Domingo, 27 de Abril de 2008
Abril, cravos e liberdade

Abril, cravos e liberdade

Vamos lá “meter a língua” no assunto


 

Existe um certo espaço no “Notícias da Barca”, cujo o autor é o já conhecido deste blog Jorge Moimenta, que nos vem neste 25 de Abril apresentar uma visão rebuscada do 25 de Abril. Uma visão que talvez seja própria de quem não sabe muito bem qual a substância da democracia e liberdade pela revolução conquistada. Por um lado critica o modo como a democracia foi a partir daí ensinada e implementada em Portugal, apresentando-se contra uma doutrina ensinada aos portugueses que segundo ele é “socialismo”. Por outro lado diz que os “100 mil professores que votam contra são compensados pelos 100 mil da direita que votam no governo!”. E a confusão assim se instala. Durante quase todo o artigo apresenta-se com uma postura extremista de direita e conservadora, dizendo que a partir da revolução o país não mais caminhou devido a, entre outros:

·   “(…) o Sr. Professor deixava de o ser para ser apenas professor”;

·   Os pais aprenderam que “as crianças deviam receber lições de sexo”;

·   Que o “sacristão” teve que ser promovido a “padre”.

 

E questiona ainda:

·   “Se os professores passaram a ter regalias que nenhum outro trabalhador tem, como lhes vamos exigir que aceitem a perda dessas regalias?”;

·   Se as crianças tinham que aprender a fazer sexo, como podemos evitar que o façam na Ínsua do Vez ou que os namorados estejam nos cafés a meter a língua na boca um do outro?”.

 

E conclui estas ideias dizendo:

“Por tudo isto que ninguém se admire do que se passa no nosso país.”

 

Se isto não é extremismo de direita, anda-se a “meter a língua” lá perto. Lá pelo meio ainda fala que nem à Grécia Portugal conseguiu ganhar.

Pode-se então concluir que 34 anos depois ainda existe quem não saiba bem o significado do 25 de Abril, e qual o rumo de que uma democracia deve seguir, daí que se diga “Como caminha este país!”.

Metamos então a “língua” no que interessa. Vivemos mais um 25 de Abril, e mais uma recordação do que se passou no mesmo dia de 1974. Uma data crucial, que acabou tanto com a opressão e mordaça, com pilares na PIDE e censura, com o isolamento de Portugal no mundo, sem qualquer relações internacionais, com pilar numa história de um Portugal como grande império “provinciano” no mundo, e com a Guerra Colonial, assente na mesma ideia de Império. Este dia deveria, infelizmente, ser muito mais respeitado e lembrado, mas infelizmente a cultura católica herdada desse velho regime que caiu em 1974 faz com que feriados religiosos sejam mais cumpridos e respeitados. E muitos vêm dizer que do 25 de Abril, do seu espírito, sonhos e ideais, pouco resta, mas na realidade, como Mário Soares já disse, resta tudo: a democracia e a liberdade em que hoje Portugal e as suas gerações pós 25 de Abril vivem.

 

  

 


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Sábado, 14 de Abril de 2007
barquense vs barqueiro

No mesma página de jornal barqueiro vs barquense 

Leram o último "Notícias da Barca" de 7 de Abril? Não vos sobressaiu nada do género: um barquense típico e provinciano e um novo barqueiro que mostra a realidade triste a contrastarem na mesma página de jornal? Pois, propositada ou não, a colocação de dois artigos provenientes de mentes tão distintas foi muito bem conseguida pelo jornal. Lendo-se essa página de jornal, que já vão perceber qual é se ainda não perceberam, ficam-se a conhecer duas linhagens de pessoas: uma o típico barquense, que ainda que tenha um pouco de cultura acima da média, está definitivamente ligado ao passado de forma arrepiante e que por isso contribui para matéria de sítios de crítica severa como este, e outro o derradeiro modelo de barqueiro, ou seja, aquele que rompe com o provincianismo, tradicionalismo, e que denuncia os podres da sociedade que os barquenses tão bem conhecem.

O modelo de barquense típico a não imitar : A. Pinto da Cunha

É este o nome de tão sinistra personagem do panorama informativo dos jornais. Se já leu o que este sujeito escreve e não viu nada de mal, então mais vale sair deste blog, pois não é o sítio mais apropriado para si, devido aos conteúdos e linguagem que o poderão chocar. É que de facto, se não houvesse ninguém diferente de Pinto da Cunha, blogues como este seriam alvo ainda hoje da censura e de consequências muito mais graves para o criador do barqueiro, pois a ditadura em que tantos anos viveu Portugal ainda não teria terminado. É por causa de convicções como aquelas que são descritas por Pinto da Cunha que a ditadura se tem  perpetuado nas mentes, pondo o nosso país na posição que está na UE. Como se é capaz de afirmar que a eleição de Salazar de melhor português no programa da RTP revela que aqueles que nele votaram nele

é que estão sãos de mente?! Como se é capaz de louvar que muitos portugueses ainda adorem um figura tão mesquinha, provinciana, ditadora e que acima de tudo é a causa da triste situação de Portugal na Europa de hoje?! Já esqueceram aquilo que o santo Salazar fez aos portugueses?! Não nos digam que o português é um bicho que gosta de "levar no pelo"? Relativamente a tal lixo informativo resta ficarmos tristemente deliciados com as suas frases:

"Parabéns, RTP...até que enfim que aparece algo que venha fazer pensar a "GERAÇÃO RASCA" que já há algum tempo tomou as rédeas do nosso país"

                          Geração Rasca deve ser aquela a que pertencem muitos portugueses como este, e que nos foi realmente demonstrada neste programa da RTP, para os que ainda tinham dúvidas, que os fascistas ainda andam por aí. O pormenor das letras maiúsculas na citação apresentada é mesmo uma aberração do jornalismo de opinião.

"(...) os Portugueses (...) identificando o melhor português com um ditador, que por acaso até foi brando, óptimo economista, sério, inteligente e excelente gestor?"

Palmas!!! Realmente não houve homem como Salazar e o seu Governo. Fiquem com algumas das coisas que ele criou para vos adoçar a boca: ditadura, opressão, censura aos meios de comunicação, PIDE, Guerra Colonial, Mocidade Portuguesa, protótipo de português como sendo do sexo masculino e chefe da sua família ao ponto de dever tratar os filhos e mulher como "bombos de porrada", Nossa Senhora de Fátima como Primeira Dama de Portugal, pão e vinho quando havia, futebol para entreter (Eusébio), o fadinho para todos convencer a solidão e tristeza é o triste destino do português, matar aqueles que se atravessassem no caminho do Governo, o criadinho ter que trabalhar e calar relativamente a algum descontentamento, etc., etc., ... 

"É que desde Abril de 1974 que, não é que eu defenda mas, com a abolição da famigerada censura, cada qual tem dito o que bem quer e entende defendendo a sua dama e criando a quem não é por eles a pior das imagens com meias verdades e muitas calúnias"

Muito bem!! A receita para o país é simples: fascismo é solução! Se pertencer ao vasto leque de barquenses a quem o 25 de Abril pouco disse e admite que só um novo Salazar consegue endireitar o país, dê-se como satisfeito por pertencer à Geração Rasca.

"Afinal, ao que parece nem a nova escola, nem a comunicação social, como mostrou Boris Pasternak em O doutor Jivago , conseguiram apagar da mente dos Portugueses que o Homem (Salazar) não foi assim tão mau para o país como a têm tentado pintar."

Meninos da escola, não acreditem no que este senhor vos diz!

Mais comentários para quê? Deixem vocês mesmos mais comentários. Antes disso vejam um vídeo que é o espelho dos muitos salazaristas.

 

 

 

 

O modelo de barqueiro a seguir: Jorge Moimenta

 

Quem não conhece pelo menos uma centena de pessoas que são o que são devido à santa "cunha" milagreira?! Pois é este submundo que tão bem testemunhamos em Ponte da Barca. O pior é que os artigos que os nossos jornais nos oferecem para ler carecem de objectividade nas suas palavras. Se querem realmente ver um retrato bem feito da realidade portuguesa, e de que Ponte da Barca é um belo exemplar, leiam o artigo intitulado "Os Funcionários Públicos" de Jorge Moimenta. Este é mais um dos verdadeiros barqueiros, que merece realmente elogios. Quantos e quantos não ganham hoje a sua vida na Câmara Municipal à custa deste recurso, de que segundo estudos a nível Europeu, os portugueses são especialistas. Querem o retrato social real e verídico? Então aqui estão algumas das palavras de Jorge Moimenta, perfeitas no conteúdo e concisão.

 

"Hoje vamos a uma repartição pública colher uma informação e, com raras excepções, ninguém sabe dizer em concreto que formalidades devem ser cumpridas! É que muitas das vezes não está em causa a veracidade da informação que já sabemos de antemão que não é correcta, mas o facto do funcionário estar a ler o jornal a Bola ou a discutir com os colegas as decisões dos árbitros de futebol!

Perguntar-nos-ão porque é que a maioria dos funcionários são pessoas sem grandes aptidões? A resposta é simples: Como não conseguem singrar numa actividade onde se torna necessário trabalhar com mais afinco e assumir compromissos, lá estão os políticos para satisfazer uma "cunha" desde que lhe seja garantido o voto  no próximo acto eleitoral!"

 

Mais palavras para quê? Que continuem a aparecer mais homens destes a escrever nos nossos jornais, para pelo menos tentar fazer os barquenses pensar sobre a situação actual. Alguns já existem. São exemplos este senhor, Jorge Moimenta, Sousa Meira (aquele que poderia já ter editado um livro, mas possivelmente "não lambe" as botas ou mete "cunhas" aos políticos da terra) e Marques Pereira (aquele que não tem papas da língua, que pelo menos tenta mexer com os acomodados). Poucos mais existem para além destes, e que certamente não enchem os dedos de uma mão. Descubram por vocês mesmos as migalhas de qualidade do jornalismo, análises da actualidade barquense e opinião. 

Para terminar, mais um videozinho dedicado aos que por "cunhas" se tornaram funcionários públicos.

 

 


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