Câmara nova, vidas novas?
Está pronto e a funcionar o novo recinto dos Paços do Concelho. Cor-de-rosa bonito, o novo edifício, dizem os mais entendidos, baseia-se numa arquitectura que é sobretudo funcional, que vai de encontro ao trabalho desenvolvido pelos seus funcionários. Carácter funcional e estéticas à parte, enfim Ponte da Barca possui um novo edifício para a Câmara Municipal, que já há muito estava planeado.
Agora os serviços camarários não se poderão queixar de falta de condições para satisfazer as necessidades dos barquenses, pois existe um edifício com uma concepção prepositada para tal, além de já possuir o número mais que suficiente de funcionários, como todos saberão. Quanto ao velho edifício, será para receber uma Loja do Cidadão de 2ª geração, com tudo o que isto poderá trazer. Contudo, o baqueiro, e se calhar alguns barquenses, ainda não perceberam se a Loja do Cidadão irá incluir serviços públicos, por exemplo, de Segurança Social e Finanças, com o consequente fecho das repartições actualmente existentes. Seria bom reestruturar estes serviços na vila, até porque de bom funcionamento não se podem propriamente gabar, isto, na modesta opinião do barqueiro. Não duvidando da competência dos funcionários dos serviços referidos (o mau funcionamento, mais que uma questão individual, é organizacional), convém não deixar a salvo do mesmo reparo os funcionários que agora têm novo recinto de trabalho nos novos Paços do Concelho. Tudo isto para o barqueiro chegar ao ponto de revelar a sua esperança em que o funcionamento dos serviços camarários seja, à semelhança das infraestruturas, também ele remodelado. Desde a senhora das limpezas, até ao próprio Presidente de Câmara. De falta de recursos humanos não se poderão queixar, até porque o excesso de funcionários na função pública é um mal antigo do país em geral. E os funcionários poderão até não serem muitos… é mais a desproporcional eficiência. Talvez haja o hábito português de haver mais gente a “chefiar”, que propriamente a executar as funções que lhe seriam devidas para o harmónico funcionamento de um todo, que é uma repatição pública.
Sermões à parte, com a (pseudo) inauguração deste novo edifício, foi lançada também uma barraca. A inauguração é “pseudo”, porque à boa maneira portuguesa, os discursos são óptimos, mas os que belo discursam ainda têm de se arrumar dos “andaimes” na obra supostamente já pronta. Por outro lado foi lançada a barraca, particularmente porque a oposição veio demosntrar publicamente o esbajamento de dinheiro da falada obra. Segundo o executivo o investimento foi de 1,7 milhões de euros. Seguir-se-ão 400 mil euros para o arranjo definitivo do exterior envolvente ao novo edifício, ou seja, destruir aquilo que supostamente é provisório, mas serviu para receber a "pompa e circuntâcia" de uma inauguração de algo ainda não concluído (bem "à portuguesa!", infelizmente). E como é que a fraca oposição que por cá temos vê toda esta situação: "Escândalo!", "gastos mais de meio milhão de euros (113 mil contos) só no fornecimento de mobiliário". Como se pode analisar esta visão de esbanjamento dada pela actual oposição do PSD? Como o barqueiro quer ser imparcial, vai dar 2 visões: uma visão "laranjinha" e uma "rosinha". A "laranjinha": "É verdade! Isto é um escândalo! Andam para aí a gastar rios de dinheiro do Estado... Das duas uma: ou se anda a meter dienheiro ao bolso, ou então o luxo "a bordo" do novo edifício deve ser grande!". Se quiser ser "rosinha": "Aqui ninguém mete ao bolso o dinheiro dos contribuintes! Temos é um bom edifício, e a qualidade do equipamento não deve ficar atrás! Assim ficamos todos bem: nós, os do poder estamos bem instalados, e vós, os da oposição, também, até porque temos que receber aqui as vossas "visitas"...". Ninguém ficará a perder... A não ser, de facto, o povo, que mais uma vez foi pisado pelos "elefantes" políticos...
A propósito da oposição, particularmente o PSD, que apesar de não parecer querer novamnete o poleiro, é a maior força da oposição, optou agora por explorar os rios de dinheiro que têm sido gastos pelo actual executivo. Argumentos não lhes faltam: "Dívida perto dos 10 milhões de euros" e "aumento de 68% da dívida em 3 anos". Parece que pelo menos tomaram um rumo, uma linha de crítica ao executivo actual. Falta juntar as propostas de mudança, os planos, os projectos, para que possam pelo menos mostrar intenções de fzaer algo novo pelos eleitores. Estamos cá para ver... Pelo menos já houve alguma mudança de rumo, tendo em conta que os artigos do PSD habitualmente assinados como "A Comissão Política da Secção de Ponte da Barca do PSD" passaram a ser assinados por 5 indivíduos, com o nome "António Cabral de Oliveira" à cabeça. Convém lembrar aos eleitores (e depois não se diga que o barqueiro não presta serviço público) que aquele que supostamente é o candidato autárquico surge em 4º lugar na lista das assinaturas, e dá-se pelo nome de "Augusto Manuel dos Reis Marinho"...
“Putos” dão uma ajudinha aos maiores
Finalmente existe também uma juventude política em Ponte da Barca do partido socialista. A direcção da JS, que antes só existia na prática, passa agora também a existir do ponto de vista formal. Encabeçada pelo já conhecido José Pedro Amaral, que escrevia as “Notas Relevantes” semanalmente no “Notícias da Barca”, a direcção tomou posse no dia 14 de Março. Espera-se que os seus membros, ainda frescos nestas lides políticas, cumpram o seu papel, e que a promessa feita pelo líder, de promover uma maior participação e interesse dos jovens pela política local, se faça cumprir. Espera-se que o desaparecimento de José Amaral dos jornais locais, com os artigos de opinião, a partir do momento em que se constituiu a JS, não seja um presságio de que estes jovens se estejam a tornar nos muitos políticos que já temos: prometem e discursam, mas quando atingem a cadeira do poder logo essas “boas intenções” passam para segundo plano. Espera-se que a JS não seja apenas um meio de promoção e de propaganda do PS e dos “adultos” que dele fazem parte.
Olinda, amiga, o PSD não está contigo!
Foi esta a grande ausência na “nova” equipa do “Messias” Cabral de Oliveira, para além do “barão” ou “dinossauro” do PSD “El Mestre” João Esteves, que foi o “reactor” deste PSD barquense ao longo da maioria dos mandatos laranja (e agora também azul) pós 25 de Abril. Mas este artigo vem dar sim grande destaque à vereadora Olinda Barbosa. Ela tem sido a mulher que tem contrariado o argumento do machismo dominar na política. Ela era, apesar de todas as brincadeiras, críticas e defeitos que se lhe têm apontado (este blog inclusive), o elemento mais activo da oposição PSD, e talvez o único elemento deste partido que não entrou em “depressão pós derrota” eleitoral. É o único elemento que se habituou à função de fazer oposição ao PS, e que regularmente tem escrito na imprensa, sendo talvez a principal voz da oposição. A “nova” equipa ignorou a sua importância e trabalho. Conclusão: o elemento que tem estado sempre presente na “luta” do partido “cagaram” para ele, e fez-se mais uma típica comissão política barquense, com meia dúzia de caras mais que conhecidas, que só aparecem quando cheira a eleições com óbvio objectivo, já mais que conhecido, o “poleiro”. Perante tudo isto, e ainda mais o facto de não “cheirar” ao barqueiro que será convidada para candidata do PSD à Câmara (o que poderia repor justiça e consideração dos seus colegas de partido relativamente ao seu trabalho), o barqueiro não diz que está com a Olinda, porque não é seu hábito ser emplastro, ou como se diz em política, apoiante de alguém, mas pode dizer: Olinda, amiga, o PSD não parece mesmo estar contigo!
Façamos então o contador com o número de abstenções desta vereadora a partir da data de eleição da Comissão do PSD. Poderá vir a ser útil em termos de “intercâmbios”, ou melhor dizendo, poderá ser útil para saciar alguma curiosidade barqueira.
NOTA: Contaremos neste blog, para ser mais fácil, o número de reuniões em que Olinda Barbosa se abstém através das notícias da imprensa regional. Pode-se dizer desde já que a onda de abstenções parece ter começado, com abstenções contadas em 3 reuniões, até ao fecho da contagem na imprensa regional em 8 de Março. Rectificações de contagem e comentários podem deste já ser deixados pelos leitores deste blog.
Como vamos de Carnavais na "Barquinha"
Antes de falar na Barquinha, uma terra muito engraçada, falemos de Ponte da Barca real. Nesta terra real do Alto – Minho, o Carnaval tradicional, tipicamente português e “autóctone” de Lindoso, tem lugar com o “Pai Velho”. Nesta tradição são feitos cortejos, rusgas e brincadeiras tradicionais do Entrudo, terminando com o Enterro do Pai Velho e leitura do testamento com críticas em várias direcções. De forma justa, deve ser aqui elogiada a Câmara Municipal pela divulgação desta tradição anual do nosso concelho, integrando-se nos cartazes culturais e turísticos a nível nacional, nesta altura do ano.
Passando-se à “Barquinha”, essa terra tão engraçada, este blog pretende também fazer a sua sátira, ao estilo dos cortejos e carros alegóricos carnavalescos. Algures na cabeça de um qualquer barquense existe essa terra, a “Barquinha”, onde o imperador reina e a oposição estranha esta nova perspectiva de fazer política, após tantos anos no “poleiro”. Por altura da época carnavalesca, porque nessa terra também é Carnaval por esta altura, o Imperador reina tranquilamente. Os Senadores da Oposição são cegos, surdos e mudos e por isso não se apercebem de que se começara a construir um “poio” de edifício na Barquinha, e muito menos de que o imperador e seus parceiros põem as facturas de água e saneamento a pesar até mais 182% nos bolsos do povo da Barquinha. No começo de novo ano na Barquinha o Imperador e seus parceiros prometem que é esse o ano vão provar que não são iguais a toda a política a que o povo vai estando habituado. Na oposição, os Senadores como são surdos, mudos e cegos, pedem aos seus filhos, na “reentré” que façam eles o calendário da política de oposição, já que estes jovens não padecem dos mesmos défices sensoriais dos seus pais Senadores. À parte destas complicações da política, um discípulo do Imperador e uma discípula dos Senadores da Oposição entretêm-se como crianças ou bebés com birras, a tentarem provar quem é que é o melhor, num duelo taco a taco.
Assim se vai de Carnavais em Ponte da Barca e na Barquinha.
O poder do conhecimento
O sociólogo Pedro Costa vem mais uma vez, desta vez na edição de 26 de Janeiro do “Notícias da Barca”, quebrar uma paisagem de fraca qualidade de opiniões e conteúdos da grande fatia dos que escrevem para os jornais locais. Desta vez vem abordar o principal problema do atraso português de forma geral face ao mundo globalizado. E deixa a pergunta: “Atendendo ao facto de atravessarmos a “Era da globalização informatizada” e ao facto de competirmos num mercado global tão exigente, como é possível que os índices individuais de conhecimento e informação sejam ainda tão baixos nos portugueses?”. E o que é mais preocupante é que esse tipo de problemas afectam os portugueses desde a classe social mais baixa (se é que nos devíamos dividir em classes sociais) até às classes que ocupam posições de direcção, gestão e decisão.
Aplicando estas visões de um nível global à situação concelhia, os resultados e análises não são, como se pode prever, animadores. Em concreto analisa a situação do parque imóvel de Ponte da Barca em comparação com Arcos de Valdevez. Segundo a sua análise, Ponte da Barca tem privilegiado construções novas demasiado chegadas ao eixo urbano, feitas por construtores da terra, promovendo-se a prática de baixos preços. Arcos de Valdevez tem construído em circulo à volta do eixo urbano, alargando o perímetro habitável da vila, por construtores maioritariamente de fora ignorando os preços praticados. O resultado é que em Arcos de Valdevez o aumento de preços tornou o sector da construção apetecível, multiplicando-se os serviços ligados à construção, aumentando-se os empregos e atracção de investimento e negócio. A qualidade atraiu o preço alto e ao mesmo tempo os investidores.
E em Ponte da Barca? A potencialidade de expansão do perímetro urbano está muito limitada. “Enquanto isso, ao fechar a porta aos construtores de fora, fechou-se num círculo de construtores limitados nas redes relacionais, com pouca visão estratégica e pouco adeptos da qualidade de construção.” E assim está explicado mais um dos grandes problemas que sempre assombrou o concelho: o “lobbie” da construção civil. É um problema que ainda nenhum executivo conseguiu erradicar. É esse talvez o maior parasita da política. Em vez de se acabar com o cancro dos lobbies de construção, continua-se a ver políticos unicamente a “falar bonito” quando acerca desse assunto. Inclusive a oposição actual do executivo camarário demonstrou recentemente, pelo menos, incompetência no que toca ao assunto da construção. Ainda não tinham havido nenhuns “toques” a nível noticioso e público acerca do “poio” que está a ser construído numa zona alta da vila, e que certamente irá dar belos postais da vila barquense, com a ponte, o rio, a zona histórica, a igreja matriz e agora o “poio”. Nenhuns a não ser o “toque” do barqueiro, em “primeira mão”, como se poderia dizer, num blogue sem credibilidade e muito fraquinho, como diz o “gato” (em http://nadasobreabarca.blogs.sapo.pt/41759.html). Sem mais rodeios, foi recentemente a vereadora Olinda Barbosa, nos jornais, que veio tentar “ensinar” Vassalo Abreu a administrar, e que fala com uma bonita metáfora, do tal “poio” urbanístico e turístico. É triste, que após o primeiro “toque”, já tardio, no assunto por um blogue não credível preceda uma ainda mais tardia intervenção da oposição na opinião pública. E daqui fica a questão: já que os vereadores da oposição também fazem parte do executivo, onde estava a oposição quando se começou a construir o “poio”? Terão sequer alertado o partido no poder que permitiu que ele fosse “cagado”? Ou será que agora que ele já está quase acabado, é que começou a ser detectado pelos “narizes” dos barquenses?
A Guerra dos Politiqueiros
Quem não viu os anteriores 2 episódios desta escaldante, mas maçadora “guerra”, entre o misterioso regressado, apesar de velho na política, Cabral de Oliveira e o vereador e vice-presidente da Câmara Municipal José Pontes pode sempre ir aos anteriores posts deste blog, em http://nadasobreabarca.blogs.sapo.pt/tag/vandalismo+pol%C3%ADtico e http://nadasobreabarca.blogs.sapo.pt/tag/piscinas+municipais. O que nos trás por cá hoje são apenas as respostas previsíveis e de qualidade habitual dos rostos políticos de Ponte da Barca, que ao contrário do vinho do Porto, quanto mais velhos mais “podres”. Desta última vez foi a vez de Cabral de Oliveira responder a José Pontes. Resumindo: Cabral de Oliveira vem “atirar à cara” de José Pontes eventuais escarros de gestão autárquica do actual executivo, como resposta aos eventuais escarros que Cabral de Oliveira cometeu publicados por José Pontes, acusações essas que José Pontes usou como resposta ao artigo de “ressurreição” de Cabral de Oliveira denunciando um eventual actual ambiente de “mordaça” política em Ponte da Barca. E assim vamos com grandes níveis de qualidade politiqueira em Ponte da Barca, sendo nos campos do “bairrismo”, “vandalismo” e “entretenimento” políticos que os nossos políticos se sentem mais “desinibidos”: são os seus habitats naturais.
Em conclusão, podemos aplicar uma frase do próprio Cabral de Oliveira a si mesmo, a José Pontes, e a muitos mais políticos que nos têm habituado a espectáculos do tipo: “(…) entrando na ofensa pessoal e no insulto gratuito. Trata-se de uma reacção que não me surpreende, vinda de quem vem.”.