Proposta para um melhor apoio social no concelho
Para não dizerem que é "só deitar a baixo"
Depois de uma breve revisão pela actualidade barquense na imprensa regional, deparamo-nos com uma ilustre celebração: o Dia da Misericórdia. Como sempre, tudo o que envolve a instituição da Santa Casa da Misericórdia tem um toque de classe, perfeição e nobreza. É uma instituição, que ao contrário de todas as outras, usufrui de todas estas e ainda mais características exemplares, que lhe permitirão ser um caso de excepção no que toca às opiniões das várias figuras da política e sociedade em geral, estando imune a críticas ou apontamentos menos bons. Aliás, nas edições jornalísticas em que foi destacado o assunto do Dia da Misericórdia, algumas figuras políticas deram continuação ao tipo de ilustres e nobres comentários a que essa instituição já está habituada, dentro do nosso concelho. Mas, nos tempos que correm, já não se basta ser nobre para se ser imune aos problemas, e António Bouças reafirmou mais uma vez as dificuldades financeiras da Santa Casa de Ponte da Barca.
Por outro lado vemos, em “O Povo da Barca”, que existe um caso de sucesso no que ao aspecto financeiro diz respeito em Ponte da Barca: a Capela de S. Bartolomeu. Após o balanço deste ano, o “cofre” desta capela amealhou, após todas as despesas, um total de 8. 737 €. O saldo até é maior que o do ano passado, e atendendo a que as despesas têm sido poucas relativamente ao total amealhado, este dinheiro fica ali, no “cofre” de S. Bartolomeu, sem o santo saber o que lhe fazer.
A proposta deste blog é que se faça uma parceria entre a lucrativa capela de S. Bartolomeu e a Santa Casa de Ponte da Barca. E para quê? Para que o lucro anual da “capelinha” ajude a melhorar a situação da Santa Casa da Misericórdia… mas não para ajudar a melhorar as finanças da instituição, como estará a pensar. Como este blog não tem tradição de fazer bonitos discursos acerca da “nobre” instituição da Santa Casa, como todas as figuras do concelho gostam de fazer, o dinheiro da capelinha poderia sim ser doado como ajuda àquelas famílias que se têm queixado nos jornais, para que as suas carências sociais e de saúde pudessem ser atendidas pelos serviços desta “mui nobre” instituição. Pois é! É que os protestos que algumas famílias já fizeram nos jornais não deveriam fazer ninguém esquecer que, ao contrário do que as personalidades da Santa Casa dizem, o maior problema não são os “problemas financeiros” ou a “empregabilidade”. Os maiores problemas que a instituição deveria tentar combater eram a infeliz necessidade de cada uma dessas famílias e de cada um de nós ter que ter poder económico para se poder usufruir da prestação de cuidados de saúde e sociais dignos e de uma velhice com qualidade e bem estar. São realidades que deveriam ser preocupação inclusive a nível nacional. E quanto à capelinha de S. Bartolomeu, ela é o exemplo de que até um pequeno local de culto religioso consegue grandes lucros, e o espelho de que uma das maiores indústrias existentes é a Igreja Católica.