Lindoso: um potencial ponto turístico
Que a freguesia de Lindoso era uma das mais belas de Portugal, muitos já sabiam: Natureza, com as belezas do PNPG, as tradições, como o “Pai Velho”, a história, desde há milénios até ao Castelo Medieval, e o progresso, com a maior central hidroeléctrica do país. Tudo isto num pequeno recanto do Alto-Minho junto à fronteira com Espanha. Define-se assim um caso único no país, e um dos grandes locais de potencial turístico não totalmente explorado.
Prova de tudo isso é o interesse de várias Universidades no estudo de todas estas características únicas. Num dos recentes jornais vem “O ciclo ritual e festivo de Lindoso e seu potencial para um turismo criativo a ser estudado por investigadores no estrangeiro”. Alguns dos exemplos são investigações do Mestrado de Turismo Cultural de Barcelona, um doutoramento da Universidade Autónoma de Madrid e a Universidade de West-of.England no Reino Unido.
Por tudo isto que as autoridades e instituições políticas passem de falar do “potencial” para a execução. Melhor hotelaria, desporto de aventura e roteiros, trilhos e passeios guiados e estruturados, são algumas ideias.
Novo sacerdote “entregue” ao destinatário
A freguesia de Bravães mais uma vez não deixou ficar “mal” o nosso concelho em termos de imagem de terra de gentes que se matem agarrada às tradições e ao modelo de católico que muitos portugueses felizmente não chegaram a viver. Trata-se da mediática questão de uma nova geração de sacerdotes do concelho que está aí a brotar, que fez Bravães e o concelho ocupar-se com acontecimentos populares e notícias na imprensa desde o Verão de 2007. Depois dos anteriores episódios das ordenações sacerdotais e de toda a “máquina” popular em sua volta (tudo em http://nadasobreabarca.blogs.sapo.pt/23222.html, http://nadasobreabarca.blogs.sapo.pt/27732.html, http://nadasobreabarca.blogs.sapo.pt/24178.html, http://nadasobreabarca.blogs.sapo.pt/30442.html), o barqueiro e muitos outros barquenses pensariam que os episódios protagonizados pelas gentes que querem acompanhar o novo padre da dita freguesia tinham acabado. Puro engano! A fase de “estágio” de um sacerdote, como é o caso do novo padre em questão, Jorge Silva, é morosa, complicada e sobretudo muito importante para a população, ou pelo menos parte dela.
O novo “episódio” desta “série” teve lugar no passado 6 de Janeiro, com a deslocação de conterrâneos que se deslocaram desde Bravães para assistirem à tomada de posse, se é assim que se poderá chamar, do novo padre em questão por terras de Monção. Pelas poucas informações publicadas, parece que a “entrega” deste sacerdote ao “destinatário” pelas pessoas que o acompanharam foi um sucesso, tendo tudo corrido dentro da normalidade antes, durante e depois do processo de “transporte”.
Todos à "castanhada" em Ginzo, Lavradas
No passado dia 28 de Outubro decorreu mais uma vez, como há 28 anos vem sendo, um grande magusto. Ao que parece, este é um convívio onde todos apreciam uma grande "castanhada", sardinha, broa de milho, caldo verde e vinho verde. A animação das rusgas reviveu-se neste magusto. Viva o São martinho e a boa castanha quentinha! "Haja fartura!" Estes podem parecer os slogans de um típico presidente de junta do concelho acerca dos eventos tradicionais, passando uma imagem de ligação à terra, e sobretudo às suas gentes, e ainda mais a um passado que hoje se admira muito, onde todos dizem que se "vivia mal" e se "passava fome", mas havia "arraial". Já agora, um reparo ao título publicitado para este evento: "Tradicional Magusto". Algo moderno para nomear uma tradição, muito inglesado, língua na qual se utiliza essa forma de por o adjectivo "tradicional" a anteceder o nome "magusto", quando "tradicionalmente" é ao contrário.
Mas pronto, o magusto já lá vai, e ainda há muitas castanhas por aí. Por isso goze-se o prazer da boa castanha enquanto a há! Para o ano esperamos todos por mais.
Depois de um S.Bartolomeu em cheio, faça marmelada caseira
Depois de recuperadas as forças gastas no S.Bartolomeu, surgem novas actividades no nosso concelho não menos divertidas. Trata-se, ou tratou-se, do Concurso de Marmelada Caseira realizado nos dias 22 e 23 deste mês, nas discutíveis instalações do Centro de Exposição e Venda de Produtos Regionais. A melhor marmelada caseira foi contemplada com o prémio de 75€. A competição terá sido feroz,e certamente que não faltaram candidatos para tratar dos marmelos da nossa terra, como por aí vai sendo tradição.
Boletins escarrativos "
Os "Boletins Informativos" distribuídos desde o início deste ano dando a conhecer as Freguesias de Vila Nova de Muía , Entre Ambos-os-rios, Britelo e Bravães são o exemplo não só do que de melhor se faz nessas mesmas terras, como dos seus "escarros", não específicos de cada local, mas sim os "escarros" que só os barquenses conseguem fazer: algo que já faz parte da sua caricatura.
Voltando um pouco atrás, esse boletim, e segundo excerto do seu "editorial" "(...) surge no sentido de informar a população sobre eventos, cultura, economia, tradições, gastronomia, paisagem e outros que contribuam para a elevação do conhecimento e para a sua valorização pessoal."
Resumindo: Tretas!!! Não chegando ao ponto de tanto "deitar a baixo", verdade seja feita: algumas destas áreas foram destacadas, como sejam os "eventos" e "tradições".
Foram destacadas, e bem, os projectos da Associação Social e Cultural de Britelo , desenvolvendo interessantes actividades de acção social e desportivas para os mais jovens, o centro Social de Ambos-os-rios, no apoio a idosos, a prova de motocrosse Taça de Ouro "Terras da Nóbrega" em Vila Nova de Muía , a representação teatral em Bravães da Mui Dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo", o Voluntariado Jovem para as Florestas e Sapadores Florestais de Entre Ambos-os-rios, etc. Até aqui tudo muito bem. Já no que diz respeito às tradições, estas são extremamente valorizadas, como já é hábito nas nossas freguesias. Porquê não acabar com pelo menos metade delas, dedicando-lhes um mero papel de divulgação cultural e não de "borgas à moda antiga"? É que o problema é que estas "roubam" habitualmente lugares de destaque para o património natural e arquitectónico, que afinal é a maior potencialidade do nosso concelho e até do país. Querem exemplos? Então vejam este "boletim", e vejam a importância atribuída ao património histórico, por exemplo. Vêm-se fotografias da "Anta de Chão de Cabanos " em Britelo , da Igreja de Bravães, da "Fonte Santa" também em Bravães, de uma ponte, nem se sabe se romana se medieval, em Entre Ambos-os-rios, etc. E a história destes monumentos, estes sim, dos maiores valores destas freguesias? Alertam-se aqui os senhores José Domingos Fernandes, José Alberto Cerqueira e Inocêncio Araújo por serem os presidentes de junta das freguesias referidas e acerca das quais escreveram. Por favor, não sigam maus exemplos que vemos por este país fora, e valorizem os seus monumentos, que são das maiores pérolas das vossas freguesias, e às quais muitas dão-se ao luxo de não possuir. E querem saber que mais? Façam como o senhor Abílio José Silva, o presidente de Vila Nova de Muía , que neste aspecto merece os maiores elogios em dedicar uma página de referências históricas do grande símbolo patrimonial que é o Mosteiro de Santa Maria de Vila Nova de Muía . De referir também a torre medieval da aldeia, pertencente à estrutura do mosteiro, cujo triste estado em que se encontra se deve a um proprietário com pouco sentido do que é possuir um património arquitectónico histórico.
Mas, eis que no fim do contas todo este bonito e muito estático "Boletim" de divulgação destas freguesias, exibe uma das maiores "fachadas" aos leitores: os sites das Juntas de Freguesia, cujo facto de estarem integrados num programa de modernização administrativa têm feito apenas com que estejam inacessíveis aos cibernautas há pelo menos alguns meses, depois de alguns deles já terem estado activos e actualizados. Será o típico desleixo barquense, em que algo só dura enquanto é novidade?
A moda de Scolari
A realidade barquense: da janelas das moradias até aos eventos socio-tradicionais
O barqueiro através de mais uma das suas revisões pela imprensa deparou-se por mais um dos "eventos" caricatos das nossas terras: as bandeiras. A moda de Scolari, de por bandeiras às janelas das casas por todo o país não é inteiramente nova em terras barquenses. A diferença reside nas circunstâncias e locais onde são postas e usadas, se assim se poderá dizer.
Para Scolari, as bandeiras foram uma forma de transmitir e moblizar os apoios dos portugueses em geral para a selecção nacional de futebol, pondo em campo não só uma equipa de futebol como um país inteiro.
Para os barquenses colocar as bandeiras nestas alturas apenas teve de novo serem colocadas às janelas e serem de Portugal. A tradição é ainda tão forte, que uma bandeira tem que ser utilizada nas tradições da terra, não como um simples símbolo, como a portuguesa, mas como muito mais do que isso. Só quem já viveu esta febre dos estandartes sabe explicar. É algo que não passa através das palavras.
Este assunto é para aqui trazido em virtude de um tópico da imprensa regional recente que dizia "Fundador do Antigo Rancho oferece bandeira", no qual um senhor que ofereceu uma bandeira ao rancho de uma das freguesias do concelho, Bravães, é descrito como "ilustre filho da terra".
E os funerais? Ainda existem pessoas que querem pertencer a organizações, se é disso que se trata, chamadas de Irmandades, para levar a bandeirinha no seu funeral. E as procissões? Lá estão as bandeiras, e quem sabe os cachecóis. As procissões são a propósito um local a ser mais falado. Já Saramago diz que as procissões eram dos melhores locais para testemunhar a caricatura das pessoas desde a Idade Média. Eram, e ainda são, em muitos dos nossos locais, apesar das touradas e procissões já serem muito encobertas pelo entretenimento contemporâneo que é o futebol. Indo para o campo da brejeirice, um legado que também deveria ser recordado como o folclore e outros, só quem segurou num pau de bandeira num destes eventos sabe qual é o sentimento. Quanto ao campo específico dos funerais, as pessoas que tanto se esforçam a garantir durante a vida as suas bandeiras funerárias, acabem no fim de contas por não as verem no seu último passeio. Ora isto é um escândalo, e ninguém fala disto! Paga-se, porque não é de graça, por algo que afinal nunca se chega a ver!
Quer ser recordado como alguém ilustre? Ofereça bandeiras ou garanta já o seu kit de bandeiras funerárias num mediador perto de si.
Quer saber quais os eventos populares , como comesainas, ranchos e procissões que estão aí. Fique-se então com o tributo a Zeca Afonso na freguesia de Bravães no dia 10 à noite. Pode ser que aprenda realmente alguma coisa. Já agora, porque não apostar mais em eventos culturais destes, e reduzir os eventos tradicionais e religiosos apenas a 1 ou 2 eventos anuais e centrais concelhios, apenas para mostrar o que de facto é o passado tradicional ao turismo? É que para borgas à moda antiga todas as freguesias aderem em massa.