Ponte da Barca vai frequentar “aulas de desenvolvimento”
Oficialmente ou teoricamente Ponte da Barca e Arcos de Valdevez “estreitam relações para potenciar desenvolvimento”. É isso que vem noticiado. Os municípios vão apresentar projectos conjuntos ao QREN. “Projectos de regeneração Urbana e um plano de urbanização estão em cima da mesa”. E Ponte da Barca sabe tratar do seu urbanismo? Projectos de regeneração Urbana? Não serão projectos de demolição seguidos de projectos de construção? É que se não é a única, há-de ser das poucas soluções para o urbanismo da vila. Estamos em 2008, e Ponte da Barca continua a crescer para dentro, ou seja, constrói dentro do seu perímetro urbano que quase não se alarga. Já Arcos de Valdevez cresce para fora, ou seja, alarga o seu perímetro urbano. E nos próximos anos isso será ainda mais evidente para os barquenses. Arcos de Valdevez crescerá ao longo, como já está a acontecer, da sua entrada sul, que está a ser requalificada de raiz. O Inter Marche, nova superfície comercial e mais umas quantas lojas anexas, já foram publicitadas na abertura como sendo para servir Arcos de Valdevez e Ponte da Barca. A sua localização diz isso mesmo. A este ritmo, a noção de que Arcos de Valdevez, e o seu perímetro urbano, está a crescer, e em direcção a Ponte da Barca, será cada vez mais evidente. Aliás, essa mesma campanha publicitária já chegou a muitos barquenses como sendo uma superfície superficial para os barquenses, mas no concelho de Arcos de Valdevez. O facto de que nenhuma superfície comercial “medra” ou “medrará” no nosso concelho é, assim, um dado adquirido para os seus habitantes. O que nos resta agora? Talvez Ponte da Barca ir “frequentar” umas aulas de desenvolvimento com Arcos de Valdevez, nestes projectos conjuntos. Talvez agradecer à falta de visão e capacidade demonstradas até agora pelos políticos que vão passando pelo poder? Talvez agradecer aos “lobbies”, esses “magnatas” da economia local, que foram apodrecendo de dentro para fora, tornado os nossos solos “inférteis” para investimentos exteriores, de maiores dimensões e de maior potencial de desenvolvimento? Talvez reste agora ir comprar alguma coisa para o jantar aos supermercados de Arcos de Valdevez.
"Triste sina a da Barca" dirão alguns... De facto, apesar de serem as pessoas que traçam a sua própria sina, ou pelo menos parte dela, neste caso, que disser tal expressão acerca de Ponte da Barca vai, infelizmente, ganhando cada vez mais razão. A "sina da Barca" já se vai desenhando há muitos anos, e cada vez se vai tornando uma "sina" no verdadeiro sentido da palavra, na medida em que as voltas a dar por cima desta terra estéril que a Barca se tem tornado vão sendo cada vez menos - parece que cada vez mais há menos volta a dar a este triste futuro.
Terminadas estas "retóricas" iniciais passemos de facto ao assunto objectivo: a demissão do Comandante dos Bombeiros Voluntários. Parece que esta terra é cada vez mais estéril, nada "se dá aqui": são os projectos que raramente dão "frutos", são as superfícies comerciais que "não querem nada com a Barca", são as zonas industriais que também têm o mesmo "comportamento", é o concelho que vai perdendo influência face aos concelhos vizinhos, etc., etc.. Desta vez é o comandante dos bombeiros José Braga que se demitiu, dando sequência à crise que também já vai longa nos bombeiros, particularmente na fanfarra que vive maus tempos. Algumas das razões da demissão, que vêm publicadas na carta de demissão, são "a falta de operacionalidade", que levam a que as ambulâncias saiam "apenas com o motorista, porque não há maqueiro", uma boa parte dos bombeiros "nem formação querem fazer", e "um determinado grupo liderado pelo 2º comandante que mais não fazem que boicotarem no seu dia a dia quem quer dar o melhor que sabe e pode, em prole desta causa humanitária.". Triste sina, de facto, a da Barca. Faça-se algo definitivamente pela Barca! É importante. E como muito bem disse José Braga, "das atitudes se completam os HOMENS".