Decorreu no dia 23 de Novembro à noite um debate sobre o tema da Violência Doméstica, no Auditório Municipal da Casa de Stº António do Buraquinho. Ao que parece alguma "gente importante" esteve presente, como Teresa Carvalho, da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, o padre António Brito e o presidente de junta de freguesia de Bravães Alberto Cerqueira.
Comecemos pelo painel presente: alguém explique o que num debate como este estiveram a fazer um padre e um senhor na qualidade de presidente de junta de uma das freguesias do concelho? Elementos da igreja católica são presença usual de moitas cerimónias e acontecimentos ditos de "importantes" ou mediáticos, e a presença de certas figuras políticas, em muitas "coisas" e muitas vezes pode indicar movimentações políticas mais rebuscadas... Onde é que já vimos painéis deste tipo? Não é a primeira nem vai ser a última...
Mas o mais importante, isso sim, é o tema do debate em si. A violência doméstica é algo muito pertinente, até porque, em terras como a nossa, mais interiores e conservadoras, é uma "modalidade" apreciada por muitos. Claro que se pode falar bonito e não mentir, dizendo que atinge todos os estratos sociais. Mas sendo-se minimamente verdadeiro, sabe-se que nas populações onde há o complexo da "vergonha" perante os outros, a coisa agrava-se. E o "machismo", que obrigou muitos casamentos a perdurarem para a vida e ainda farão alguns actualmente? É a ideia do "come e cala". É um assunto que ninguém fala no dia-a-dia, e quando se fala, suscita sempre a sua "graçola" numa conversa "de café". A violência doméstica é um problema que se resolve falando, e falar disso de forma séria é ainda muito difícil.