Certame político-religioso anual de Ballancourt
Como já devem ter reparado, e bem, se leram por exemplo o "Notícias da Barca", decorreu mais uma vez o que o barqueiro poderia chamar de "Certame Político-Religioso Anual de Ballancourt". Foi nos passados dias 23 e 24 de Maio que tudo decorreu com a habitual e infeliz normalidade. E pode-se dizer "infeliz" porque a forma como este evento tem sido noticiado para a população barquense cá residente justifica esse mesmo adjectivo. Basta estar atento ao título e subtítulo do "Notícias da Barca", em que se podia ler "Ballancourt (França) aproxima barquenses - Fanfarra dos BV nas Festas de Nª Sª de Fátima projecta o nome da nossa terra". Lendo o artigo noticioso sobressaía a ideia de que os Bombeiros de Ponte da Barca foram confratenizar com os de Ballancourt, numa festa religiosa popular tipicamente portuguesa numa localidade francesa com uma forte comunidade emigrante do nosso concelho. Pelo meio a breve, e talvez indiscreta (depende das interpretações), referência ao presidente da câmara Vassalo Abreu. Pelo que foi noticiado e pelas muitas fotos divulgadas, podemos ver que também o Padre Belmiro Amorim, de Britelo, e mais algum do staff da câmara municipal, como o vice-presidente, se deslocaram à festa. Analisado que está o destaque dado nesta fonte da imprensa regional à confraternização das corporações de Bombeiros, como se pode ver no título e texto, pode-se fazer uma outra análise: das 32 fotos da notícia divulgada, 3 contavam com a presença dos Bombeiros de Ponte da Barca, e 6 com a presença de Vassalo Abreu com ou sem o seu "staff". Nota-se por isso uma desproporcionalidade de destaque entre o que se escreveu (destaque aos Bombeiros) e o que se fotografou (destaque aos políticos do executivo).
Vistos os factos, o barqueiro deu-se à liberdade de fazer umas divagações, não confirmando nem desmentindo a hipótese de se estarem a fazer segundas leituras (essas ficam entregues aos leitores).
Primeiro, aquilo que se verificava no século XVIII, que as "diversões" do povo eram basicamente "procissões, touradas e Autos de Fé" (palavras de José Saramago in Memorial do Convento), ainda hoje é incrivelmente válido.
Segundo, o poder político não poderia deixar de escapar a oportunidade de gozar da sua velha aliança com a religião para "alimentar" a alma dos seus fiéis. Daí poder ser visto como "certame político-religioso", ou, por outras palavras, promoção política de mãos dadas com os padres, em nome das Nossas Senhoras.
Terceiro, ficou confirmada a confusão de ideologias que paira no executivo da câmara municipal: a sua, pelo menos aparente, proximidade ao povo roça a esquerda, já que se assumem como membros do PS, vai buscar o provincianismo do seu estilo de gestão ao tempo da Velha Senhora, vai buscar um pouco de fascismo à forma como se insere e tenta conhecer/ controlar a malha político-social de uma terra pequena como Ponte da Barca, e ainda vai buscar um pouco da alma conservadora católica ao CDS-PP, que se bem se lembram, até estão coligados, pelo menos na prática (o fenómeno exotérico de uma aliança PS-CDS).
Quarto, e para finalizar, o "Notícias da Barca" tem-se mostrado um aliado indispensável para quem quer seguir (como é o caso do barqueiro) todas as actividades/ quotidiano da "nata" de Ponte da Barca que se diz de "Socialista" ...
O Porquê do Lisboa – Ponte da Barca 2009
Após a Era Lisboa – Dakar
A propósito da coluna do “Assim… Sim!” e do “Assim… Não!” do “O Povo da Barca”, que referia o estado de degradação da estrada nacional 203, o barqueiro não pode deixar de vir apelar às instituições e organizações deste Portugal e de França para que o próximo grande rali TT do mundo continue a ter partida em Lisboa nos próximos anos. Parece algo pouco possível, dado que a ameaça terrorista não se resolverá num ano. Mas na realidade é possível o “Lisboa – Ponte da Barca” já para o próximo ano. A proposta consiste em aproveitar estradas que estejam em condições para o TT desde Lisboa até ao nosso concelho, sendo as últimas etapas, a realizar no nosso concelho, as mais árduas e exigentes para os pilotos, onde o pódio se poderia decidir só na última etapa. A entrada no concelho poderia ser feita por essa mesma estrada 203, vindos de Ponte do Lima. Chegados à vila, aproveitar-se-ia ainda o magnífico pavimento da estrada a que ainda muitos não sabem explicar por que se chamará variante e dos acessos à zona escolar, com o perigo a espreitar de forma matreira num buraco (abismo) escondido pela água das chuvas. Caso a taxa de “remeximento” do pavimento das ruas da vila se mantenha daqui a um ano, pode-se ainda aproveitar os lameiros dentro da vila, de onde a população terá vista privilegiada para o rali directamente das janelas dos seus lares.
O recente artigo de Jorge Moimenta no "Notícias da Barca", intitulado "Por enquanto ainda somos portugueses!" vem falar-nos no polémico tema de uma aliança Ibérica, com fusão entre Portugal e Espanha, dadas as vantagens que teria a fusão com um país como a Espanha, com vista a retirar Portugal de um "buraco" cada vez mais sem fundo. Jorge Moimenta aborda ainda o potencial que Portugal não tirou das suas colónias, através de, para muitos, um atribulado processo de independência. Jorge Moimenta, que já neste blog tinha sido de certa forma elogiado por este blog por outros assuntos, aborda mais uma vez os seus temas com frontalidade. Apesar de tudo, ultimamente tem-se metido por assuntos onde pessoas com a mínima prudência não se metem para não se "sujarem": comentar as questões políticas internas do PSD após a eleição de Menezes para presidente. Comentar tudo o que meta Menezes e Santana e tentar tirar daí conclusões não é nada fácil! E para Jorge Moimenta, apesar da sua frontalidade, também não tem sido, talvez pelos leitores considerarem essa questão há muito como perdida.
Neste último artigo, Jorge Moimenta mete-se por um assunto talvez até mais difícil, mas muito mais sério. Vem abordar a polémica questão colonial portuguesa. Vem dizer que "o Reino Unido e a França deram a independência às suas colónias, mas através de acordos, ficaram a explorar as grandes riquezas lá existentes.". A ideia com que se fica a ler este artigo de opinião, tal como se fica da opinião de muitos outros portugueses, é que não chegou já a "exploração" no seu sentido mais negativo dos negros das colónias durante tantos anos pelos portugueses do ultramar, e ainda há muitos que ficam a "chorar" a perda das colónias como fonte de riqueza, e ninguém "chora" as barbaridades dos colonizadores sobre os colonizados nas épocas dos impérios coloniais das nações europeias. Não chegando isto, vem levantar as velhas questões nunca resolvidas na cabeça dos portugueses de "cores" políticas no tribulado processo de independência colonial. Vem dizer que " com a pressa de entregar aqueles territórios a dirigentes comunistas nem tempo ouve para preparar aqueles que os iriam dirigir." Primeiro, onde está "ouve" deveria estar "houve". Segundo, o que é dito até pode-se admitir como verdadeiro. Mas perde toda a razão por, como habitualmente, se atribuir a culpa à esquerda mais "esquerdista" pela maneira como as colónias foram entregues. A verdade que nunca é dita passa agora a ser dita: os portugueses tiveram e para sempre terão a mentalidade que não lhes permitiu largar as colónias, e mante-las em domínio até ao limite do limite das condições. Toda a gente se esquece que o orgulho colonialista português e o "bem bom" que essas terras e as suas gentes proporcionavam a muitos portugueses fizeram com que o domínio das colónias se prolonga-se até muito tarde, até uma guerra que se arrastou, enquanto que esses países europeus, como a França e outros, começaram os seus processos de independência colonial de forma mais "amigável" e "harmoniosa" a seguir à 2ª Guerra Mundial. Numa época histórica em que já pouco fazia sentido os impérios coloniais, Portugal era assim dos poucos que mantinha as suas colónias, e isso é que deu todos os problemas. Portugal já está habituado a ser o último em tudo, e mais uma vez na questão política do domínio colonial se manteve atrasado relativamente aos outros.
Análises isentas e justas deste assunto da história portuguesa só vão ser feitas quando houver o afastamento histórico suficiente relativamente à época do Estado Novo. Até lá ainda muitos continuarão com "fundamentalismos" políticos nas suas cabeças, e a "chorarem" a perda do "mamanso" africano. A liberdade é dos valores mais preciosos da vida humana, e os africanos obteram-na, apesar de todos os defeitos e problemas que hoje se encontram em muitos pontos deste continente. Ninguém fala das condições miseráveis de vida dos muitos africanos e de medidas para que se criem condições para que esses países se organizem e criem as bases para criação de nações equilibradas para que lá vivam melhor.
Sintonia Politiqueira
Com a recente polémica do pseudo-engenheiro José Sócrates no balanço dos 2 anos do Governo, eis que o panorama noticioso do nosso concelho leva também o barqueiro a reflectir sobre o executivo barquense. Estamos neste momento a navegar (temporariamente) em águas calmas no que diz respeito ao panorama político barcalhoense . Quando é que virão as próximas marés-vivas ? Estão certamente para acontecer, a julgar pela experiência de 33 anos de também pseudo-democracia , e ainda para mais em Ponte da Barca (tal como o Primeiro-Ministro, este regime politico-social que hoje se vive designa-se de democracia, apesar de ser uma designação no mínimo duvidosa, a julgar pelo aniquilação social que é feita àqueles que dão sinais de querer romper com o "sistema"). Não estão a conseguir descortinar este raciocínio de uma paz temporária a nível politiqueiro? Então fiquem com 2 destaques que marcaram recentemente a imprensa:
1. O executivo de Vassalo Abreu tem andado a promover as tradições culturais e o potencial turístico que Ponte da Barca poderá ter para oferecer, por terras gaulesas. A oposição tem sido tão suavezinha (exceptuando os sempre irreverentes bloquistas ) que o "rei" destas terra dá-se ao luxo de abandonar as suas terras sem recear a queda do "reinado" pelo menos até às próximas eleições, visto que não será pelas mãos de um único elemento (o do BE ) que virá o perigo. Os sempre decadentes discípulos de El Mestre" João Esteves (uma âncora que cada vez mais fixa o PSD ao fundo da tristeza e cuja corrente os seus militantes não têm coragem de cortar) e os aliados de "tachinho" do PP permitem que o executivo goze uns tempinhos de paz, pelo menos aparente.
2. As aparentes tréguas politiqueiras chegaram ao cúmulo dos outrora (e certamente brevemente) inimigos de peixeirada política PS-PSD se preocuparem uns com os outros e de serem gentis. É mesmo verdade!!! Olinda Barbosa e Vassalo Abreu nunca estiveram tão próximos, ao ponto da Sra. Olinda se preocupar com a saúde do presidente: "Como vamos de Saúde, Sr. Presidente?" in Notícias da Barca).
Relativamente ao primeiro aspecto, basta ver os casos da geminação entre Ponte da Barca e Les Clayes-sous-Bois (vila francesa perto de Paris). É tudo muito bonito na imprensa regional e aos olhos de muitos, é tudo muito enriquecedor no que diz respeito ao intercâmbio de culturas entre populações, mas tudo surgiu não para servir os superiores interesses concelhios, mas os interesses do santo "tacho". Lá está um dos grandes símbolos da boa "cunha" à portuguesa, com um suposto cargo de relações internacionais criado com a desculpa da geminação, mas que na realidade é sobrinho de Cabral de Oliveira, o "histórico" presidente de Câmara. E assim se criou uma geminação, ou seja, mais um "tacho". Dirão os fanáticos apoiantes do actual executivo que agora o Presidente não pode fazer nada em relação a essa herança da anterior Câmara. E têm razão, pois por um lado tenta-se explorar o que essa geminação pode dar de melhor ao concelho: um modelo de desenvolvimento para Ponte da Barca. O facto é que nenhum político da Barca tem visto esse exemplar modelo de vila, seguindo isso sim, à risca, o modelo de "cunhas" e "tachadas" que foi aplicado na criação da geminação. Os laranjas por seu lado dirão que, como o próprio nome indica, geminação significa que há semelhanças entre as 2 localidades, e que por isso se justifica a relação diplomática. Aliás, as semelhanças são enormes: desenvolvimento económico-social, culturas, estilos arquitectónicos, paisagens naturais e organização urbana. Em conclusão: foi mesmo uma descarada "tachada", não se dando ao trabalho de escolher melhor a vila para geminação com a Barca.
Por outro lado, bons passeios tem permitido esta geminada "tachada" ao anterior e actual executivos.
Em 30 de Março lá estiveram presentes, não por causa da geminação, em Nanterre-França , os senhores fotogénicos do costume: o presidente da Câmara Municipal e o vice-presidente José Pontes. Reparem no delicioso pormenor do computador portátil (e logo dos melhores - um Vaio da Sony) numa feira de artesanato em França, e logo na capa do Notícias da Barca. Veja-se o entusiasmo que o "artesanato" da Geração Tecnológica provoca!
Mas não é só no campo da "cunha" à boa maneira portuguesa que este executivo está a atravessar um período de relativa sintonia com a oposição e anterior executivo do PSD. Olinda Barbosa, membro dessa oposição, tem mostrado preocupação com o estado de saúde de um barquense: o presidente de Câmara. Na edição de 7 de Abril do Notícias da Barca lá está o artigo de sua autoria: "Como vamos de saúde, senhor presidente?". Podemos desde já avançar uma gentil conversa entre os dois:
Olá Senhor Presidente! O tempo está bom não está?! Está solarengo!
Então minha gentil opositora! Parece que agora o sol está aí para ficar depois destes dias mais feios!
E como vamos de saúde, Sr. Presidente?
Olhe, para dizer a verdade já não ganhei mais peso desde que as sucessivas comezainas deste início de ano têm abrandado. O Eng. Pontes até perdeu peso, veja bem! O meu colesterol também tem baixado...
Tem que me dizer o segredo.
Ando a tomar Danacol em vez de Posta Barrosã. Não acreditava, mas ao fim de umas semanas fiz as análises e baixou mesmo! Experimente!
Acho que vou mesmo ter de experimentar, mas é como funcionária de uma fábrica da Danone , que isto não sei se é futuro para mim.
Não diga isso! Você é uma excelente opositora. Até me dá prazer que esteja do outro lado da bancada!
Não fale assim de mim, senhor presidente, que até me dá calafrios!
Se calhar apanhou alguma constipação . Quer que a acompanhe à Urgência?
Mau! Já estamos a perder a simpatia! Não acha que haveria deveria exigir juntamente com os Arcos uma Unidade Básica de Urgência, para depois poder acompanhar-me às Urgências? As nossas gentes não terão os mesmos direitos dos cidadãos de localidades do litoral como Ponte do Lima ou Viana do Castelo?
Claro que sim! Mas não se esqueça que se até os Serviços de Saúde fogem daqui, é porque desde sempre os presidentes do concelho e seus membros têm sido tão fraquinhos, mas tão fraquinhos, ao ponto de tudo e todos quererem daqui fugir!
Nisso tem razão.
Está a ver?! Nós, políticos da Barca, afinal temos estado e estamos todos em perfeita sintonia!