Volta à imprensa barquense em ... algumas linhas
Da toura de Salvador à aparição no Barral
Nos últimos tempos, a imprensa concelhia tem mostrado níveis de qualidade tipicamente "barcalhoeiros". Não que estejamos habituados a níveis de qualidade elevados... Mas desta vez... Bem... O barqueiro nem consegue traduzir as suas emoções em texto... É um misto de emoções que nunca tinha sentido. Propõe-se assim que façamos a alucinante viagem pela imprensa. Temos de tudo: desde análises politico-económicas internacionais até a discussões entre vizinhos. É só escolher, freguês!
Comecemos por cima: a análise do panorama internacional. Foi através de um artigo recente do correio do leitor do "O Povo da Barca", por António Maria Gonçalves Araújo, que o povo concelhio teve oportunidade de reflectir acerca da crise mundial na economia. Ficamos a saber que "compramos cerca do dobro da comida que vendemos ao estrangeiro (...)". Segundo ele a política da UE serve de apoio ao "abate de barcos de pesca" e manutenção das terras "de velho". Soluções propostas: direccionar os novos apoios comunitários para produzir mais cereais, carne e peixe; "apoiar o desenvolvimento rural" e, imagine-se a "agricultura de subsistência" para cada família. Em conclusão, fico o apelo ao retorno à economia rural que Portugal já viveu, e com isto Portugal ficaria arredado de vez de uma competitividade económica internacional, que se quer de grande escala e de grande inovação para fazer frente a países de grande poderio. Mas o melhor, é que ficámos a saber que, segundo palavras suas,
"Touvedo-Salvador, cheia de água, campos cheinhos de pasto verde, (...) possui somente uma toura como exemplar bovino!". Ora isto é que é pena. Uma única toura em Touvedo Salvador. É caso para dizer que já não há touras como antigamente... Uma recente reportagem vem dizer que a prioridade da gestão política para a freguesia é a "satisfação de necessidades básicas". Será que passará por importar touras de outras freguesias?
Passemos também, como não poderia deixar de ser, pela Assembleia Municipal. Lino Ventura, o presidente da junta de freguesia de Lavradas, foi mais uma vez fazer uma birra para o Presidente de Câmara Vassalo Abreu: "Dá-me uma ponte já!". Segundo palavras suas na assembleia, a Câmara não está a "fazer o trabalho de casa". Mais uma prova de que isto de ser político é em muitas partes parecido com o ser criança. Até no aspecto de ser enganado por um presidente de câmara que promete uma ponte, sendo que uma obra como essa não passa directamente pelos seus poderes, e além disso, chega-se ao ponto de se acreditar que se vai gastar milhões de euros numa obra rodoviária numa freguesia rural, existindo semelhante estrutura a poucos quilómetros, na vila. Abra os olhos senhor presidente! Conhece o Azevedo? É um senhor que queria que construíssem o novo aeroporto internacional de Lisboa no seu quintal, na região de Bragança...
Passemos à religião, algo que também tem grande importância nestas paragens... O habitual correspondente das actividades religiosas, Manuel Cerqueira Soares, vem falar do padre de Lavradas, António Brito, e da D. Celeste. Vem dizer que queria colocar a Nossa Senhora no local do costume, como se faz em Outubro. O padre não deixou, porque não tinha autorização do bispo. E conclui: "A igreja acabou por ficar vazia uma vez que nada se fez, tanto que a D. Celeste também nada fez.". E daí? Esta situação vivenciada por 3 individuos, que interesse público tem para cair no "Notícias da Barca"? Serão conversas intersectadas pelo jornal? Srá alguma mensagem encriptada?
Algo de ainda mais pessoal, uma desavença entre pessoas da mesma freguesia, talvez vizinhos, veio também parar ao mesmo jornal. Como se não bastasse a velocidade impressionante com que os boatos e informações da vida alheia se propagam através das "línguas" mais irrequietas, alguém que se assinou como r. g. g. vinga-se de alegados boatos contra si em pleno jornal, espaço público de informação. Refere os nomes de 2 pessoas e inclusive o local de residência, para que ainda mais pessoas fiquem a saber deste contra-boato, relativamente ao número de conhecedores do alegado boato inicial. Algumas destas respostas aos boatos em pleno espaço público incluem: "(...) sois assim tão analfabetos?"; "(...) como conseguis dormir com tanta maldade nos ossos."; ou ainda mais grave, "(...) pensais que também o enganais a Ele (o Senhor)?". É que ainda por cima mete-se o "Senhor" ao barulho, e com certeza que nem ele nem ninguém gostaria de estar no meio disto!
Por fim: Barral, até Nossa Senhora de Fátima por lá já passou! Augusta Gabriel, figura da política barquense, vem nas suas "Reflexões", no "O Povo da Barca", fazer uma homenagem à sua terra natal, o Barral, através da divulgação da origem do hino da Senhora da Paz e da Capela lá situada. Tudo isto teve origem na aparição de Nossa Senhora de Fátima ao pastor Severino, 3 dias antes da aparição aos pastorinhos, em Fátima. Isto representa um avivar de memórias para o saber dos barquenses sobre as suas terras, e, para além disso, mais dados para os investigadores de aparições: Nossa Senhora poderá ter aparecido em Fátima vinda do norte de Portugal, pois 3 dias antes esteve, imagine-se, no Barral. Não se tenciona questionar as fontes destas informações. Apenas reflectir sobre a lógica de Nossa Senhora ter aparecido sempre a pastores, e em locais algo "fora de mão" para o comum viajante. Reflectir também acerca da "maldade" em Nossa Senhora aparecer a 3 pastorinhos 3 dias depois, abafando mediaticamente a aparição no Barral, perdendo-se quiçá a oportunidade do Barral se ter tornado a capital do Turismo religioso. Fica também mais uma prova de que o pequeno lugar do Barral é um dos locais mais especiais e peculiares do concelho. Mas disso, já muita gente sabia...