das facetas destas candidaturas são o povo e o falatório. E talvez mesmo em inocência, o povo muitas vezes é muito mais sábio do que se pensa. Mesmo aquele que se deixa envolver na febre politiqueira pré-eleitoral, deixa-se descair para a triste realidade de muitas listas: quem conta são os 3 primeiros. Vá, 3 + 1 de bónus, muitas vezes, até porque o 4º costuma ser o presidente da Assembleia de Junta. Contam porque para além de serem os 3 primeiros são eles que vão ter teta caso cheguem ao poder! E acreditem que a teta é muitas vezes o que mais conta (infelizmente), como sabemos! Basta ver muitos deles na sêde aos lugares remunerados quando lhes chega o convite de candidatura.
Para além da desproporcionalidade de elementos remunerados das nossas pequenas juntas face às responsabilidades que têm, existe outra situação em que essa desproporcionalidade é evidente: as Mesas de Voto Eleitoral. O cenário com que muitas vezes o cidadão se depara é um elevadíssimo número de elementos da mesa face ao trabalho que há para fazer nessa dita mesa (qual última Ceia!).
Para concluir estes "dossiers autárquicas", resta referir alguns aspectos. Em primeiro lugar que muitas das abelhinhas partidárias que pousaram neste blog, e que foram para a "colmeia das abelhinhas", acalmaram um pouco, pois andavam demasiado assanhadas. Sejam elas as mesmas ou não, existem agora umas "abelhinhas" mais disfarçadas, menos assanhadas. Podem estar tranquilas que podem continuar a comentar, mas caso se tornem assanhadas, ou seja, fazer propaganda gratuita à custa do blog, irão directamente para a "colmeia", onde há mel do bom.
Por outro lado, o barqueiro tem a dizer que não vota (pois é uma personagem ficcionada; o mesmo não se pode dizer do seu criador), mas se votasse já podem imaginar a escolha: ele acha que seja qual for a equipa eleita, o rumo será infelizmente semelhante, até porque as 2 listas já deram as suas provas no poder!
De notar, que existem ainda mais algumas escolhas: o voto na CDU, que sofre de apagamento e apatia no nosso concelho, mas ao que parece sem intenções "poleiristas", e os votos de "protesto", onde há o voto nulo, onde muitos aproveitam para expressar os seus dotes "artísticos", ou o voto em branco, tal como o nobel Saramago o esmiuçou numa das suas obras.
Por isso existem muitas escolhas... resta a cada um ponderar, e que sobretudo ninguém fique em casa à espera que os outros decidam por si!
08/10/09
Esclarecimento aos mais "aflitos":
O barqueiro vem por este meio esclarecer aos mais "aflitos" que este blog não vai acabar! Aliás, nunca tal foi dito pelo barqueiro neste blog. Apenas se anunciaram férias, não o fim da "má língua"! Será apenas um curto período de interrupção, para ganhar fôlego e dar um ligeiro arranjo à imagem do blog, depois de 3,5 anos de muito "dar ao serrote".
E para todos os leitores, aqueles que andam aflitos à procura de apanhar o barqueiro com a "boca no tacho", para aqueles que muitos nomes apontam ao barqueiro e para todos os que entram aqui que pensam de forma ponderada sobre o que o barqueiro aqui escreve, concordando ou discordando, fica o AVISO de que no fim de semana 17-18 de Outubro este blog irá fazer o balanço das tão fervorosas "Autárquicas 2009" (1 semana de silêncio para deixar assentar a "poeirada" da crucial noite de Domingo). E depois sim, vêm as férias, que se espera estarem esclarecidas.
(Mais "Abelhinhas" partidárias que por aí voam em vésperas de eleições Aqui.)
Dossier Autárquicas 2009
volume II
As eleições locais aproximam-se, e é neste contexto que o barqueiro "edita" o seu 2º volume do "Dossier Autárquicas 2009", após o seu 1º e talvez "afamado volume". Se esse primeiro volume foi para o fraquito, este 2º volume não ficará atrás. Sejam fracos ou não, estes artigos de "má língua" já deram para tudo: desde acalmar algumas "abelhinhas" partidárias que encontraram este blog para pousar, e até para um deputado da Assembleia Municipal entrar no debate deste cantinho da blogosfera.
Casos acessórios à parte, estamos a entrar no mês que antecede o das eleições autárquicas, o que se nota bastante bem nos últimos jornais locais editados. As mensagens de S.Bartolomeu desfilaram, em grande número e com grande carga de propaganda. Cada figura da vida pública e política de Ponte da Barca queria provar que ama e estima mais o cidadão barquense do que os adversário políticos. No "Notícias da Barca" tivemos até oportunidade de ler, em páginas seguidas, a mensagens de eleitores, uns descontentes pelo regresso de velhos "dinossauros" políticos, outros agradecendo (imagine-se) o trabalho da actual autarquia: "(...) muito contentes por ver a nossa Barca tão linda e tão airosa.". Outros ainda vindos de famílias de "animais políticos" como os Freitas de Amorim, discutindo as ideologias políticas, que é certo que hoje se esbateram, mas exorcizando os leitores possuídos pelo demónio do "socialismo", bem ao estilo de um democrata cristão vindo do tempo da "Velha Senhora", que teme tudo quanto venha da esquerda política.
Passando para o "dossier autárquicas" propriamente dito, as listas candidatas foram lançadas, só as ideias e projectos é que ainda não... mas quem é que liga às ideologias, ideias e projectos?! O típico cidadão partidário e o típico político barquense estão é sedentos de ver as "cabeças" adversárias a rolar nas eleições!
Mais "Salada de Fruta"
Será que iremos ter o actual executivo 8 anos seguidos à frente do poder autárquico? O povo o dirá, e é isso que lhe é pedido pelo PS concelhio. Vassalo Abreu pede na sua campanha "Força para continuar", pois assume, no tradicional e catita texto de introdução de campanha, que tem feito um bom trabalho por Ponte da Barca e que não seria sensato não pedir mais um mandato aos barquenses para que os seus projectos de governação possam ser concluídos. Esta base de discurso poderá ter o seu sentido, até porque dificilmente um executivo pode explanar todo o seu projecto e capacidade de governação em apenas 4 anos. Mas será que os barquenses estão convencidos de que o percurso de 4 anos pode ser um bom indicador dos próximos 4 anos que virão? É esse trabalho de campanha que o PS tem feito até agora, e que parece que irá tomar como estilo para a Campanha Eleitoral. Nos cartazes lá aparece o PS do poder, personificado em Vassalo Abreu, que mostra com o seu bracito as obras que foi fazendo no mandato. E até nas entrevistas que tem dado aos jornais locais fala muito do que fez, das suas obras, particularmente as de betão que é o que mais sai à vista do eleitorado. Obras é algo que de facto ninguém pode dizer que não foi feito. A poucos meses das eleições os barquenses foram "bombardeados" com betão, alcatrão e máquinas, um turbilhão de projectos que supostamente deveriam ser executado segundo o tão afamado Plano Estratégico. Temos a Porta do PNPG, à espera de inauguração, temos o Quartel de GNR , feito com a devida imponência para "esmagar" o eleitorado que por lá passa, temos a nova Câmara Municipal rosa (por coincidência ou não), e temos os ainda não terminados centros escolares, creches e lares, equipamentos sempre necessários. Temos o arranjo das entradas este e sul da vila, há muito necessários. O turbilhão de obras nos últimos e derradeiros momentos do mandato veio confundir, ou não, a cabeça de muitos barquenses. E veio também esbater as lembranças dos "poios" urbanos do novo lar na vila + prédio do Sá Taqueiro de bónus, veio esbater a falta de progresso económico, seja comercial, industrial e/ou turístico em que Ponte da Barca continua, veio esbater velhos símbolos de poder que continuam em Ponte da Barca, como os construtores civis que periodicamente e de forma alternada experimentam um crescimento na execução de obras públicas, veio esbater as politiquices que deram continuidade a décadas de "tacho" e jogos politiqueiros neste concelho, veio esbater o abate do postal que era o choupal, veio esbater alianças políticas menos esclarecidas demonstradoras da falta de ideologias políticas que actualmente se vive. A ver vamos se o turbilhão de obras esbateu assim tanto estas e outras más lembranças deste mandato, até porque obras são muitas (acabadas é que ainda não se vêm).
Nas entrevistas dadas aos jornais por Vassalo Abreu, muito se fala desse tal turbilhão, e pouco se fala daquilo que são os programas e projectos para os próximos 4 anos. O facto de se anunciar o Turismo como próxima prioridade parece positivo. Para já sabe-se do projecto de hotel e spa que será financiado através da EDP em Entre Ambos-os-Rios, que a concretizar-se seria uma óptima notícia. Mas de concreto pouco se sabe de planos de reanimação do turismo no concelho. Aliás, no "Notícias da Barca" chaga-se ao ponto do jornalista fazer apreciações e balanços pessoais para introduzir questões ao presidente de Câmara. No meio de algumas páginas de questões, apenas 1 ou 2 questões referentes ao futuro, e no "O Povo da Barca" o mesmo número de questões. No site oficial da candidatura, só os nomes das várias listas e fotos de comícios. Ideias, projectos, planos ou algum tipo de conteúdo relevante são escassos. Mais uma vez o populismo vai à frente.
Mas como o subtítulo desta parte do artigo é "Mais Salada de Fruta", o barqueiro não poderia deixar de tocar naquilo que os políticos da terra têm tradição, que é misturar e misturarem-se.
Em primeiro lugar misturam cargos de gestão política com cargos partidários, o que só por si é um erro gravíssimo, que denota falta de noção dos poderes que se ocupa, dos seus estatutos e separações. Exemplo mais do que evidente disso mesmo foi uma notícia do último "O Povo da Barca" com o título "Praça da República repleta na apresentação das listas do PS". À primeira vista nada de errado: mais uma notícia da actividade de um dos partidos candidatos às próximas autárquicas... Não fosse vir no final, como autor, o "Gabinete de Imprensa da Câmara Municipal de Ponte da Barca". Isto é a Câmara Municipal, instituição pública, ao serviço de um partido!
Por outro lado a "salada de fruta" continua com a mistura partidário-politiqueira que por ai vai nas várias listas do partido no poder, o PS. Nas listas às Juntas de Freguesia o barqueiro propõe o exercício ao leitor de verificar a existência em quase todas elas (se não todas) de elementos que já vestiram uma variedade de "camisas", seja no apoio oficial ou no não oficial a partidos. A questão não é ser-se "troca-tintas". A questão é que ao vestir-se uma "camisa" partidária pressupõe-se "vestir" também uma linha de ideologias. E como se não basta-se, essa troca de "camisas"/ ideologias é grande parte das vezes feita entre a esquerda e a direita políticas. Se trocar de "camisa" é tão fácil, de ideologia já não deveria ser a mesma coisa! E não é! Porque quem muda tão facilmente de "camisa" não possui ideologia. Marinho Pinto, o famoso bastonário da ordem dos advogados, tinha razão quando disse que o binómio dinheiro-poder é o que governa actualmente a política. É mesmo o desejo de dinheiro-poder que passa à frente ao carácter e ideologias dos mais fracos de espírito, para que consigam estar mais perto desse dinheiro-poder. E é por isso que os partidos actualmente perdem a carga ideológica que têm, e as pessoas estão descrentes! Hoje não se sabe o que é estar próximo de partido x ou y, o que é ser de direita ou de esquerda. À parte disso existe ainda o fenómeno de vinganças politiqueiras, em que se concorre por outro partido/lista como forma de vingança ou símbolo de conquista, despindo-se mais uma vez o carácter ideológico.
Mas descansem os maiores partidos do "centrão", o PS e o PSD, porque também os há nos restantes partidos. Basta ver o CDS-PP e o Bloco de Esquerda barquenses.
Comece-se pelo BE barquense, sobre o qual há pouco a dizer. Voz de oposição algumas vezes elogiada neste blog, foi também ela "comida" pelo poder. António Rocha, líder da bancada do BE, está na lista candidata para a Assembleia Municipal pelo PS. Quanto ao BE deixará de existir em Ponte da Barca, isto porque nem se trata de uma aliança oficial BE-PS. É mais um esquema do estilo PS-CDS, em que elementos de um partido abandonam o seu partido para se integrarem noutro, nem se podendo falar em coligação de partidos. É por isso que se pode dizer que o PS actual é uma "salada de fruta" PS-CDS, e poderá vir a ser PS-CDS-BE, mas com o nome oficial apenas de PS. Cada um é livre de escolher e seguir o seu rumo, é certo. Mas mais uma vez, infelizmente, o carácter e as ideologias foram atiradas para o "esgoto" da política, em detrimento do tal binómio. E depois a descrença dos cidadãos na política cresce, pois cresce...
Para mudar de assunto, que já começa a pesar, pode-se acabar de analisar o separador PS deste dossier com a bonita novela CSD-PP, distrital vs concelhio, que animou este Verão. Segundo as fontes noticiosas, o CDS-PP não apresentou listas para a autarquia de Ponte da Barca porque quando a distrital do partido foi ver as listas do PS para a nossa câmara descobriu lá o nome do líder do CDS em Ponte da Barca, Nélson Armada. Segundo notícia da Rádio Geice "a dois dias de terminar o prazo para entrega das listas às Eleições Autárquicas, Nelson Armada terá garantido ao presidente da Distrital do CDS-PP que elas seriam entregues. No entanto, e para além da lista do CDS nunca ter dado entrada em Tribunal, Abel Baptista foi surpreendido com o facto de Nelson Armada estar inscrito, mas nas listas do PS. Um caso que Abel Batista já encaminhou para a Direcção Nacional do CDS." Mais uma vez atirou-se as ideologias e o carácter político para o "esgoto", ainda para mais tratando-se supostamente de um líder de um partido. Numa notícia já deste mês, dada pelo site da rtp (a falta de carácter político é também um problema do CDS-PP distrital) parece que agora a versão oficial do CDS desta novela passou a ser que o CDS distrital apoia explicitamente o PS concelhio e os elementos do PP lá "integrados". Segundo a mesma fonte "Contactado pela Agência Lusa para comentar esta situação, o presidente da Distrital, Abel Baptista, escusou-se a fazê-lo, prometendo no entanto "novidades" para depois das eleições.". É Nélson Aramada seguindo as pisadas de outros democratas cristãos como Ricardo Armada e José Manuel Amorim. No fim de contas, uma palavra: "hilariante".
O Esquadrão do "Caruncho"
Com vista a ninguém ficar a perder, a vida do PSD concelhio rumo às autárquicas 2009 também não escapa à "má-língua" deste blog. Não é que dê particular prazer ao barqueiro falar mal do PS ou do PSD. A questão é que, infelizmente para o concelho, põem-se a jeito. O "Esquadrão do Caruncho" é um dos possíveis nomes jocosos para as listas do PSD, em particular para as municipais. Da lista de candidatos efectivos à Câmara Municipal só 1 é inteiramente novo nestas andanças, António Bouças. O resto são tudo figuras políticas que já fazem parte da "velha escola" do PSD. Os velhos "dinossauros" de outros mandatos por lá andam, com Cabral de Oliveira à cabeça, Adelino Esteves e até Jammy Graçoeiro. Nomes à parte, porque não são os nomes que estão em causa, mas sim as competências demonstradas por equipas em tudo semelhantes do passado, será que esta lista trará de facto um tão necessário "Novo Rumo P'rá Barca"? Ou não haverá o grande risco de ser trazido o mesmo rumo que estes políticos seguiam no tempo em que andaram pelo poder? É que a memória de político parece ser curta... É que a situação de atraso do concelho em relação aos vizinhos não foi construída unicamente neste mandato que agora termina!... E que dizer do novo elemento nas lides políticas, candidato a vice-presidente, que é António Bouças? O também actual provedor da Santa Casa da Misericórdia passaria também a ser vice-presidente da Câmara... Sabemos o quanto é perigosa a acumulação de poderes em meios pequenos como Ponte da Barca. Vem-nos à memória velhos senhores que basicamente tinham (ou ainda têm) a Barca nas mãos. Convém avisar que o barqueiro não tem nada de pessoal contra esta figura da Barca,... só algumas críticas (se se recordarem) à Santa Casa da Misericórdia,... que aliás é uma instituição com estatuto de "sua santidade", em que parece que ninguém pode tocar/ criticar.
Analisando por alto as várias listas do partido às Juntas de Freguesia, mais uma vez salta à vista o fenómeno do "troca camisas" descrito anteriormente para o PS. Troca-se a "camisa" em detrimento do carácter e das ideologias, e em favor, quem sabe, do poder. Já no PSD não é tão evidente o fenómeno do "canibalismo" sobre outros partidos, como é no PS, no que diz respeito às listas da autarquia.
No que diz respeito aos programas, ideias e projectos, é algo até agora secundário, tal como até agora é no PS. Para já importa mais ser populista, divulgar as caras, praticar a política da "fulanização". Até o programa de 10 medidas para a juventude, que supostamente iria por a JSD a elaborar um programa minimalista ao estilo de Manuel Ferreira Leite, parece até agora ter sido deixado para segundo plano.
E como importa ser populista, porque isso é que dá votos, é já no Domingo uma Festa Convívio de Apresentação das Listas do PSD, após o PS também o ter feito. E o PS que se cuide, porque este comício vai ser melhor!... Porque vai ter porco no espeto, sardinha assada e fêveras ao som de boa música popular!
A política barquense (ou melhor: politiquice, corrida ao "poleiro", ou que melhor entender) está quente, mas ainda tem muita margem de progressão para aumentar de temperatura nas próximas semanas!... Por isso ainda vai haver muito e bom material para rir/ chorar...
Dossier Autárquicas 2009
As épocas eleitorais estão à porta, como já todos se aperceberam pelas "abelhinhas loucas " que começam a pairar por aqui e por ali. Falando em particular das autárquicas, que mais directamente dizem respeito ao nosso concelho, é mais um dos momentos cruciais para o futuro de Ponte da Barca. O que é verdade é que em todos estes anos de democracia nenhum acto eleitoral quebrou a mediocridade pela qual a gestão autárquica se tem caracterizado, apesar do poder que o voto pode ter.
Por que será que o voto do cidadão barquense não tem esse poder de manifestar o descontentamento e a pretensão de um rumo diferente? Os políticos certamente escapariam à questão, dizendo algo como "o povo é soberano; a sua decisão deve ser respeitada". Não discordando desta "costela democrática" que todos se gabam de ter, o barqueiro arrisca-se a avançar uma hipótese para a falta de utilidade do voto. Infelizmente a resposta poderá estar neste blog, nas secções de comentários a artigos. Basta ler muitos dos últimos comentários, para ver algumas das tais "abelhinhas". São as "abelhinhas" que durante quase todo o mandato andam silenciosas e recolhidas às suas "colmeias", são até capazes de dizer "ámen" à velha máxima de que "são todos iguais, os políticos" na conversa de esquina, e só elas parecem realmente saber a receita para um concelho melhor e para o bem, e só o bem, de todos os barquenses. Só quando cheira a eleições e época de propaganda é que se começam a ver, por aqui e por ali, apoiando ferverosamente as medíocres forças políticas de "sempre". E é mais ou menos assim que se vai perpetuando a política que temos: a da espiral "poder-dinheiro-poder", como já disse o bastonário Marinho Pinto.
É basicamente esta a base do descontentamento político do barqueiro, e pelo qual tenta fazer crítica e opinião num blog. Sendo um blog, trata-se também de um espaço aberto a todos os que pela net navegam. Tudo é permitido, desde opiniões políticas, sociais, económicas, gastronómicas, elogios, críticas, até falar sobre a "apanha da nêspera". Como sabem, este não é blog partidário, por isso, no que toca a propaganda as "abelhinhas" vieram bater à porta errada. Mas como o barqueiro não gostaria de apagar material deixado pelos seus leitores, a partir de agora, todo o material "propagandístico" será reencaminhado para o post/ artigo "A Colmeia das Abelhinhas".
Arrumadas que estão as "abelhinhas", passemos à opinião do barqueiro acerca dos partidos candidatos.
Augusto Mariiii... ou Cabral de Oliveira?
A dúvida deveria ter sido desfeita no dia 20 de Junho, no jantar de apresentação oficial do candidato à presidência da Câmara pelo PSD. Parece que o candidato oficial, segundo aquilo que mais de 500 pessoas entenderam, de entre apoiantes e jornalistas, é mesmo Augusto Marinho. No cartaz de propaganda, quem realmente aparece é ele, ou o pelo menos o seu clone em Photoshop. O discurso parece assentar na mesma base que o "mestre" Cabral tinha construído até aí, principalmente através dos seus artigos de "ressuscitação política" nos jornais locais. A "mordaça", o "despesismo", o "hipotecar do futuro" e a "bufaria" são basicamente os pilares em que assenta o discurso feito em relação ao partido opositor no poder. Com eles, e segundos eles próprios, tudo isso acabará, e o desenvolvimento do concelho arrancará. Só ainda não se sabe bem como. Esperemos pelo programa eleitoral que propõem para os barquenses, já que projectos concretos de governação infelizmente ainda não foram devidamente revelados. Uma coisa desde já se pode concluir em relação a estes "novos" pretendentes ao poder (se é que se pode chamar de "novos"!): são extremamente católicos, visto que o velho ensinamento do pároco "não olhes para o que eu faço, olha para o que eu digo" se lhes aplica na perfeição. Toda esta "velha malta", que se quer disfarçar de "nova", sabe apontar muitos dos defeitos do actual executivo, só que muitos desses defeitos foram também seus quando passaram pelo poder. Sim, porque parecendo que não, toda esta "malta" já esteve no poder e tem a sua quota parte de responsabilidade na mediocridade actual. Ou melhor, parece mesmo que passaram o testemunho dessa mediocridade ao actual executivo. Realismos à parte, falemos da febre partidária. Pelas imagens do Jantar de apresentação, os níveis "febris" estiveram altos, como acontece sempre que há comida, bebida, muita gente e bandeiras. E deverá ser para aumentar...
A "missão" Augusto Marinho ao poder está lançada. E parece assentar numa forte vertente tecnológica, com locais na net, como site oficial, blog e até twitter. Veremos se fará assim tanta diferença na realidade do nosso concelho. A julgar pelas fotos na web, o mais fotogénico parece ser o "velho" Cabral de Oliveira. E mais do que isso: a julgar pela actividade partidária, Cabral de Oliveira parece ser até o candidato à presidência. É que antes e depois da apresentação de Augusto Marinho só tem dado Cabral de Oliveira. É ele que é a voz do partido para as próximas eleições. É ele que "abafa" Augusto Marinho nesta propaganda partidária do PSD. É que com expressões como "Chorrilho das promessas" (in Notícias da Barca, 24 de Julho), Cabral de Oliveira "abafa" qualquer um! E para tornar Augusto Marinho cada vez mais um "beto" JSD, foi mais uma vez Cabral de Oliveira que fez notícia com o PSD local mais recentemente, ao anunciar a candidatura à Assembleia Municipal. E com a frieza, ou... como é que se diz..., "lata" própria de um político disse "Sou candidato em nome da seriedade, da transparência, do rigor...". Mais uma vez a velha máxima do pároco vem ao de cima: "Não olhes para o que eu faço (ou fiz), olha para o que eu digo". Pode-se dizer que disfarçar é coisa que o muito experiente Cabral de Oliveira ainda não domina na perfeição. Isto porque ao tentar disfarçar o facto de basicamente ser ele o PSD concelhio, tendo como presidente do plenário a "mulher d'armas" Rosa Arezes, ter dito em relação à sua candidatura à assembleia municipal "Resolvi (...) aceitar o convite que me foi formulado pela Comissão Política do Partido Social Democrata".
Entretanto mais uma figura do PSD foi definitivamente "seca" pelo PSD/ Cabral de Oliveira: Olinda Barbosa. Em geito de despedida da vereação da câmara escreveu para o jornal com o título: "Final de mandato. Onde paira a maioria PS?". Seria também caso para os preocupados com o PSD local perguntarem "E onde vais parar tu depois de terminar este mandato?".
Por último, outra coisa que o período pré-eleitoral trás é a emersão à praça pública de algumas figuras dos partidos. Desta última foi Francisco Fernandes, que no discurso na Assembleia Municipal, publicado no Notícias da Barca, disse "(...) este executivo contratualizou com uma entidade privada a elaboração de um plano estratégico, admitindo, assim, não ter (...), capacidade nem qualquer projecto para o desenvolvimento sustentado do Município.". Mais um belo recorte da política local, no qual um deputado da assembleia municipal critica um dos poucos exemplos de boa política do actual executivo, na base de qualquer boa gestão: realização de estudos, idealmente multi-disciplinares, para levantar as necessidades e prioridades de uma gestão, e ordenar medidas consoante as prioridades. Ainda para mais usando essa crítica como atestado de incompetência do executivo que a encomendou. Apesar da gestão actual ser duvidosa, muito criticável e algo caótica, a crítica usando a execução de um Plano Estratégico é o fresco da gestão política feita em "cima do joelho" que até hoje tem sido praticada.
Um Executivo dos buracos e dos empreiteiros
Do executivo actualmente no poder muitas obras se estão nesta altura a ver, nomeadamente no campo do betão e do alcatrão. Aliás, apesar do barqueiro não possuir os dados exactos, este é aparentemente um dos mandatos em que mais se gastou em betão e alcatrão. Temos a nova Câmara Municipal, inaugurada antes de acabada, temos o novo posto de GNR, que atendendo às dimensões mais parece um posto de comando distrital, temos os centros escolares e lares de idosos, que vão começando a ser construídos, temos também as remodelações das entradas sul e este da vila. Os apoiantes deste executivo, ou como atrás se disse, as "abelhinhas", neste caso as do PS barquense, até poderiam estar aqui a acrescentar mais obras. Fiquemos apenas por estas que já são suficientes. Relativamente à Câmara Municipal muitos euros foram gastos, inclusivé em mobiliário. Já a qualidade de contrução (querendo o barqueiro armar-se em pequeno empreiteiro) deixa a desejar, a menos que a aparante "mobilidade" da pavimentação em pedra da câmara e do largo do Urca seja uma nova forma de construção. Os centros escolares, posto de GNR e lares, sim senhor, venham eles. Mete alguma impressão ver mais de 3 milhões de euros só para a construção de 2 destas infraestruturas, como foi noticiado há poucos meses. Talvez seja a costela do português provinciano dos nossos políticos, que sempre se lamentando da crise e da falta de dinheiro não põem de parte as suas "extravagâncias". Ou talvez seja a habitual necessidade de mostrar estradas e boas e grandes paredes de betão, para o "povo" se iludir na sua decisão eleitoral. Relativamente às entradas da vila, finalmente temos entradas decentes para uma vila, particularmente a este, que já está praticamente pronta. Independentemente das críticas que se possam apontar ao desenho do projecto em si, finalemente temos bons passeios e bom asfalto. Falta agora a entrada sul, que já anda em obras (finalmente a mítica rotunda de plástico acabou!). A entrada oeste também merecia uma intevenção futura do género.
Enfim, o frenezim pré-eleitoral do betão está ao rubro, com a execução de obras de forma algo caótica, fugindo aparentemente a qualquer tipo de planeamento estratégico. Milhões andam a ser gastos. A curto prazo veremos que resultados práticos trarão para o concelho. Como não podia deixar de ser, quem também anda muito ocupado neste período pré-eleitoral, para além dos políticos, são os empreiteiros. Basta ver as construções do boss Artur Freitas, para vermos quanto a câmara municipal conta com a ajuda deste "obreiro" do nosso concelho. Enfim, cada mandato, cada executivo tem o seu "obreiro", e este mandato é do referido. Referência ainda para um outro "obreiro", ou melhor, sociedade familiar de "obreiros" que tem saído quase do anonimato no mundo das empreitadas neste mandato autárquico. Apesar da qualidade das obras ser muito duvidosa (como o exemplo do largo do Urca, ou então o restauro da ponte medieval), são a eles que devemos muitas obras que vão sendo construídas. É este o poder que a política tem.
Mas o barqueiro não se esquece das "preocupações sociais" que pairam no ar. Veja-se a "malta" do CDS barquense, cujo partido não premiava o seu esforço e dedicação pelo concelho. Onde foi que arranjaram esse "premeio"?... no executivo PS. Cargos de vereação, presidência da Associação Amigos da Barca, que ninguém sabe muito bem para que serve, e ainda gerência e criação de "emprego" (chamem o que lhe quiserem) com a construção de novos lares previstos.
Quanto à posição do executivo no que diz respeito à criação ou não de indústria no concelho, ninguém sabe muito bem o que têm na mente, ou se têm alguma coisa. Aposta definitiva no turismo como actividade económica central do concelho ainda pouco foi visto (excepção para a promoção da vertente histórica na produção hidroelétrica, em Paradamonte, e o Festival de Música Celta). Falta estratégia nestas áreas. E a ponte de Lavradas? Um "presente" que Vassalo queria dar a Lino Ventura, sem olhar para o preço... o problema foi agora que olhou para o preço... Agora, ponte de Lavradas, talvez só se for de canas. O projecto da Zona Desportiva foi aparentemente abandonado. Com várias datas de início anunciadas, nenhuma delas foi verdadeira, e desta última decidiram-se por uma pequena remodelação do que existe. Caiu-se mais uma vez no erro de não seguir um plano, uma estratégia de execução das políticas e das obras. Agora que as eleições estão à porta, quer-se fazer todos os projectos impossíveis de fazer num mandato: começa-se a meter em obras tudo quanto é sítio, e pelo caminho outros projectos ficam pelo caminho. Quer-se mostrar que se fez mais betão que no mandato anterior. E assim o concelho tem navegado, navega, e há-de provavelmente continuar a nevegar, pelo menos nos próximos anos.
Entretanto, não só no PSD alguns "ressuscitaram". No PS foram logo 2 de uma só vez. O regresso de Miguel Pontes (quem não se lembra do caso Miguel Pontes - Isabel Pedro? http://nadasobreabarca.blogs.sapo.pt/36889.html) e o do José Amaral. Miguel Pontes publicou o seu discurso de Assembleia, onde fez não mais do que o balanço de 4 anos de governação PS. Acusou as vozes opositoras de "confundir arrogância com ambição". Basicamente as maiores forças políticas acusam-se do mesmo. Não é que estejam erradas. Não conseguem é avaliar-se a si próprias. Confiante na vitória diz que o próximo mandato haverá a "a mesma determinação e seguramente redobrada confiança". José Amaral, esse líder da recém JS, desaparecido da comunicação após a fundação oficial desse órgão de juventude partidária, vem no fundo fazer o mesmo e ainda mais, ou seja, propaganda ao presidente da câmara Vassalo Abreu: "4 anos de progresso" com Vassalo Abreu, um homem com o qual "se fala na rua, que não mudou por ser presidente e que a todos trata por igual, sejam ricos, sejam pobres!". É de facto espantoso como o líder de uma Juventude partidária consegue reger-se pelos livros dos velhos políticos, os livros do populismo e do vazio de ideologias e convicções.
Assim vai a política em Ponte da Barca... Como sempre estão mais em jogo pessoas/ candidatos do que ideologias e estratégias, porque essas parecem ser basicamente as mesmas, e as mesmas de sempre(se é que existem!)...
Vai ser difícil escolher!...
NOTA de "O Barqueiro" a 9 de Agosto de 2009:
Após comentário deixado a este artigo, o barqueiro pretende esclarecer aos leitores aquilo que realmente quiz dizer com a análise (feita neste artigo) ao discurso do deputado Francisco Fernandes na Assembleia Municipal e publicado no "Notícias da Barca". O barqueiro pretendeu só, e apenas, criticar o facto de se usar o argumento de que a encomenda do Plano Estratégico a privados é uma prova da falta de capacidade e de projectos do executivo eleito. A má gestão deste executivo camarário poderá ter diversas causas e facetas. Mas a execução de um estudo/ plano supostamente para levantamento de prioridades e elaboração de estratégias não é em si prova da falta de capacidade. Poderia até ser prova de uma gestão metódica e ponderada, caso fosse esse o caso da nossa Câmara. O facto de um político usar este discurso/ argumentação demonstrará por isso falta de qualidade política, ou a prática da política de medidas em "cima de joelho", pois encomendar estudos não é sinal nem prova de ignorância de uma gestão, antes pelo contrário. Como saberão, é difícil haver diversidade de capacidades técnicas nos membros de um qualquer órgão de gestão para realização por si próprio de grandes estudos, muitas vezes multidisciplinares, daí que seja algo de ponderado encomendar estudos/ planos.
Desta forma, o barqueiro pretendeu apenas demonstrar a crítica de um político à má gestão da Câmara, caindo no erro de pegar por um dos poucos, se não quase único, aspectos positivos da gestão do mandato actual. Já a falta de capacidade, ou outro tipo de "areia na engrenagem", para pôr os medidas desse Plano Estratégico em prática é outro assunto, com os quais, esses sim, o barqueiro poderá ter considerável grau de concordância com o visado.
Espera-se que a compreensão dessa reflexão do barqueiro seja assim melhorada. As desculpas pela possível falta de clareza na elaboração dessa área do artigo..
Vassalo "Summer Sessions"
Mais um Verão, mais "comes e bebes" para os políticos e para o seu povo. Este poderá ser um Verão ainda mais quente do que aquele que este blog acompanhou no ano passado. O facto de estarmos perto de época de eleições poderá ser um factor de motivação extra para esse tipo de eventos. Este ano, como não poderia deixar de ser, também o barqueiro tem tentado acompanhar os "comes e bebes" onde os políticos locais vão estando presentes. Poderiam chamar-lhe Vassalo "Summer Sessions", ou simplesmente, em bom português, os "comes e bebes" de um executivo em época pré-eleitoral. Os funerais, esses ficam para quem a eles assistir, pois não andarão muito longe disto.
O São João em Britelo foi intenso, e contou, tal como foi noticiado no Notícias da Barca, "com as majestosas presenças" do presidente de câmara e seus membros, presidente de junta e padres.
Aqui ficam as "majestosas" presenças do presidente de câmara Vassalo Abreu e das "majestosas" sardinhas e costeletas.
Na Sardinhada de São João do Centro Social de Entre Ambos-os-Rios, com Vassalo falando no pinhal para "ricos" e para "pobres" (como já disse José Amaral).
Como não podia deixar de ser, a costela de democrata cristão (como se auto-intitula Paulo Portas) levou o executivo à procissão da Nossa Senhora da Paz, e Vila Chã S.João. Infelizmente não foi ao 92º aniversário da aparição que a Santa voltou a aparecer.
1700 Séniores, e não só, no Santoínho. Ou melhor, "milhar e setecentos" como na capa propagandística do Notícias da Barca. Oportunidade para o executivo comer, beber, falar com "ricos e pobres" e ver o presidente da câmara com a sua costela democrata cristã no altar, talvez para a leitura de um dos muitos episódios bíblicos.
Pensem no título do artigo no Notícias da Barca sobre a Feira da Pequenada: "Centenas de crianças divertiram-se na Feira da Pequenada em Ponte da Barca". Agora pense na foto publicada para reportar esse evento (em baixo). Agora imagine o título+foto, e veja os sentidos que poderão achar nessa conjugação. Foi precisamente aquilo que foi publicado no referido jornal.
Com toda a pompa e circunstância, executivo camarário, junta de freguesia, Rancho Folclórico e jornalistas lá foram fazer uma inauguração a Vila Nova de Muía... da 1ª fase... do... Saneamento Básico da freguesia! Hino ao provincianismo e à mediocridade. Depois de um posto de transformação da EDP, um saneamento... estamos a elevar o patamar!...
O programa de Verão da SIC esteve em Ponte da Barca. Belo cenário escolhido para aparecer na TV, com a zona ribeirinha, a ponte medieval e o choupal "decapitado". Não podia faltar o discurso do presidente da Câmara. Houve oportunidade para ouvir o cantador Carlos Ribeiro pedindo a Merche Romero para mamar nas suas mamas, e para escolher Jaime Ferreri para uma rubrica que dá destaque a pessoas do povo, do saber popular e da tradição que se destacaram na sua comunidade. Onde é que há melhor?!... não há melhor...
O olhar deste blog termina no lançamento da Primeira Pedra da Sede de Junta de Oleiros. "O Senhor Presidente Vassalo Abreu fez mais em três anos e meio por a nossa freguesia que alguns presidentes de Câmara juntos", declarou Manuel Lima, o presidente de junta da freguesia. Por que partido te vais candidatar agora nas próximas eleições, presidente de junta? É a dupla Manuel Lima - Vassalo Abreu a animar um pouco esta época pré-eleitoral.
Certame político-religioso anual de Ballancourt
Como já devem ter reparado, e bem, se leram por exemplo o "Notícias da Barca", decorreu mais uma vez o que o barqueiro poderia chamar de "Certame Político-Religioso Anual de Ballancourt". Foi nos passados dias 23 e 24 de Maio que tudo decorreu com a habitual e infeliz normalidade. E pode-se dizer "infeliz" porque a forma como este evento tem sido noticiado para a população barquense cá residente justifica esse mesmo adjectivo. Basta estar atento ao título e subtítulo do "Notícias da Barca", em que se podia ler "Ballancourt (França) aproxima barquenses - Fanfarra dos BV nas Festas de Nª Sª de Fátima projecta o nome da nossa terra". Lendo o artigo noticioso sobressaía a ideia de que os Bombeiros de Ponte da Barca foram confratenizar com os de Ballancourt, numa festa religiosa popular tipicamente portuguesa numa localidade francesa com uma forte comunidade emigrante do nosso concelho. Pelo meio a breve, e talvez indiscreta (depende das interpretações), referência ao presidente da câmara Vassalo Abreu. Pelo que foi noticiado e pelas muitas fotos divulgadas, podemos ver que também o Padre Belmiro Amorim, de Britelo, e mais algum do staff da câmara municipal, como o vice-presidente, se deslocaram à festa. Analisado que está o destaque dado nesta fonte da imprensa regional à confraternização das corporações de Bombeiros, como se pode ver no título e texto, pode-se fazer uma outra análise: das 32 fotos da notícia divulgada, 3 contavam com a presença dos Bombeiros de Ponte da Barca, e 6 com a presença de Vassalo Abreu com ou sem o seu "staff". Nota-se por isso uma desproporcionalidade de destaque entre o que se escreveu (destaque aos Bombeiros) e o que se fotografou (destaque aos políticos do executivo).
Vistos os factos, o barqueiro deu-se à liberdade de fazer umas divagações, não confirmando nem desmentindo a hipótese de se estarem a fazer segundas leituras (essas ficam entregues aos leitores).
Primeiro, aquilo que se verificava no século XVIII, que as "diversões" do povo eram basicamente "procissões, touradas e Autos de Fé" (palavras de José Saramago in Memorial do Convento), ainda hoje é incrivelmente válido.
Segundo, o poder político não poderia deixar de escapar a oportunidade de gozar da sua velha aliança com a religião para "alimentar" a alma dos seus fiéis. Daí poder ser visto como "certame político-religioso", ou, por outras palavras, promoção política de mãos dadas com os padres, em nome das Nossas Senhoras.
Terceiro, ficou confirmada a confusão de ideologias que paira no executivo da câmara municipal: a sua, pelo menos aparente, proximidade ao povo roça a esquerda, já que se assumem como membros do PS, vai buscar o provincianismo do seu estilo de gestão ao tempo da Velha Senhora, vai buscar um pouco de fascismo à forma como se insere e tenta conhecer/ controlar a malha político-social de uma terra pequena como Ponte da Barca, e ainda vai buscar um pouco da alma conservadora católica ao CDS-PP, que se bem se lembram, até estão coligados, pelo menos na prática (o fenómeno exotérico de uma aliança PS-CDS).
Quarto, e para finalizar, o "Notícias da Barca" tem-se mostrado um aliado indispensável para quem quer seguir (como é o caso do barqueiro) todas as actividades/ quotidiano da "nata" de Ponte da Barca que se diz de "Socialista" ...
"Novo Rumo" com os "velhos" Augusto Marinho e... Cabral de Oliveira
Foi apresentado oficialmente o candidato PSD para as próximas eleições autárquicas em Ponte da Barca. Como já tinha sido anunciado há uns meses, o próximo candidato à Câmara Municipal é Augusto Marinho, que até é da Marinha, e já tem alguma experiência nas ditas "lides políticas", quando foi vereador no executivo anterior, pelo mesmo partido.
Feito o enquadramento, importa introduzir a assunto que o barqueiro irá passar a comentar. Comecemos pelo slogan "Novo Rumo p'rá Barca". E comecemos pelo rosto deste PSD actual, o seu presidente, Cabral de Oliveira, que surgiu e tem surgido como rosto deste "novo rumo" que este partido propõe para Ponte da Barca. Cabral de Oliveira, velho "barão" do PSD da Barca que já andou durante vários anos na cadeira do poder, e "Novo Rumo" parecem expressões incompatíveis. Por tudo o que sabemos da sua gestão e pelas histórias que Cabral de Oliveira terá para contar dos seus anos de poder, esta nova cara do partido com a "velha" gente que por lá anda não terá muito por onde pegar no que concerne a comparações de "antes e depois" das passadas eleições". A juntar a tudo isto está o facto de se estar a manifestar, aparentemente, uma certa ideia, em algum eleitorado, que PS e PSD são no fundo partidos muito semelhantes, e que as suas gentes nunca trouxeram as mudanças de gestão e de mentalidade necessárias a uma melhor Ponte da Barca (e até um melhor Portugal)... Como já estamos habituados aos frenesins pré-eleitorias, particularizando para política local, é sempre melhor dizer que se trata de uma ideia "aparente", não vá o barqueiro (muito provavelmente) enganar-se no que diz respeito a muita "massa crítica" que se torna "massa política", ou "politiqueira", quando cheira a eleições. Voltando ao assunto, e como o barqueiro também quer comentar aspectos positivos no meio deste triste cenário, assistiu-se nesta apresentação de Augusto Marinho a uma mudança ligeira de rumo na campanha. Pela primeira vez focalizou-se mais um eventual "novo rumo" que o partido quererá trazer, do que as críticas directas aos muitos "escarros" e "poios" do actual executivo, que tinham dominado a campanha laranja de Cabral até hoje. É certo que é necessário pegar em toda essa "sujeira" para fazer campanha... mas também é certo que o PSD do poder que os barquenses tiveram também tiveram muitos "escarros" e "poios"... talvez seja mesmo melhor explorar esta nova vertente de "novidade", "mudança" e de "novo rumo p'rá Barca", pois talvez seja isso que os barquenses andam à espera há decadas. Se isso vai mesmo acontecer com a eleição de Augusto Marinho, isso já é um assunto que cabe a cada barquense pensar, e tomar a sua conclusão no dia das eleições.
O barqueiro já iniciou essa reflexão, talvez ainda não a tenha terminado porque muito ainda há para assistir... uma conclusão já a tem: chegamos ao ponto de na política barquense, se se quiser votar em alguém, ter que escolher entre o mesmo, um PS que defraudou qualquer esperança que houvesse de mudança, com resultados à vista, e um PSD com gente que já deu um grande contributo, no poder, para a medíocridade que os barquenses sempre viveram e ainda vivem.
Neste cenário, poderá ser caso para dizer, numa perspectiva diferente, necessita-se de mais concorrência à presidência da Barca, de preferência alguém novo nestas lides, vindo ou não dos restantes partidos políticos. Outra coisa parece há muito ser certa: não contem com o CDS-PP de Ponte da Barca!... É esta a realidade da nossa terra: políticos "democráticos cristãos de direita", como disse uma vez Paulo Portas, que se "converteram" a "socialistas" (que também tem a sua graça, quando o PS se diz "socialista") para todos estarem, no fim de contas, no "poleiro". Que outra coisa há-se pensar o "povo"?
Voltando ao PSD, resta esperar que Augusto Marinho se revele nos próximos tempos, para ver o que haverá de "novo" naquilo que eles anunciam. E é neste aspecto, que de facto o PS e o PSD locais diferem: o PSD tem um presidente de comissão política, Cabral de Oliveira, que tem até este momento, ofuscado a presença do candidato Augusto Marinho, e o PS tem um presidente de comissão política, Adolfo Pereira, que tem sido totalmente tapado pelo presidente e candidato Vassalo Abreu.
Acabando o assunto, que já vai longo, resta referir a presença da JSD e de José Alfredo Oliveira nesta apresentação do candidato na sede do partido. É positivo ver como a juventude política está próxima dos "mais velhos"... é hilariante ver os "betos" dessa juventude entoando cânticos ao melhor estilo de claque de futebol na vitória política dos seus "mais velhos", relembrando as eleições recentes...