“Mesmo mesmo animal só conheço o Homem”
“Mesmo mesmo animal só conheço o Homem”, foi esta a frase que serviu de título ao último artigo de André Duarte sobre os direitos dos animais, no último “O Povo da Barca”. E de facto, foi durante estes últimos jornais regionais que se pode comprovar tal afirmação. Há momentos em que para além de ser animal, o Homem se comporta de forma realmente animalesca. É algo que lhe está na essência. E nesta época que começa a ser “quente” na politiquice do costume, vêm à cena o regresso do “desaparecido” Cabral de Oliveira e o prazo urgente do actual executivo para por em prática os grandes projectos prometidos. São estes “os meus pretextos de hoje”, como diria Manuel Soares.
Foi na tomada de posse da Comissão Política “nova” (para quem já se esqueceu que os senhores da lista já há tempos que andam a “chafurdar” na política), que Cabral de Oliveira fez mais um hino à forma mais típica e fácil de fazer política. Tal como António Rocha já disse, a política faz muitas vezes com o ataque ao adversário, tentando deitá-lo abaixo, deixá-lo estendido no chão. Mas a política existe para servir as pessoas, e não para adversários políticos entrarem em ataques uns aos outros para ver quem sobrevive. Às pessoas isso pouco importa. Querem-se soluções. Fica daqui a sugestão do barqueiro aos políticos da terra: se querem “lutar” e “guerrilhar” com os adversários, combinem um “mano a mano” e não chateiem os eleitores com ataques uns aos outros. È gozar com o povo. Pois é tudo isto que o PSD de Ponte da Barca tem feito, agora com Cabral “ao leme”. Começam exactamente por fazer o contrário do que se pedia a uma oposição que se tem que afirmar como solução para os problemas actualmente não resolvidos da terra: entretêm-se a “guerrilhar” contra o poder actual, a dizer que já no passado foram melhores. Os discursos da tomada de posse da nova comissão foram tudo isto: uma “arraial” de política de “guerrilha”, fazer dos presentes e do povo “palhões”. Cabral disse que com o actual poder político se vive “um clima de mordaça, de chantagem, de intimidação, de medo.” Primeiro: alguém da especialidade de psicologia ou psiquiatria que faça ver a este Clínico Geral que não é um “capitão de Abril”, no qual patologicamente está convencido que é. Cabral disse que “o PSD tem claramente as pessoas mais habilitadas e a experiência e o saber do caminho percorrido”. Segundo: o “saber” que dizem ter pode ter um lado perigoso, na medida em que podem tornar uma força de controlo sobre as populações, o novo “Big Brother”, quando afirmam conhecem as 25 freguesias e “pelo seu nome a esmagadora maioria das pessoas e grande parte dos seus problemas”. A cereja no topo do bolo foi Rosa Arezes ter afirmado coisas como “continuo a acreditar (…) na difícil e nobre arte da política, como lhe chamou o Concílio Vaticano II” e chamar “tiranetes” a actuais figuras do poder político. A questão dos “tiranetes” já terá ficado explicada atrás. A questão do “Vaticano II” e política misturada, não deve ser lá muito boa. Portugal é um país laico, mas infelizmente políticos como estes ainda manifestam o tradicional conservadorismo português. Fechemos o “dossier PSD” com a frase proferida por Cabral de Oliveira, que se auto elogiou como “cidadão e como homem que, durante vários anos, deu o melhor das suas energias em prol do desenvolvimento do Concelho.”. Poderá pensar-se então que ele fez tudo de bom nos mandatos que o PSD e ele tiveram, e que apenas em 3 anos de governação deste actual executivo, foi desfeita a sua obra e encontrámo-nos na actual situação de paupérrimo desenvolvimento! Se já o vimos a dar o máximo das suas energias e nunca houve sinais de desenvolvimento e de boa política, então estamos mesmo mal!
Passando ao “dossier PS”, o actual executivo começa a dar alguns sinais de que os projectos começam a avançar. Finalmente arrancaram o Centro de Dia de Cuide Vila Verde e da Creche de Oleiros. Finalmente alguma preocupação social no concelho, especialmente com os idosos que actualmente de pendem da doação de boas “maquias” para poderem estar num lar, com as condições que merecem. Para além destes sinais positivos começarem a aparecer, não se perdeu o ritmo político da “promessa”, e para além de outros projectos que ainda se falta ver a arrancar, prometidos para este ano, o PS brindou o povo com mais uma “dose” de promessas: Lar de Idosos em Lavradas e Entre Ambos – os – Rios ainda este ano. Iremos ver (esperemos que não) se tanta promessa agendada para este ano não “encharcou” a máquina camarária ao ponto de a “gripar”. Assistimos ainda à recente entrevista (no “O Povo da Barca”) de José Manuel Amorim, o presidente da Associação Social e Cultural dos “Amigos de Ponte da Barca”, que irá ter o seu momento mais importante da sua existência com a construção das obras que agora se iniciaram, referidas atrás. Para introduzirmos a questão central, convém relembrar alguns pontos importantes, não esquecendo que esta Câmara, está agora a dar alguns sinais, ainda muito fraquinhos, mas está. Poderá ser por as eleições estarem próximas? Até pode ser, mas dá-se o “desconto” de esta espera desde o início do mandato ter sido um período de “arrumação da casa”, por se tratar do primeiro mandato dos actuais rostos. O ponto mais importante é que a desconfiança política está longe de ter sido combatida por este executivo, particularmente na velha questão política dos “jobs for the boys”, ou seja, a tipicamente portuguesa “cunha”. É esta a oportunidade de provarem que realmente são diferentes: com as obras que se iniciam, postos de trabalho vão ser criados, e é o derradeiro teste perante o povo barquense de lhes fazerem ver que são políticos diferentes, possuidores da “seriedade” que vão apregoando aos barquenses. Acabando com os lugares e postos previamente atribuídos, poderiam merecer o maior elogio, não só do barqueiro, como de todos os barquenses (ou quase). Seriam um exemplo para Portugal. E o barqueiro está agora a pensar: Sonha, sonha, que assim vais longe! Se funcionar como sempre funcionou, já há muito que os lugares, ainda na fase virtual, estarão atribuídos. O início já por si é comprometedor. Elementos actuais do executivo PS faziam parte do “antigo” CDS – PP, inclusive este presidente dos “Amigos da Barca”. Houve a aliança mais improvável de imaginar noutro qualquer sítio: PS e PP. Acabou-se o partido da direita propriamente dito, e hoje são todos “socialistas”. É de rir. Já por aí começou a cheirar a “panelada”. Na entrevista do tal José Amorim, antigo líder do PP, foi proferido que “Os novos equipamentos sociais vêm dar resposta a uma necessidade da população”. Fica o grande receio do barqueiro de não só “darem resposta a uma necessidade da população”, como darem resposta a “necessidades” dos detentores da “varinha” do poder.
Ponte da Barca tem um novo boy de nível nacional: Ricardo Armada
Depois de todas as últimas "escandaleiras" que o Governo tem protagonizado nos últimos tempos, revelando o Salazarismo que até nos governantes nacionais existe, um dos vereadores da Câmara Municipal de Ponte da Barca, Ricardo Armada elevou o nome do nosso concelho a um nível nacional ao ser nomeado um dos novos boys do Governo. Tal como há muito que é "moda" no nosso concelho, muitas pessoas têm obtido os seus empregos e outros postos à custa de "cunhas" e cargos e funções muitas vezes criadas para dar ocupação a "lambe-botas" e pessoas da mesma cor. Desta vez, não se tratou de algo a nível concelhio, mas a nível nacional.
É que Ricardo Armada foi nomeado director do Centro de Saúde de Vieira do Minho após o célebre e polémico caso da exoneração da sua antecessora nesse Centro de Saúde, por não ter obedecido ao Ministro da Saúde ao não retirar um cartaz "jocoso" fixado nesse Centro de Saúde por um médico vereador comunista em Guimarães. Esse cartaz apelava aos utentes que em caso de urgência, que fizessem tal como o Ministro da Saúde tinha dito em público: em caso de emergência, aconselhava a não se recorrer aos Centros de Saúde. Ora este é mais um caso que cheira a politiquice. E confirmou-se de facto, com essa exoneração, e como se ainda não chegasse com a nomeação de um director da cor " do Governo. Há que referir que a exoneração foi de uma directora militante do PSD, e a nova nomeação de Ricardo Armada, vereador do PS do nosso concelho. Como se ainda não bastasse, o Ministro da Saúde Correia de Campos veio a público dizer que a directora exonerada ainda foi beneficiada em não perder o cargo mais cedo, quando o Governo PS foi eleito.
E o nosso Portugal lá vai andando na dança das "cores", ora sai um, ora entra outro, tal como na nosso concelho acontece. É a dança da boyzada , que entra para os cargos a reboque das "cores".
E Ricardo Armada lá vai subindo na carreira ligada à política, começando como político de direita, passando para o poder concelhio através da "tacho-aliança" PS-PP, e agora sendo nomeado director do Centro de Saúde de Vieira do Minho pelo governo também PS.