“Jesus Cristo” “ressuscitou” antes da Páscoa
A constatação presente no título deste artigo poderá ser um choque em mais uma época importante do calendário católico em que nos encontrámos. A verdade é que isso ficou provado, ou pelo menos quiseram fazer provar, na última edição de 29 de Fevereiro do jornal “O Povo da Barca”. “O Povo da Barca” consegue assim o exclusivo do “ressuscitado” Cabral de Oliveira, dando-lhe quase 3 páginas de entrevista e uma foto de capa de grande formato de bónus. Enfim, algo que parece destaque a mais, se tivermos em consideração os artigos que semanalmente vêm a público do “novo”, mas velho, PSD de Ponte da Barca. Uma grande manobra de marketing se vai montando de volta deste autêntico “Jesus Cristo” à vista de muitos, mas não todos, militantes e simpatizantes do partido laranja (que agora parece ser também azul). Algumas diferenças entre o Messias e este novo “Cristo” é que este último desapareceu do “mundo dos vivos” de forma misteriosa, e depois demorou mais uns aninhos até ressuscitar. De resto, a “luz” do “novo Messias” vai reconquistando corações por aqui e por ali, e a última (re)conquista parece ter assim acontecido na imprensa local: o que é, vamos lá, relativamente “grave” para a “vida democrática” que o “Messias” está agora sempre a pregar.
Numa análise mais cuidada ao aspecto físico do “novo” Cabral de Oliveira, parece agora ser um homem mais “maduro” que no tempo em que era presidente. Conseguiu, sabe-se lá de que forma, fazer como que um “face lift”, e acabar com o aspecto “abatido” que pareceu exibir durante bastante do tempo em que esteve “fora de combate”. Está com ar de “saúdinha”, e pelas fotos parece muito mais calmo do que era, exibindo uma postura “profética”, com os braços abertos para as ovelhas do seu rebanho. Talvez tenha, desta vez, a vantagem, que não tinha, de ser um autêntico “pregador” da política, e transmite pela primeira vez sensações de paz. Algo que não é necessário para os muitos que ao longo dos anos adquiriram o acto reflexo de colocar uma cruz à frente do nome “Cabral de Oliveira”. Poderá ser necessário para conquistar “ovelhas” perdidas do “rebanho partidário”, ou melhor, compensar essas perdas com novos ganhos, pois Cabral de Oliveira não é homem de “voltar atrás”. Acabando com as metáforas, o barqueiro está a falar daqueles que lutaram pelo partido e hoje não fazem parte do “novo” projecto de Cabral. As “condolências” do barqueiro para esses que lutaram e não poderão ter frutos no PSD nas próximas eleições, e também para a “nova” Comissão política do partido, constituída pelos mesmos “barrotes” de sempre, já “podres”, mas aos quais se deu uma pinturazita, e lá vão servir para as próximas eleições.
Olinda, amiga, o PSD não está contigo!
Foi esta a grande ausência na “nova” equipa do “Messias” Cabral de Oliveira, para além do “barão” ou “dinossauro” do PSD “El Mestre” João Esteves, que foi o “reactor” deste PSD barquense ao longo da maioria dos mandatos laranja (e agora também azul) pós 25 de Abril. Mas este artigo vem dar sim grande destaque à vereadora Olinda Barbosa. Ela tem sido a mulher que tem contrariado o argumento do machismo dominar na política. Ela era, apesar de todas as brincadeiras, críticas e defeitos que se lhe têm apontado (este blog inclusive), o elemento mais activo da oposição PSD, e talvez o único elemento deste partido que não entrou em “depressão pós derrota” eleitoral. É o único elemento que se habituou à função de fazer oposição ao PS, e que regularmente tem escrito na imprensa, sendo talvez a principal voz da oposição. A “nova” equipa ignorou a sua importância e trabalho. Conclusão: o elemento que tem estado sempre presente na “luta” do partido “cagaram” para ele, e fez-se mais uma típica comissão política barquense, com meia dúzia de caras mais que conhecidas, que só aparecem quando cheira a eleições com óbvio objectivo, já mais que conhecido, o “poleiro”. Perante tudo isto, e ainda mais o facto de não “cheirar” ao barqueiro que será convidada para candidata do PSD à Câmara (o que poderia repor justiça e consideração dos seus colegas de partido relativamente ao seu trabalho), o barqueiro não diz que está com a Olinda, porque não é seu hábito ser emplastro, ou como se diz em política, apoiante de alguém, mas pode dizer: Olinda, amiga, o PSD não parece mesmo estar contigo!
Façamos então o contador com o número de abstenções desta vereadora a partir da data de eleição da Comissão do PSD. Poderá vir a ser útil em termos de “intercâmbios”, ou melhor dizendo, poderá ser útil para saciar alguma curiosidade barqueira.
NOTA: Contaremos neste blog, para ser mais fácil, o número de reuniões em que Olinda Barbosa se abstém através das notícias da imprensa regional. Pode-se dizer desde já que a onda de abstenções parece ter começado, com abstenções contadas em 3 reuniões, até ao fecho da contagem na imprensa regional em 8 de Março. Rectificações de contagem e comentários podem deste já ser deixados pelos leitores deste blog.