Domingo, 21 de Junho de 2009
Certame político-religioso de Ballancourt

Certame político-religioso anual de Ballancourt

 

Como já devem ter reparado, e bem, se leram por exemplo o "Notícias da Barca", decorreu mais uma vez o que o barqueiro poderia chamar de "Certame Político-Religioso Anual de Ballancourt". Foi nos passados dias 23 e 24 de Maio que tudo decorreu com a habitual e infeliz normalidade. E pode-se dizer "infeliz" porque a forma como este evento tem sido noticiado para a população barquense cá residente justifica esse mesmo adjectivo. Basta estar atento ao título e subtítulo do "Notícias da Barca", em que se podia ler "Ballancourt (França) aproxima barquenses - Fanfarra dos BV nas Festas de Nª Sª de Fátima projecta o nome da nossa terra". Lendo o artigo noticioso sobressaía a ideia de que os Bombeiros de Ponte da Barca foram confratenizar com os de Ballancourt, numa festa religiosa popular tipicamente portuguesa numa localidade francesa com uma forte comunidade emigrante do nosso concelho. Pelo meio a breve, e talvez indiscreta (depende das interpretações), referência ao presidente da câmara Vassalo Abreu. Pelo que foi noticiado e pelas muitas fotos divulgadas, podemos ver que também o Padre Belmiro Amorim, de Britelo, e mais algum do staff da câmara municipal, como o vice-presidente, se deslocaram à festa. Analisado que está o destaque dado nesta fonte da imprensa regional à confraternização das corporações de Bombeiros, como se pode ver no título e texto, pode-se fazer uma outra análise: das 32 fotos da notícia divulgada, 3 contavam com a presença dos Bombeiros de Ponte da Barca, e 6 com a presença de Vassalo Abreu com ou sem o seu "staff". Nota-se por isso uma desproporcionalidade de destaque entre o que se escreveu (destaque aos Bombeiros) e o que se fotografou (destaque aos políticos do executivo).

 

 

Vistos os factos, o barqueiro deu-se à liberdade de fazer umas divagações, não confirmando nem desmentindo a hipótese de se estarem a fazer segundas leituras (essas ficam entregues aos leitores).

Primeiro, aquilo que se verificava no século XVIII, que as "diversões" do povo eram basicamente "procissões, touradas e Autos de Fé" (palavras de José Saramago in Memorial do Convento), ainda hoje é incrivelmente válido.

Segundo, o poder político não poderia deixar de escapar a oportunidade de gozar da sua velha aliança com a religião para "alimentar" a alma dos seus fiéis. Daí poder ser visto como "certame político-religioso", ou, por outras palavras, promoção política de mãos dadas com os padres, em nome das Nossas Senhoras.

Terceiro, ficou confirmada a confusão de ideologias que paira no executivo da câmara municipal: a sua, pelo menos aparente, proximidade ao povo roça a esquerda, já que se assumem como membros do PS, vai buscar o provincianismo do seu estilo de gestão ao tempo da Velha Senhora, vai buscar um pouco de fascismo à forma como se insere e tenta conhecer/ controlar a malha político-social de uma terra pequena como Ponte da Barca, e ainda vai buscar um pouco da alma conservadora católica ao CDS-PP, que se bem se lembram, até estão coligados, pelo menos na prática (o fenómeno exotérico de uma aliança PS-CDS).

Quarto, e para finalizar, o "Notícias da Barca" tem-se mostrado um aliado indispensável para quem quer seguir (como é o caso do barqueiro) todas as actividades/ quotidiano da "nata" de Ponte da Barca que se diz de "Socialista" ...


sinto-me:

talhado por o barqueiro às 02:15
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Sábado, 7 de Abril de 2007
Páscoa à barquense

Páscoa à barquense

Alegrem a entrada na época de Páscoa, barquenses, e vejam com "olhos de ver" a seguinte BD:

           

Se conhecem o sujeito caricaturizado nesta BD, que nos conta a verdadeira história de Jesus (qual Dan Brown!), estarão concerteza a questionar-se: "Será que o homem disse mesmo isto?!" Como é óbvio, claro que não. Se estiveram atentos isto é apenas uma caricatura, e se conhecerem as convicções e interesses deste personagem da nossa imprensa regional concluirão apenas uma coisa: "Apetece-me rir!!!". Esta BD pretende apenas permitir que as pessoas e o próprio caricaturizado imaginem como ele seria se realmente fosse padre, profissão para a qual tem bastante vocação (se tem alguma formação no ramo eclesiástico o barqueiro pede desculpa pela falta de conhecimento), e para além de ser padre tivesse convicções completamente contrárias às realmente suas. Seria engraçado haver um padre como este: apesar de pregar na Igreja, ter uma visão bastante prática daquilo que eles dizem em sermões semanais e metáforas na Bíblia, ou seja, não ter mente religiosa e acima de tudo ser sincero.

Por outro lado, se não o conhecem, vão semanalmente à 2ª página do Notícias da Barca. Nela se escreve "Razões para crer". Não é que ninguém possa ter as suas razões para crer e ter fé católica. É que este escritor tem, na opinião do barqueiro, uma visão excessivamente religiosa das coisas, ao ponto de (imagine-se!) ainda andar preocupado com a questão do aborto aprovada pela maioria dos portugueses no referendo de Fevereiro passado. Ele consegue ir buscar às metáforas bíblicas a razão da vida, do mundo e de tudo o que se deve fazer e não fazer.

Sobre este assunto só há mais um conselho a dar a este senhor "padre": continue a escrever e a tentar evangelizar, pois é livre disso, mas não faz sentido continuar amarrado a correntes religiosas tão fortes, pois actualmente já nada dizem à maioria das pessoas concientes da realidade em que se vive. Quer provas? Então fique com estas 3 simples razões:

1. A Igreja tem que começar a conciliar-se com o conhecimento científico, coisa que nunca conseguiu. Galileu Galilei, um dos maiores cientistas de sempre, teve mais sorte que muitos intelectuais ao escapar por pouco da fogueira da Inquisição, por ter sido um dos primeiros a conceber o Sistema Solar com o sol no centro e os planetas, como a Terra, a orbitar em torno dele. Foi obrigado a negar tudo o que tinha divulgado sobre isso. Tendo este astrónomo morrido no ano 1642, só  341 anos após a sua morte, em 1983, a Igreja, revendo o processo, decidiu pela sua absolvição e aceitação do modelo actual de Sistema Solar.

2. Uma das piores calamidades de saúde da História Mundial é o vírus do HIV, e a Igreja continua a rejeitar o preservativo vá-se lá saber porquê (inclusivé poderia dar muito jeito aos senhores e senhoras da Igreja...se calhar até dá). Resta saber se no futuro a Igreja também vai rejeitar as terapias para doenças actualmente sem cura desenvolvidas através da manipulação de células embrionárias.

3. Os portugueses estão finalmente a dar sinais de melhora da sua mentalidade, libertando-se das amarras da Igreja tradicionalista, como provou o resultado do último referendo. Será também o teu caso, barquense?

Relativamente à Páscoa propriamente dita, que é para isso que foi escrito este artigo, há que dizer que também não é o que era. Os barquenses estão cada vez mais a "fechar as portas à cruz", talvez entendendo que se Jesus resuscitou "não é desculpa para virem para dentro de minha casa encher a pança". A nível nacional vê-se que as pessoas já querem é Algarve, ainda que muito cedo no ano.

Apesar destes cortes com o tradicionalismo, o Santuário de Fátima ainda lucra e muito com barquenses como os das freguesias de Lavradas e Bravães, e com senhores como o coordenador Manuel Cerqueira Soares. Não sabe do que se está falando, certamente. Também foi um facto que não se deve dar importância pelo provincianismo demonstrado. Foi apenas um conjunto de pessoas que resolveram levar os seus oratórios para se reunirem com outros exemplares desta espécie a nível nacional. Estes animais de estimação ou mascotes (corrijam se o barqueiro estivar errado quando se refere aos oratórios como uma espécie animal, mas foi o que conseguiu inferir a partir da publicação de 24 de Março do Notícias da Barca) ao que parece são uma subespécie que se diz "de Nossa Senhora".

Como o mundo vai exigindo cada vez mais da parte de todas as religiões para que consigam manter os seus fiéis numa actualidade em constante mudança, ultimamente está-se a assistir a um conjunto de novas medidas nas paróquias locais, que é o pagar missas por alguém já morto, mas de quem se deseja tudo de bom, para além de estar morto. Esta inovação da gestão dos "bolsos" dos padres é fazerem-se missas por muitos defuntos ao mesmo tempo, com um limite de pessoas por missa que não exceda a capacidade de memória do disco rígido da base de dados computorizada a que os padres barquenses começam agora a aderir. Senhores padres, digam lá se a inovação científica e tecnológica que vocês trataram de travar através da queima na fogueira de cientistas e pensadores durante séculos não vos está a dar jeito!

Prova recente de toda esta rendição da Igreja à inovação dos tempos são carros como este que vos é apresentado.

Pois! É jeitoso, não é?! Mas olhem que carros destes não são comprados pelos senhores da Igreja em segunda mão! São modelos novos, a sair do stand, e baratos também não são! Não se ceguem! Mas quando é o vizinho a ter "bombas" destas diz-se "já viste o maquinão que o vizinho tem? Àqueles nasce-lhes dinheiro como (piii.....). Agora como vamos fazer para ter um carro melhor do que o dele?". Continuem a deixar o vosso dinheiro nas caixas de esmolas e a pagar os vossos "direitos", que os padres agradecem, não para a ajuda social e comunitária que tanto apregoam, mas para a beneficiência do seu próprio conforto. Fiquem com mais um animado vídeo, que demonstra como os novos padres terão que modernizar os sistemas de som dos seus carros e a adquirirem o visual indicado para contrariarem a tendência da diminuição de fiéis da Igreja.

 

 

Polémicas e defeitos da sociedade barquense à parte, fiquem com o seguinte destaque da imprensa regional, que mereceria ser mais amplamente difundido e organizado.

 

Esta peça teve lugar nas 2 últimas semanas nas vilas indicadas. O título é "A Mui dolorosa paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo".Tem lugar todos os anos por esta altura, e é representada por pessoas da Associação Cultural "Os Canários" de Bravães. Mas atenção! Não pensem que o barqueiro está a voltar atrás no discurso. Esta é uma peça que visa representar apenas a tradição cristã, e que por isso tem interesse turístico. Não deve ser vista por fanáticos de religião, pois não tenciona ser um instrumento de evangelização! Parabéns aos intervenientes por manterem esta peça em exibição todos os anos. (Está a ver, encenador Jaime Ferreri, afinal não é só para críticas que este blog serve!).   


sinto-me: Comam mais/beijem menos cruzes

talhado por o barqueiro às 00:24
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