Na última Assembleia Municipal o espírito natalício invadiu os presentes. Nos jornais lê-se que se aprovou o “maior orçamento de sempre” com o voto favorável “de todos os presidentes de junta”. O único presidente de junta que ainda “torceu” um pouco o nariz foi o de Britelo. Nada que Vassalo Abreu e o espírito natalício não conseguissem resolver. Até o “velho do Restelo”, como agora pegou em moda dizer, “El Mestre” João Esteves se chegou à frente disponibilizando-se para se necessário ser testemunha de Vassalo Abreu no edifício de Sto António do Buraquinho. “apesar de politicamente não estarmos de acordo, o senhor é uma pessoa séria”, disse João Esteves num momento raro de política em Ponte da Barca, em que se deixam de parte guerrinhas “politiqueiras” do costume. O que o Natal faz! No meio deste bonito cenário, surge o “duende mau”, ao qual o espírito natalício não entra: Claudino Amorim. Este manifestou uma firme oposição ao executivo, publicando no jornal um exaustivo artigo de análise de contas apelidadas de “despesismo”. No meio de tudo isto ainda houve oportunidade para alguém confundir Vassalo Abreu com o Pai Natal: o presidente de Junta de Lavradas. Quis saber como está a situação da ponte sobre o rio Lima, talvez o presente de Natal mais excêntrico e difícil de concretizar em Portugal e arredores. Um presente para o qual será preciso muito mais que se portar muito bem durante o ano. Assim vamos em Ponte da Barca este Natal. Boas Festas!
NOTA: Havia muitas mais coisas para fazer uso da “má língua” como de costume, mas como é Natal…
É nesta altura do ano que o movimento de cabazes é mais intenso. Há donativos para fazer a instituições e necessitados, há prendas para dar aos amigos e familiares, boas festas para desejar… E é assim que alguns dos cabazes em circulação no Natal contribuem para a taxa elevada de “intercâmbios natalícios”. Mas a contribuição mais relevante para essa taxa de circulação de cabazes são talvez os “cabazes graxistas”. É nesta altura que se aproveita para “pagar” a factura dos favores acumulados ao longo do ano ou, por outro lado, para “passar” a escova a alguém, para que o próximo ano seja tão próspero quanto o que passou. A política é um grande sector de circulação deste tipo de cabazes no nosso concelho.
Vulgar cidadão “devedor”: Olá! Muito boa noite sr. “Político”.
Político: Boa Noite.
Vulgar cidadão “devedor”: Venho aqui trazer-lhe este presentinho… Não é para lhe pagar nada… É só para lhe agradecer a sua boa vontade de me ter arranjado um “tachinho”…
Político: Não era preciso trazer nada…Não se incomode (Pensando: Não se esqueça de continuar a trazer!)
Vulgar cidadão “devedor”: Favorzinhos destes nem em toda a vida se conseguem pagar. Obrigadinho… Muito Obrigadinho… Bom Natal!
Político: Igualmente…
Vulgar cidadão “devedor”: Muita saudinha para sua esposa e toda a sua família… obrigadinho… adeus… adeus…
Mas eis que, nesta bonita história de Natal, o sr. Político com estatuto no seu meio envolvente, também está na condição de “devedor”:
Político “devedor”: Boa noite. Como está? Bem disposto sr. “vulgar cidadão”?
Vulgar Cidadão: Olá sr. Político… Por aqui?
Político “devedor”: Venho trazer-lhe uma pequena lembrança de Natal (Pensando: pela “fidelidade” que me tem mostrado e espero que assim continue).
Vulgar Cidadão: Ai… Deixou-me sem jeito… Não precisava de se ter incomodado…
Político “devedor”: Venho desejar-lhe também um Bom Natal a si e aos seus.
Vulgar Cidadão: A si também e a toda a sua família… Saudinha para si e para a sua família…
Político “devedor”: O que é preciso é saudinha para todos, tem muita razão. Adeusinho e boa consoada. Boa Noite.
Vulgar Cidadão: Adeusinho… Adeusinho… Não precisava de ter trazido nada. Muito obrigadinho…