Afinal quem é que admira mais Manuel Parada?
O barqueiro não sabe se repararam numa hilariante troca de "mimos" entre aqueles que militam nos "escalões de formação" da política barquense. Para quem ainda, por acaso, não conhecer, eles são José Pedro Amaral do lado da "pseudo JS" e José Alfredo Oliveira, do lado da JSD concelhia. E diz-se "pseudo JS", porque sabe-se perfeitamente o que José Amaral defende - Vassalo Abreu - apesar da JS no concelho nem sequer existir, enquanto que em contraste José Oliveira lidera uma JSD que realmente existe, apesar de não se saber propriamente o que defendem. Desta vez o motivo da troca de ideias em praça pública, ou melhor, nos jornais concelhios, foi a homenagem feita ao falecido poeta da terra Manuel Parada, com a inauguração da praça com o seu nome.
Atentem nomeadamente à edição de 1 de Novembro do "Notícias da Barca". Comece-se então a análise de mais uma disputa à boa moda da Barca, começando-se pelo comunicado da JSD acerca desta homenagem, e depois recuando-se umas páginas no mesmo jornal para as "Notas" ditas de "Relevantes" de José Amaral. No comunicado da JSD a homenagem feita pela Câmara Municipal a Manuel Parada com a inauguração da praça com o seu nome é adjectivada da seguinte forma: "... profundo lamento em relação a tão pequena homenagem a tão ilustre personalidade do concelho (...)". Poucas palavras à frente voltam à carga: "... pelo que consideramos impróprio à lembrança e à obra deixada por tão ilustre pessoa, tão pequena e simples homenagem.". Mais à frente ainda relembram a proposta do PSD para que se construa uma futura biblioteca Municipal com o nome Manuel Parada (sendo, ainda para mais, o "regressado" Cabral de Oliveira um dos protagonistas do filme da viagem "sem regresso" da antiga biblioteca municipal). Recuando-se então umas páginas lemos José Amaral a lamentar o triste comunicado da JSD, opinião da qual, aliás, o barqueiro tem que admitir que partilha. Mas, como não poderia deixar de ser, lá se lançou a "prova" de admiração pelo homenageado: "Tive o privilégio de conhecer o homenageado, e sei como ele amava a nossa terra e as nossas gentes, sendo por isso, mais do que justa, uma merecida homenagem.".
O problema desta novela é que não é nova. Já desde a morte deste ilustre poeta que estas partes políticas têm passado para além dos limites do equilíbrio e moderação nas suas demonstrações de carinho e admiração por Manuel Parada. É uma novela que até começou pelos "séniores", e que, talvez próprio da idade, alastrou aos "juvenis" por observação - imitação.
É o problema destas gentes do concelho. O barqueiro, e com certeza alguns barquenses mais, também já demonstraram e reafirmaram a sua admiração pelo maior "poeta do povo" que a Barca já alguma vez teve. O problema é que todos querem "ficar bem", e quanto mais melhor, perante os "olhos" do povo (ou eleitorado). Daí que se chegue ao cúmulo de se querer provar perante os outros quem é que gosta mais do poeta! Ao barqueiro faz-lhe lembrar os "Gato Fedorento" a tentarem provar de quem o Sr. Tobias gostava mais... o problema é que o Sr. Tobias era um urso peluche, e, em analogia, quem nesta novela estão a fazer de urso é o admirável e já falecido Manuel Parada, juntamente com o resto do eleitorado.
A Biblioteca Municipal, mudou mais uma vez de residência. Tudo isto se tem devido à condição de provisória que esta “senhora” adquiriu no tempo de Cabral de Oliveira. Desde aí, não mais se livrou dessa condição, e desta vez mudou mais uma vez de residência, mas a condição de “provisória” lá vai continuando infelizmente. É assim que se trata a cultura nesta terra… Basta ver os “esgotos” numa via romana perto da Igreja Matriz, para ver como que têm passado pelo poder camarário se dizem “cultos”, mas a questão da cultura é algo que quase lhes ao lado… Ou a ponte romana sobre o rio Vade, de inquestionável valor patrimonial e que ainda ninguém lhe tocou… Enfim, poderíamos aqui estar a gastar muitas e muitas linhas a debitar exemplos de “escarros” culturais e patrimoniais. Hoje o assunto é apenas dar um pouco de destaque à pobre e cansada “senhora” Biblioteca que para além de ter mudado mais uma vez de residência, mantém-se como uma pobre “provisória”. Desta vez mudou-se para a casa que já teve todas as condições para a sua residência, e ainda terá, mas que já não é sua. Está-se a falar da Casa se Santo António do Buraquinho. Para atenuar a dor que terá sido provocada à senhora biblioteca pelo regresso ao velho lar, lá estavam algumas pessoas à espera de a receberem pessoalmente na sua nova casa (pelo que dá a entender pela foto!). Mas não chega… Dêm-lhe uma casa definitiva urgentemente, como prometido, pois a área da cultura assim o exige!